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AtualizadoSeg, 29 Abr 2024 2pm

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Daichii Sankyo

 

ESMO 2017

ESMO 2017: tomografia computadorizada no seguimento pós-operatório de CPNPC

TCtorax NET OKO estudo IFCT-0302 não demonstrou diferença na sobrevida global entre pacientes com câncer de pulmão não pequenas células completamente ressecadas que receberam tomografia computadorizada (TC) como parte de seu seguimento e aqueles que não realizaram o exame. Os achados serão apresentados no Congresso ESMO 2017, que acontece entre os dias 8 e 12 de setembro, em Madri, e sugerem que as tomografias computadorizadas regulares podem não ser necessárias1.

A sugestão vai de encontro à prática clínica padrão, uma vez que a maioria das sociedades médicas e diretrizes de prática clínica2 recomendam visitas de acompanhamento em que a tomografia de tórax é considerada apropriada a cada três a seis meses nos dois primeiros anos após a cirurgia.

"Como não há diferença entre os braços, ambos os protocolos de seguimento são aceitáveis", afirmou a investigadora do estudo, Virginie Westeel, do Centre Hospitalier Régional Universitaire, Hospital Jean Minjoz em Besançon, na França. "Um ponto de vista conservador seria fazer uma tomografia computadorizada anual, que poderia ser de interesse a longo prazo. No entanto, fazer exames regulares a cada seis meses pode não ter valor nos dois primeiros anos pós-operatórios", disse.

O estudo

O IFCT-0302 é um ensaio multicêntrico, randomizado, a comparar dois programas de seguimento em pacientes com CPNPC N0-2 completamente ressecados estágios pI, II, IIIA e T4 (nódulos pulmonares no mesmo lobo - TNM 6ª edição).

Os pacientes foram randomizados para um braço controle (braço 1), que incluiu exame clínico e radiografia de tórax, ou um acompanhamento experimental (braço 2), onde os pacientes foram submetidos a exame clínico, radiografia de tórax, tomografia computadorizada toraco-abdominal (CT) mais broncoscopia (opcional para adenocarcinomas).

Em ambos os braços, os procedimentos foram repetidos a cada 6 meses após a randomização durante os primeiros 2 anos e anualmente até 5 anos. Procedimentos suplementares foram permitidos em caso de sintomas. O endpoint primário foi a sobrevida global (SG).

Resultados

Entre janeiro de 2005 e novembro de 2012, 1775 pacientes foram randomizados (braço 1 - 888; braço 2 - 887). As características dos pacientes foram bem equilibradas entre os dois braços: homens 76,3%, idade média 63 anos (faixa: 34-88), carcinomas escamosos e de células grandes 39,5%, estágio I 68,1%, estágio II 13,7%, estágio III 18,3% lobectomia ou bilobectomia 86,6%, radioterapia pré e/ou pós-operatória 8,7% e quimioterapia pré e/ou pós-operatória 45%. O acompanhamento médio foi de 8,7 anos (95% CI: 8,5-9).

Após uma mediana de seguimento de oito anos e 10 meses, a sobrevida global não foi significativamente diferente entre os dois braços (HR = 0,92, 95% IC: 0,8 - 1,07; p = 0,27). A mediana de SG foi de 8,2 anos (95% IC: 7,4 - 9,6) e 10,3 anos (95% IC: 8,5 - não alcançado) nos braços 1 e 2, respectivamente.

As taxas de sobrevida sem doença em três anos também foram semelhantes, em 63,3% (95% IC: 60,2% - 66,5%) e 60,2%, (95% IC: 57,0% -63,4%) respectivamente, assim como as taxas de SG em oito anos, em 51,1% (95% IC: 47,2% - 55,1%) e 55,6% (95% IC: 51,7% - 59,4%), respectivamente.

Segundo a porta-voz da ESMO, Floriana Morgillo, da Universidade da Campania Luigi Vanvitelli, Nápoles, Itália, embora o estudo não tenha demonstrado um benefício significativo com o seguimento baseado em TC, a tendência para uma melhor sobrevida no braço da TC sugere que o acompanhamento mais longo pode eventualmente revelar um benefício desta abordagem. “A vigilância baseada em TC ainda é uma opção apropriada devido ao seu potencial para impactar o segundo câncer primário. Uma proporção significativa de pacientes com CPNPC em estágio inicial desenvolveram segundo câncer entre o segundo e o quarto ano após a cirurgia, e a detecção precoce destes com monitoramento baseado em TC além de dois anos poderia permitir o tratamento curativo", disse Morgillo, acrescentando que os pacientes também devem ser Informados da exposição à radiação com CT.

Identificação do ensaio clínico: NCT00198341

Leia mais: IFCT-0302: seguimento de pacientes com câncer de pulmão completamente ressecado

Referências: 
1 - Abstract 1273O 'Results of the phase III IFCT-0302 trial assessing minimal versus CT-scan-based follow-up for completely resected non-small cell lung cancer (NSCLC)' - Virginie Westeel - Presidential Symposium I on Saturday, 9 September 2017

2 - ESMO guidelines for Early-Stage and Locally Advanced (Non Metastatic) Non-Small Cell Lung Cancer

 

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