DESTINY-Breast03: novo paradigma no tratamento do câncer de mama metastático HER2-positivo

vanessa petry bxEntre as pacientes com câncer de mama metastático HER2-positivo previamente tratadas com trastuzumabe e um taxano, trastuzumabe deruxtecana (Enhertu®, Daiichi Sankyo-AstraZeneca) conferiu menor risco de progressão da doença ou morte em comparação com aquelas que receberam trastuzumabe emtansina. Com resultados previamente apresentados no Congresso Europeu de Oncologia (ESMO 2021), o estudo DESTINY-Breast03 foi publicado dia 24 de março na New England Journal of Medicine (NEJM), em artigo com participação do mastologista Roberto Hegg e da oncologista Vanessa Petry (foto).

Trastuzumabe emtansina é o atual padrão de tratamento para pacientes com câncer de mama metastático HER2-positivo cuja doença progridiu após o tratamento com uma combinação de anticorpos anti-HER2 e um taxano.

O estudo DESTINY-Breast03, multicêntrico, randomizado, de fase III, comparou a eficácia e segurança do anticorpo conjugado droga (ADC) trastuzumabe deruxtecana com trastuzumabe emtansina em pacientes com câncer de mama metastático HER2-positivo previamente tratados com trastuzumabe e um taxano. O desfecho primário foi a sobrevida livre de progressão, conforme determinado por revisão central independente cega; desfechos secundários incluíram sobrevida global, resposta objetiva e segurança. 

Resultados

Entre 524 pacientes randomizadas, a porcentagem das pacientes sem progressão da doença em 12 meses foi de 75,8% (95% [IC], 69,8 a 80,7) com trastuzumabe deruxtecana e 34,1% (95% IC, 27,7 a 40,5) com trastuzumabe emtansina (hazard ratio para progressão ou morte por qualquer causa, 0,28; 95% IC, 0,22 a 0,37; P <0,001).

A sobrevida global em 12 meses foi de 94,1% (95% IC, 90,3 a 96,4) com trastuzumabe deruxtecana e 85,9% (95% IC, 80,9 a 89,7) com trastuzumabe emtansina (hazard ratio para morte, 0,55; 95% IC, 0,36 a 0,86; limite de significância pré-especificado não alcançado). Uma resposta global (resposta completa ou parcial) ocorreu em 79,7% (95% IC, 74,3 a 84,4) das pacientes que receberam trastuzumabe deruxtecana e em 34,2% (95% IC, 28,5 a 40,3) daquelas que receberam trastuzumabe emtansina.

A incidência de eventos adversos de qualquer grau relacionados ao tratamento foi de 98,1% com trastuzumabe deruxtecana e 86,6% com trastuzumabe emtansina, e a incidência de eventos adversos relacionados ao tratamento de grau 3 ou 4 foi de 45,1% e 39,8%, respectivamente. A doença pulmonar intersticial ou pneumonite relacionada ao medicamento ocorreu em 10,5% dos pacientes no grupo trastuzumabe deruxtecana e em 1,9% das pacientes do braço trastuzumabe emtansina; nenhum desses eventos foi grau 4 ou 5. 

Em conclusão, trastuzumabe deruxtecana conferiu menor risco de progressão da doença ou morte em pacientes com câncer de mama metastático HER2-positivo previamente tratadas com trastuzumabe e um taxano em comparação com aquelas tratadas com trastuzumabe emtansina.

O estudo foi financiado pela Daiichi Sankyo e AstraZeneca; e está registrado em ClinicalTrials.gov, NCT03529110.

Referência: Trastuzumab Deruxtecan versus Trastuzumab Emtansine for Breast Cancer - Javier Cortés, M.D., Ph.D., Sung-Bae Kim, M.D., Ph.D., Wei-Pang Chung, M.D., Seock-Ah Im, M.D., Ph.D., Yeon Hee Park, M.D., Ph.D., Roberto Hegg, M.D., Ph.D., Min Hwan Kim, M.D., Ph.D., Ling-Ming Tseng, M.D., Vanessa Petry, M.D., Chi-Feng Chung, M.D., Hiroji Iwata, M.D., Ph.D., Erika Hamilton, M.D., et al., for the DESTINY-Breast03 Trial Investigators* March 24, 2022, N Engl J Med 2022; 386:1143-1154 - DOI: 10.1056/NEJMoa2115022

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