07052024Ter
AtualizadoTer, 07 Maio 2024 1pm

PUBLICIDADE
Daichii Sankyo

 

Combate ao câncer é compromisso de todos

luciana_holtz.jpgÉ inegável o cenário de adversidades e de vazios assistenciais que marca a atenção oncológica, em um claro paradoxo entre a saúde do Brasil real e a promessa do texto constitucional que instituiu o Sistema Único de Saúde (SUS) como um modelo universal, pautado nos princípios da equidade e integralidade da assistência, com o apoio do controle social.

No Brasil, o diagnóstico tardio do câncer é uma realidade cruel, que se abate sobre milhares de brasileiros pela falta de acesso. Continuam frequentes as críticas de pacientes, médicos e profissionais de saúde, não só em relação à falta de acesso a diagnósticos, tratamentos quimioterápicos e de radioterapia, mas também aos avanços terapêuticos. A perspectiva de integralidade do cuidado ao paciente com câncer não pode prescindir da atenção básica, assim como não pode prescindir de tecnologias avançadas.

Compreender a natureza e a complexidade do câncer convida a buscar um outro paradigma e um olhar capaz de enxergar o paciente no centro desse debate. “É um tema que merece a

“Não podemos mais ter medo de falar a palavra câncer, mas isso ainda é um desafio”

atenção de todos desta Casa, a atenção de todos os governantes e de todos os brasileiros. Não podemos mais ter medo de falar a palavra câncer, mas isso ainda é um desafio”, disse Luciana Holtz (foto), presidente do Oncoguia, na abertura do 5º Fórum Nacional de Políticas de Saúde em Oncologia promovido pelo instituto. “Estamos falando de 580 mil novos casos de câncer em 2015, segundo o INCA, infelizmente grande parte de casos em estágios avançados, onde pouco do muito que sabemos pode ser oferecido a todos, onde a cura não é mais possível e em muitos casos onde já não estamos mais garantindo nem mesmo qualidade de vida”.
Os números impressionam. São quase 3 milhões de pessoas vivendo com câncer no Brasil, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde do IBGE de 2013, muitas delas sem tratamento, apesar da tão esperada lei dos 60 dias. “Estamos falando de pessoas que estão em filas, já com sinais e sintomas do câncer, esperando, esperando, esperando. Essa espera tem um preço alto. Queremos continuar pagando esse valor?”, indaga Luciana. “Que valor queremos ou podemos pagar? Quem paga essa conta mesmo?

São reflexões provocativas e certamente necessárias, assim como é necessário indagar não só a qualidade e os modelos de gestão da saúde, pública e privada, mas também as práticas dos profissionais que se inscrevem no cenário de cuidados do paciente com câncer.

“Os pacientes nos pedem diariamente que saibam os prazos das filas, que tenham mais tempo e atenção dos médicos, que seus tratamentos comecem logo, que tenham mais estabilidade de emprego, que o doutor olhe no meu olho, que se sintam respeitados nos locais de tratamento. Pedem, enfim, que os profissionais tenham menos, muito menos pressa”, resume Luciana.  


Publicidade
ABBVIE
Publicidade
ASTRAZENECA
Publicidade
SANOFI
Publicidade
ASTELLAS
Publicidade
NOVARTIS
Publicidade
300x250 ad onconews200519