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AtualizadoQui, 09 Maio 2024 3pm

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Daichii Sankyo

 

Prevalência de sequelas da COVID-19 é maior em pacientes de câncer não vacinados

vacina covid bxA imunização afeta as sequelas de longo prazo da SARS-CoV-2 em pacientes de câncer? Análise que incluiu quase 2 mil pacientes de câncer sobreviventes ao diagnóstico de COVID-19 demonstra que pacientes não vacinados permanecem altamente vulneráveis às sequelas da COVID-19, independentemente da cepa viral. “Este estudo confirma o papel da imunização prévia contra SARS-CoV-2 como medida eficaz para proteger os pacientes das sequelas de COVID-19, da interrupção do tratamento e consequente mortalidade”, concluem os autores.

As sequelas da COVID-19 podem afetar cerca de 15% dos pacientes com câncer que sobrevivem à fase aguda da infecção por SARS-CoV-2 e causar atrasos no tratamento oncológico, levando a um efeito prejudicial na sobrevida. Nesta análise, os pesquisadores utilizaram dados do registro OnCovid, que inclui pacientes (≥ 18 anos) de 37 instituições na Bélgica, França, Alemanha, Itália, Espanha e Reino Unido com diagnóstico de COVID-19 confirmado e histórico de malignidade sólida ou hematológica, com doença ativa ou em remissão, acompanhados desde o diagnóstico de COVID-19 até o óbito.

Os pacientes elegíveis foram avaliados quanto à prevalência de sequelas de COVID-19 e submetidos a uma reavaliação clínica. De acordo com a data do diagnóstico, a infecção por COVID-19 foi categorizada como fase ômicron (B.1.1.529) de 15 de dezembro de 2021 a janeiro 31 de 2022 e fase alfa (B.1.1.7) – delta (B.1.617.2) de 1º de dezembro de 2020 a 14 de dezembro de 2021, além da fase pré-vacinação, de 27 de fevereiro a 30 de novembro de 2020. A prevalência de sequelas gerais de COVID-19 foi comparada com o estado de imunização para SARS-CoV-2 e em relação à sobrevivência pós-COVID-19 e retomada da terapia sistêmica.

Foram elegíveis 1.909 pacientes, avaliados após uma média de 39 dias (IQR 24–68) a partir do diagnóstico de COVID-19, sendo 50,7% mulheres e 49,3% do sexo masculino. Os resultados mostram que 317 pacientes tiveram pelo menos uma sequela de COVID-19 na primeira reavaliação oncológica.

Os autores descrevem que a prevalência de sequelas de COVID-19 foi maior na fase pré-vacinação (191 [19·1%; IC 95% 16·4–22·0] de 1.000 pacientes); semelhante na fase alfa-delta (110 [16·8%; 13·8–20·3] de 653 pacientes, p=0·24), mas significativamente menor na fase ômicron (16 [6·2 %; 3·5–10·2] de 256 pacientes, p<0·0001). Na fase alfa-delta, 84 (18,3%; IC 95% 14,6-22,7) de 458 pacientes não vacinados e três (9,4%; 1,9-27,3) de 32 pacientes não vacinados na fase ômicron tiveram sequelas.

Os pacientes que receberam uma dose de reforço e aqueles que receberam duas doses de vacina tiveram prevalência significativamente menor de sequelas gerais de COVID-19 em relação a pacientes não vacinados ou parcialmente vacinados (dez [7,4%; 95% CI 3,5–13,5]. Dos 136 pacientes com dose de reforço, 18 [9,8%; 5,8–15,5] de 183 que receberam duas doses de vacina vs 277 [18,5%; 16,5–20,9] de 1489 pacientes não vacinados, p=0 ·0001) apresentaram sequelas respiratórias (seis [4·4%; 1·6–9·6], 11 [6·0%; 3·0–10·7] vs 148 [9·9%; 8·4– 11·6], p=0·030) e fadiga prolongada (três [2·2%; 0·1–6·4], dez [5·4%; 2·6–10·0] vs 115 [ 7·7%; 6·3–9·3], p=0·037).

Em conclusão, este estudo demonstra que pacientes com câncer não vacinados permanecem altamente vulneráveis às sequelas da COVID-19, independentemente da cepa viral, confirmando o papel da imunização contra SARS-CoV-2 para proteger pacientes de câncer das sequelas de COVID-19, interrupção da terapia e consequente mortalidade.

Os resultados mostram que as infecções ômicron estão associadas a menor persistência de sequelas (6,2%) em comparação com infecções contraídas durante as fases anteriores da pandemia (19,1% na fase pré-vacinal e 16,8% na fase alfa-delta). Esses resultados apoiam a imunidade vacinal como um dos determinantes da redução das sequelas pós-COVID-19. “Até onde sabemos, este é o primeiro estudo a confirmar que a vacinação anterior está independentemente associada a melhores resultados de COVID-19, mesmo durante a fase pós-aguda da doença, apesar da presumida menor patogenicidade da variante ômicron”, observam os autores.

Este estudo está disponível em acesso aberto e está registrado no ClinicalTrials.gov: NCT04393974.

Referência: SARS-CoV-2 omicron (B.1.1.529)-related COVID-19 sequelae in vaccinated and unvaccinated patients with cancer: results from the OnCovid registry - Alessio Cortellini, PhD ; Prof Josep Tabernero, PhD; Uma Mukherjee, PhD; Ramon Salazar, PhD; Anna Sureda, PhD; Clara Maluquer, MD et al. - Published: March 07, 2023 DOI: https://doi.org/10.1016/S1470-2045(23)00056-6

 

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