Especiais Congressos

      Assinaturas mutacionais revelam novos insights sobre o câncer colorretal de início precoce

      O brasileiro Wellington Oliveira dos Santos (foto), pesquisador da International Agency for Research on Cancer (IARC/WHO), é principal autor de estudo que busca compreender as causas mutagênicas subjacentes que contribuem para as diferenças nas taxas de incidência de câncer colorretal através de...

      TROPION-Lung01: Dato-DXd mostra eficácia no CPCNP não escamoso

      Dados do estudo de fase 3 TROPION-Lung01 selecionados em poster no ELCC 2024 mostram que datopotamab deruxtecan (Dato-DXd) reduziu em 37% o risco relativo de progressão da doença ou morte versus docetaxel em pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) avançado com histologia não...

      Dose de RT no câncer de próstata de alto risco

      Embora a organização do ASCO GU 2024 tenha destacado o estudo GETUG-AFU 18, o debate sobre o escalonamento da dose de radioterapia no câncer de próstata de alto risco merece análise mais detida. “Enquanto regimes como o do GETUG-AFU 18 continuam em utilização especialmente nos EUA, boa parte do...

      Entendendo a Biópsia Líquida por ctDNA

      Em edição especial que comemora 5 anos da coluna ‘Drops de Genômica’, o oncologista Andre Murad (foto) explica o que é o DNA tumoral circulante (ctDNA), suas aplicações clínicas, benefícios e direções futuras. Confira.

      TV Onconews

       
      “A metabolômica tem sido utilizada na pesquisa e na prática clínica para estudar a interação metabólica entre o câncer e o hospedeiro, identificar marcadores de diagnóstico e monitoramento, e entender melhor a doença para aprimorar os tratamentos”, explica Graziela Ravacci, doutora em oncologia e metabolômica pela FMUSP. A especialista é convidada da TV ONCONEWS, em vídeo com...
       
      A oncologista Natalia Valdivieso (foto) é primeira autora de análise do estudo FLAURA2 apresentada no Congresso Europeu de Câncer de Pulmão (ELCC 2024) demonstrando que osimertinibe + quimioterapia com pemetrexede e platina como primeira linha fornece benefício clínico além da progressão inicial em pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) avançado com...
       
      O estudo de Fase 3b VENICE-1 mostrou atividade e segurança da monoterapia com venetoclax em adultos com leucemia linfocítica crônica recidivada ou refratária e exposição prévia a um inibidor de receptor de célula B (BCRi). Os resultados foram publicados no Lancet Oncology e estão em pauta na TV ONCONEWS, em vídeo com participação do hematologista Alan Skarbnik, diretor do Programa...
       
      Em vídeo, os oncologistas Luiz Henrique Araújo e Guilherme Harada discutem os resultados do estudo POSEIDON, regime aprovado pela Anvisa com o uso de 4 ciclos de quimioterapia administrada com tremelimumabe (curso limitado) e durvalumabe (até a progressão) para otimizar a resposta e redução do tumor em pacientes com CPCNPm. “Esse é o primeiro regime com anti CTLA-4 aprovado com 4...
       
      Em vídeo, os médicos João Wilson Rocha e Euclides Adjane Simão, do Instituto Angolano de Controle do Câncer, falam sobre o apoio brasileiro para melhorar o enfrentamento do câncer em Angola. O Brasil é responsável pela formação de 79% dos oncologistas que atuam em Angola, ilustram os dois autores, em revisão publicada na Brazilian Journal of Clinical Medicine and Review. Assista na...
       
      Neste vídeo, o hematologista Jayr Schmidt, do A.C.Camargo Cancer Center, comenta estudo de coorte prospectivo publicado na Lancet Healthy Longevity, demonstrando que a cirurgia bariátrica está associada a um risco 40% menor de câncer hematológico. O estudo foi conduzido por pesquisadores da Universidade de Gotemburgo utilizando dados do Swedish Obese Subjects (SOS) e do Registro de...
       
      Pesquisa da mastologista Lilian Cristina de Souza Guimarães, do Hospital Getúlio Vargas, da Universidade Federal do Amazonas, mostra que a amamentação prolongada é uma das variáveis capazes de justificar as díspares taxas de mortalidade por câncer de mama em mulheres indígenas e não indígenas do Amazonas. Em vídeo com participação de Afonso Celso Nazário, Professor Livre-Docente...
       
      A biópsia do linfonodo sentinela é a técnica consagrada no estadiamento axilar em pacientes com câncer de mama inicial sem comprometimento clínico axilar. O médico mastologista Rafael da Silva Sá é o principal investigador de pesquisa pioneira no uso do verde indocianina (ICV) associado à fluorescência para detecção do linfonodo sentinela em pacientes com câncer de mama no Brasil,...
       
      Rodrigo Kraft Rovere, oncologista do Hospital Santa Catarina, em Blumenau, analisa em vídeo os resultados do estudo EV-301 e apresenta um estudo de caso clínico. O médico aponta que enfortumabe vedotina resultou em resposta objetiva em mais de 40% dos pacientes com doença localmente avançada ou metastática que tiveram progressão após tratamento anterior. O estudo de fase 3 EV 301...
       
      Os médicos Fábio Ynoe Moraes, radio-oncologista e professor da Queen's University, no Canadá, e Felipe Roitberg, oncologista clínico e Coordenador de Gestão da Pesquisa e Inovação Tecnológica em Saúde da rede EBSH (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), vinculada ao Ministério da Saúde, discutem caminhos e possibilidades para recalibrar a Oncologia, com ênfase em desfechos...

