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AtualizadoQua, 17 Abr 2024 9pm

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Síndrome metabólica e câncer de mama

Mama_News_1.jpgUm estudo brasileiro realizado com mais de 300 mulheres que se submeteram ao tratamento do câncer de mama e outras que nunca foram portadoras da doença fortalece a correlação da síndrome metabólica com o câncer de mama. 

A obesidade abdominal, a dislipidemia (HDL baixo e triglicerídeos aumentados), a hipertensão arterial e a disglicemia (glicose alta) são sinais da síndrome, que leva à resistência insulínica.
 
Realizado pela Faculdade de Medicina de Botucatu (SP), o estudo contou com a participação dos mastologistas Daniel Buttros e Gilberto Uemura.
 
O estudo avaliou 312 mulheres da mesma faixa etária, sendo 104 tratadas de câncer de mama há pelo menos cinco anos, e 208 que nunca foram portadoras da doença. A análise final concluiu que as pacientes com câncer apresentaram maior risco para a síndrome metabólica na comparação com o grupo controle, com 50% versus 37,5%, respectivamente.
 
A obesidade abdominal e a redução do HDL, conhecido como "colesterol bom", aparecem entre os principais contribuintes para a maior prevalência da síndrome no sexo feminino, assim como a falta de atividade física. "Outros estudos já apontavam que o ganho de peso entre as mulheres tratadas de câncer de mama é superior a 60%. Isso se deve, em parte, à diminuição da atividade física, associada ao estresse psicológico e físico do tratamento", explica o mastologista Gilberto Uemura. Ele acrescenta que após o tratamento curativo, mulheres obesas apresentam o dobro do risco de morte pelo câncer quando comparadas a mulheres não obesas.
 
Cristiane Hanashiro, nutricionista do Hospital Beneficência Portuguesa, observa na prática que quando uma paciente tem síndrome metabólica, ela apresenta mais efeitos colaterais durante o tratamento como fadiga, alterações gastrointestinais, dificuldade de adesão à dieta e ganho de peso, o que piora a síndrome metabólica. “Em contrapartida, quando seguem as recomendações dietéticas, conseguem manter o peso, os efeitos colaterais são menores e até os níveis de glicemia e perfil lipídico melhoram”, diz. 

Mudança de hábitos

A promoção de um estilo de vida saudável é extremamente importante nessa população, incluindo orientação alimentar e atividade física, como melhora na qualidade de vida."A opção por hábitos saudáveis de vida, como dieta adequada e exercícios físicos regulares são eficazes contra a obesidade e, principalmente, contra a síndrome metabólica. Esse conceito já é bem conhecido na prática diária contra as doenças cardiovasculares, e agora demonstra também ganho significativo na guerra contra o câncer de mama", afirma Uemura.
 
Cristiane ressalta que não existe um “alimento mágico” capaz de garantir, sozinho, a manutenção da saúde. Ao planejamento de dietas saudáveis deve se incorporar o conceito de escolha inteligente, ou seja, escolher alimentos com baixo teor de gorduras saturadas e açúcares e ricos em fibras.“A ciência da nutrição já identifica compostos presentes em determinados alimentos (alimentos funcionais ou nutracêuticos) que são capazes de influenciar positivamente nos processos orgânicos”, diz.
 
Alguns tipos de alimentos, se consumidos regularmente durante longos períodos de tempo, parecem fornecer o tipo de ambiente que uma célula cancerosa necessita para crescer, se multiplicar e se disseminar. Esses alimentos devem ser evitados ou ingeridos com moderação. “Neste grupo estão incluídos os alimentos ricos em gorduras, tais como carnes vermelhas, frituras, molhos com maionese, leite integral e derivados, bacon, presuntos, salsichas, embutidos em geral”, explica.Segundo a nutricionista, existem também os alimentos que contêm níveis significativos de agentes cancerígenos, como por exemplo os nitritos e nitratos usados para conservar alguns tipos de alimentos, como picles, salsichas e outros embutidos e alguns tipos de enlatados.
 
O exercício físico também ocupa um papel importante. Estudos feitos com mulheres tratadas de câncer de mama sugerem que a atividade física, aliada à alimentação saudável, melhoram os valores de insulina e diminuem a gordura abdominal, ambos marcadores da síndrome metabólica. "O exercício contribui para a disposição e o bem-estar físico, acelera a queima de calorias e gorduras, diminuindo o peso, melhora atividade cardíaca, a pressão arterial e traz inúmeros benefícios para a qualidade de vida”, conclui.

 

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