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AtualizadoSeg, 18 Mar 2024 5pm

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Daichii Sankyo

 

Câncer de mama em homens, características e desafios

cancer mama homens NET OKArtigo de Sharon Giordano publicado na NEJM1 revisou dados atuais sobre a epidemiologia do câncer de mama em homens, suas características clínicas, prognóstico e tratamento, com foco nos avanços recentes e na maior compreensão da doença.  “Apesar de ser semelhante ao câncer de mama feminino em alguns aspectos, o câncer de mama em homens tem características distintas e clinicamente relevantes”, destaca a autora.

 

O câncer de mama em homens é uma doença rara e pouco estudada, responsável por aproximadamente 1% de todos os cânceres de mama. Nos Estados Unidos, estima-se em 2018 a ocorrência de 2500 casos de câncer de mama em homens e aproximadamente 500 homens devem morrer em consequência da doença.

Apesar dos avanços na última década, quando esforços importantes foram dedicados a identificar diferenças clinicamente relevantes no câncer de mama em homens, ainda há desafios importantes. “A maioria dos dados publicados foi coletada de pequenas coortes de pacientes tratados em instituições únicas e as recomendações de tratamento foram extrapoladas dos resultados de ensaios clínicos que inscreveram apenas mulheres”, registra o artigo.

A exemplo de outros tumores, também o câncer de mama em homens é uma doença relacionada à idade. Ao diagnóstico, os homens são em média 5 anos mais velhos na comparação com o câncer de mama feminino (67 anos vs. 62 anos). A autora destaca que homens negros parecem estar em maior risco do que os brancos não-hispânicos e que o risco duplica para aqueles que têm antecedentes da doença em familiares de primeiro grau.

As mutações nos genes BRCA estão entre os fatores de risco mais claramente estabelecidos. “Estudos mostraram que até 4% dos homens com câncer de mama têm mutações BRCA1 e de 4% a 16% apresentam mutações no gene BRCA2”, escreve a autora, lembrando que existem diferenças importantes na epidemiologia. “Na Islândia, por exemplo, uma mutação fundadora BRCA2 está implicada em 40% dos casos de câncer de mama em homens”, esclarece.

Outras condições associadas a níveis elevados de estrogênio também estão ligadas ao câncer de mama masculino, incluindo ginecomastia, doença hepática, anormalidades testiculares e obesidade, além da síndrome de Klinefelter, apontada como importante fator de risco.

A apresentação clínica mais frequente é a presença de massa retroareolar indolor. Outros sinais podem incluir retração e sangramento do mamilo, ulceração da pele e adenopatia axilar palpável. O diagnóstico diferencial mais comum é a ginecomastia, mas diante da possibilidade de câncer, a ultrassonografia é o método de avaliação inicial em homens com menos de 25 anos de idade. Para homens acima de 25 anos ou aqueles com achados no exame físico, a mamografia é recomendada como diagnóstico inicial e a ultrassonografia fica como método de avaliação complementar se os achados mamográficos não forem conclusivos ou sugestivos de câncer.

Homens com lesões sugestivas devem passar por biópsia para confirmação diagnóstica. “Como consequência de baixa conscientização pública e da ausência de programas de rastreamento, os homens estão mais propensos a apresentar tumores maiores que as mulheres ao diagnóstico e mais propensos a metástases nodais”, analisa a autora.

Referências:  Breast Cancer in Men - N Engl J Med 2018; 378:2311-2320 - DOI: 10.1056/NEJMra1707939

 

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