          Slow Medicine - Sem pressa para cuidar bem

          Apresentar o movimento Slow Medicine , seus princípios, práticas e benefícios, é o objetivo do livro Slow Medicine – Sem pressa para cuidar bem, de autoria dos médicos Ana Coradazzi e André Islabão. O lançamento da obra acontece no dia 25 de abril, em São Paulo.

          SILVIO BROMBERG NET OKA técnica de incisão única desenvolvida no Brasil pelo mastologista brasileiro Sílvio Bromberg (foto) é uma cirurgia oncoplástica destinada a remover tanto o tumor quanto o linfonodo sentinela, com segurança oncológica e cosmética superior comparada à cirurgia conservadora convencional. Os resultados iniciais foram publicados em 2018 e agora serão apresentados em sessão oral na conferência anual do TARGIT Collaborative Group, dia 8 de fevereiro, em Orlando, EUA.

          “A incisão única proporciona melhores resultados estéticos comparada à técnica convencional com duas incisões, sem diferenças na incidência de complicações ou eventos de recorrência”, diz Bromberg, professor da disciplina de Mastologia da Escola Paulista de Medicina (Unifesp) e mastologista titular do Centro de Oncologia do Hospital Israelita Albert Einstein. Em Orlando, a experiência apresentada pela equipe brasileira combina a abordagem videoassistida com o uso de Intrabeam, a radioterapia intraoperatória reconhecida por melhores desfechos estéticos.

          Para comparar a segurança oncológica e os resultados estéticos entre a técnica de incisão única e a cirurgia conservadora de mama convencional, a equipe brasileira publicou em 2018 na Plos One os resultados da primeira análise retrospectiva. Entre os desfechos avaliados foram comparados o volume mamário removido, tempo cirúrgico, número de linfonodos dissecados e complicações cirúrgicas como seroma, infecção e deiscência da ferida operatória, além de deformidades, retrações e sequelas estéticas subsequentes.

          Nesta primeira análise, foram avaliados 60 pacientes com câncer de mama inicial operados por cirurgia conservadora de mama convencional (N = 26) ou pela técnica de incisão única (N = 34), entre janeiro de 2013 e dezembro de 2015. Não foram observadas diferenças em relação às complicações cirúrgicas nas coortes avaliadas e o volume mamário removido foi significativamente menor no grupo de incisão única, bem como o tempo cirúrgico e o número de linfonodos dissecados. Os resultados cosméticos também favoreceram o grupo operado por incisão única.

          A seleção de pacientes para a técnica menos invasiva considera diferentes critérios, a começar da doença inicial, lesão única com tumores de até 25 mm e linfonodos axilares clinicamente negativos. As contraindicações à abordagem de incisão única são radioterapia prévia da mama, doença do tecido conjuntivo envolvendo pele, tumores maiores que 5 cm sem quimioterapia neoadjuvante e margens patológicas focalmente positivas.

          Agora, a atualização que será tema de apresentação oral em 2019 considera um número maior de pacientes abordadas cirurgicamente pela técnica de incisão única, desta vez em combinação com a radioterapia Intrabeam. “Estamos preparando nova publicação em periódico de alto impacto com a descrição de 94 casos operados por técnica minimamente invasiva, através da incisão única”, sinaliza Bromberg.


          Evidências

          Vários estudos randomizados mostraram que a mastectomia com dissecção axilar é equivalente à cirurgia de conservação da mama com dissecção axilar e irradiação total da mama, para a maioria das mulheres com doença inicial (estágio I/II). A opção conservadora é reconhecidamente menos invasiva, mais rápida e mais estética, mas a técnica de incisão única dificulta o procedimento diante do limitado espaço para a visualização e ressecção, exigindo maior experiência do cirurgião.

          Para avaliação comparativa da nova técnica cirúrgica, os pacientes receberam 0,2 mL de dextran injetável marcado com radiotraçador (tecnécio - Tc99m) aproximadamente 4 horas antes do procedimento cirúrgico. Os linfonodos sentinela não palpáveis ​​foram identificados por meio de rastreamento com Gamma-Probe. “No grupo de incisão única, usamos o retrator de ferida (modelo XS) e bisturi elétrico monopolar para as dissecções. Durante a cirurgia, foi realizada uma única incisão periareolar envolvendo metade da circunferência da aréola, ou incisão única de 4 a 7 centímetros de comprimento no sulco mamário, quando o diâmetro da aréola foi inferior a 3 centímetros”, descreve Bromberg. Um único paciente foi abordado por via axilar

          Após a incisão, a equipe de cirurgia criou uma bolsa cutânea na borda da ferida cirúrgica para inserir o retrator, o que permitiu melhorar a exposição da área cirúrgica. Sobre o retrator da ferida foram utilizados, ainda, retratores longos e iluminados, além de um aspirador de fumaça para melhorar a visibilidade. “Continuamos a dissecação da bolsa cutânea através da fáscia superficial, retirando o tecido glandular até que a área do tumor pudesse ser acessada”, prossegue Bromberg. “Dissecamos a lesão e todo o tecido adjacente”, explica o cirurgião.

          Para garantir a segurança oncológica, após a remoção da lesão com garantia de bordas adequadas, as margens foram ampliadas por shaving.

          A experiência brasileira começou a ser desenhada a partir de uma visita de Bromberg ao Kameda Medical Center, o principal centro de tratamento de câncer de mama do Japão, onde a equipe do Departamento da Mastologia chefiada por Eisuke Fukuma já utilizava técnicas videoassistidas para o tratamento cirúrgico do câncer de mama. “A maioria das orientais têm mamas pequenas, muitas vezes sem sulco inframamário delimitado, e desejam o menor número possível de cicatrizes.Percebi que poderia transpor aquela técnica e adaptá-la a nossa realidade, com o conceito de cirurgia minimamente invasiva”, conclui o especialista brasileiro.