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AtualizadoQui, 28 Mar 2024 2pm

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Daichii Sankyo

 

Vânia Hungria comenta o estudo ASPIRE em mieloma múltiplo

Vania_Hungria1_Baixa.jpgA oncohematologista Vânia Hungria, do Grupo Brasileiro de Mieloma Múltiplo (GEBRAM), comentou com exclusividade para o Onconews os resultados finais do estudo ASPIRE, que confirmou o benefício da combinação de carfilzomibe, lenalidomida e dexametasona em pacientes de mieloma múltiplo refratários ou resistentes a outras linhas de tratamento. 

O estudo foi destaque na 56ª conferência da sociedade americana de hematologia (ASH) e teve seus resultados finais publicados na edição de janeiro do New England (vol 372: :142-152).
 
“O ASPIRE foi o primeiro estudo publicado testando o carfilzomibe em fase III. O resultado mostrou muito bem a superioridade da combinação deste com lena+dexa versus lena+dexa isoladamente”, analisou Vânia Hungria. “Os resultados de lena+dexa para pacientes recaídos já eram bons e acrescentando carfilzomibe foi possível melhorar ainda mais esse benefício, com uma diferença de aproximadamente 9 meses na sobrevida livre de progressão entre os dois braços”, esclareceu a especialista. 
 
Vânia Hungria reforça o apelo aos médicos brasileiros para que mantenham seus pacientes bem informados acerca das inovações no tratamento do mieloma múltiplo. “Mesmo que no Brasil estejamos muito atrasados com relação às aprovações pela ANVISA de drogas tão importantes, devemos manter os pacientes informados também sobre estes resultados para que saibam como o tratamento está evoluindo com aumento da sobrevida e melhora da qualidade de vida. 
 
O artigo de A. Keith Stewart e colegas foi publicado na edição online de 6 de dezembro do New England e descreve a investigação de fase III que considerou 792 pacientes para receber carfilzomibe, lenalidomida e dexametasona (braço carfilzomibe) versus lenalidomida e dexametasona (braço controle). O estudo alcançou o desfecho primário, com aumento significativo na sobrevida livre de progressão (SLP), com mediana de 26,3 meses versus 17,6 meses no grupo controle (taxa de risco de progressão ou morte, 0,69; intervalo de confiança [IC] de 95%: 0,57-0,83; P = 0,0001).
 
Carfilzomibe é um inibidor do proteassoma que atua seletivamente e demonstra eficácia em pacientes com MM recorrente ou refratário a outras linhas de tratamento. Nos Estados Unidos, o regime com carfilzomibe foi aprovado para uso nesse subgrupo de pacientes, com base em um estudo de fase II que demonstrou a vantagem do medicamento nesta população, com aumento da taxa de resposta geral de 23,7%. 

Métodos e resultados
 

Entre julho de 2010 e março de 2012, os pesquisadores selecionaram 792 pacientes de 20 centros de investigação, previamente tratados com uma média de dois regimes anteriores. A idade média foi de 64,0 anos (variação: 31,0-91,0). Os pacientes foram aleatoriamente designados para ingressar no braço carfilzomibe ou no braço controle.

 O principal endpoint do estudo foi a sobrevida livre de progressão. Como desfechos secundários foram considerados sobrevida global (SG), taxa de resposta global (TRG), a duração da resposta e qualidade de vida.A mediana de sobrevida global não foi atingida. As taxas de sobrevida global foram de 73,3% e 65,0% nos grupos carfilzomibe e controle, respectivamente (razão de risco para morte, 0,79; 95% CI, 0,63-0,99; P = 0,04).
 
As taxas de resposta global (resposta parcial ou superior) foram de 87,1% e 66,7% nos grupos carfilzomibe e de controle, respectivamente (P <0,001) e de 31,8% e 9,3% dos pacientes nos respectivos grupos tiveram  resposta completa ou superior.
 
Em conclusão, o estudo ASPIRE demonstrou que a adição de carfilzomibe à lenalidomida e dexametasona em pacientes com mieloma múltiplo refratário resultou em uma melhoria estatisticamente significativa e clinicamente significativa na sobrevida livre de progressão, com perfil de segurança bastante aceitável.
 
Os eventos adversos de grau 3 ou superior foram relatados em 83,7% e 80,7% dos pacientes do carfilzomibe e do grupos  controle, respectivamente, e foram consistentes com os perfis de toxicidade dos três agentes; 15,3% e 17,7% dos pacientes interromperam o tratamento deve devido a eventos adversos. Os pacientes no grupo carfilzomibe relataram maior qualidade de vida (NCT01080391).
 
Referências:
Carfilzomib, Lenalidomide, and Dexamethasone vs Lenalidomide and Dexamethasone in Patients (Pts) with Relapsed Multiple Myeloma: Interim Results from ASPIRE, a Randomized, Open-Label, Multicenter Phase 3 Study
 
http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1411321

 

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