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AtualizadoSeg, 29 Abr 2024 9pm

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Daichii Sankyo

 

Teste de urina pode ser alternativa à cistoscopia em pacientes com alto risco de recorrência do câncer de bexiga

Resultados iniciais de um estudo de dois anos, apresentado no congresso da Associação Europeia de Urologia em Paris, sugerem que não há risco aumentado de recorrência em pacientes que fizeram um teste de biomarcador urinário em vez de uma cistoscopia flexível padrão como estratégia de seguimento após a cirurgia do câncer de bexiga. A nova pesquisa é a primeira a avaliar um teste de biomarcador urinário em pacientes de alto risco através de um estudo randomizado e controlado.

Pacientes de alto risco, com a forma mais agressiva de câncer de bexiga, têm probabilidade de 60-70% de recidiva do câncer dentro de 5 anos após a cirurgia, razão pela qual o acompanhamento desses pacientes é tão intensivo.

Análises anteriores avaliaram testes de biomarcadores em estudos observacionais, adicionando os testes ao padrão de cuidados. “Muitos estudos de testes de biomarcadores de urina mostraram resultados positivos, mas nenhum ensaio randomizado mostrou qual seria realmente o impacto na clínica. Estávamos confiantes de que o teste seria sensível o suficiente para não fornecer falsos negativos que colocassem os pacientes em risco.  No entanto, havia a preocupação com falsos positivos resultando em números iguais ou até maiores de cistoscopias sendo realizadas. Nossos achados mostram que não foi esse o caso”, explicou Thomas Dreyer, do Departamento de Urologia do Hospital Universitário de Aarhus, na Dinamarca, que realizou o estudo para o seu doutoramento.

Os pesquisadores recrutaram 313 pacientes. Metade foi randomizada para receber o padrão de três cistoscopias por ano. A outra metade foi randomizada para receber apenas uma cistoscopia por ano, substituindo as duas cistoscopias restantes pelo teste Xpert® Bladder Cancer Monitor, de biomarcador de urina. O teste monitora a recorrência do câncer de bexiga medindo níveis de cinco alvos de mRNAs ou marcadores genéticos e já havia mostrado resultados promissores em pacientes com câncer de bexiga de alto risco.

Todos os pacientes que obtiveram resultado positivo no teste de urina foram chamados ao hospital para uma cistoscopia para verificar evidências da recorrência do câncer. Os urologistas que realizam a cistoscopia estavam cientes do resultado positivo, como estariam na prática normal.

Após dois anos, pouco menos de 44% dos pacientes acompanhados por teste de urina realizaram cistoscopia, em comparação com quase 100% naqueles que receberam o acompanhamento padrão.

Os resultados também revelaram fortes evidências de que o exame de urina pode detectar a recorrência do câncer antes que qualquer sinal da doença fosse visível através da cistoscopia. A maior parte de pacientes que tiveram um teste “falso positivo” – ou seja, o teste do biomarcador mostrou positivo, mas a cistoscopia não – os pesquisadores encontraram evidências de recorrência em uma visita posterior.

“Sabemos que muitos pacientes realmente temem as consultas de cistoscopia, mas estão preparados para enfrentar porque querem ter certeza de que estão livres do câncer”, disse Dreyer.

“Se for dada a opção de fornecer uma amostra de urina em vez de passar por um procedimento médico desconfortável, a maioria escolheria essa alternativa, desde que estivesse confiante de que são igualmente eficazes”, disse Joost Boormans, professor de urologia no Erasmus University Medical Center, em Rotterdam.

Este ensaio mostra um meio possível de reduzir as cistoscopias. Se os resultados finais mais tarde vierem a confirmar que o teste de urina pode detectar a recorrência do câncer tão eficazmente quanto cistoscopias, o teste muito provavelmente será incorporado à prática clínica.

O ensaio foi financiado pela Cepheid, empresa que fabrica o Xpert® Bladder Cancer Monitor, mas o ensaio foi concebido e desenhado de forma independente pela equipe da Universidade Aarhus.

 

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