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AtualizadoQui, 18 Abr 2024 2pm

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Daichii Sankyo

 

Radioterapia estereotáxica ablativa em câncer de pulmão

CancroPulmao.jpgA remoção de todo o lobo pulmonar pode oferecer melhor sobrevida aos pacientes de câncer de pulmão em estágio inicial da doença em relação à ressecção sublobar, mas a radioterapia estereotáxica ablativa pode oferecer o mesmo benefício de sobrevida para pacientes selecionados. 

É o que demonstram os resultados de um estudo realizado por pesquisadores do MD Anderson Cancer Center, publicado na edição online de 15 de outubro do JAMA Surgery. É o maior estudo de base populacional para avaliar as modalidades de tratamento para câncer de pulmão em estágio inicial em pacientes idosos.

Com o envelhecimento da população e novas ferramentas de triagem para câncer de pulmão, o número de casos diagnosticados deverá aumentar dramaticamente, projeta Shervin M. Shirvani, radio-oncologista do MD Anderson Cancer Center e primeiro autor do estudo. O especialista lembra que a doença é tipicamente um câncer do idoso, e por causa de sua associação com o tabagismo, os pacientes muitas vezes carregam outras co-morbidades, como DPOC, doença coronariana e insuficiência renal.

Atualmente, três opções de tratamento estão disponíveis para os pacientes com doença em estágio inicial: lobectomia total; ressecção sublobar e radioterapia estereotáxica ablativa (REA), administrada ao longo de três a cinco sessões.

"O câncer de pulmão é um dos mais comuns e com altas taxas de óbito. No entanto, não temos fortes diretrizes baseadas em evidências para tratar a doença, especialmente quando é descoberta em sua fase inicial", disse o especialista americano.

Segundo ele, vários estudos randomizados para comparar as três modalidades de tratamento têm sido tentados, mas não avançaram na produção de dados. "Na ausência de ensaios clínicos, realizamos uma análise observacional de um grande banco de dados para comparar essas três modalidades. Queríamos comparar lobectomia, geralmente o padrão de atendimento, com a cirurgia parcial e a radioterapia estereotáxica ablativa, esta última sem risco cirúrgico associado”.

O estudo retrospectivo considerou a base de dados SEER para identificar pacientes tratados de câncer de pulmão não-pequenas células (CPNPC), entre 2003 e 2009. No total, 9.093 pacientes foram identificados. Todos receberam uma das três estratégias de tratamento: lobectomia (7.215 pacientes, ou 79,3%); ressecção sublobar (1.496 pacientes, ou 16,5%); e REA (382 pacientes, ou 4,2 %).

A análise final mostra que a lobectomia foi associada a uma melhor sobrevida global quando comparada com a ressecção sublobar, o que contrariou a hipótese dos pesquisadores. “Achávamos que um paciente idoso, com maior número de comorbidades, se beneficiaria de uma cirurgia menor. No entanto, parece que a capacidade de erradicar cirurgicamente o câncer pode ser mais importante do que minimizar o risco cirúrgico".

O estudo também concluiu que a REA é uma alternativa muito promissora para pacientes com idade avançada e vários problemas de saúde associados. Este é um dos achados mais significativos do estudo, que também põe em xeque a crença de que uma cirurgia menor é mais adequada para esse perfil de pacientes.

Para os autores, estudos observacionais como esse podem dar uma visão mais clara de quais estratégias de tratamento têm sido mais adequadas e incentivar estudos prospectivos.
 

Resultados

Foram selecionados 9.093 pacientes tratados no período de 1º de janeiro de 2003 até 31 de dezembro de 2009.  A idade média foi de 75 anos. Da amostra, 79,3% foram tratados com lobectomia, 16,5% com cirurgia sublobar, e 4,2% com REA. Aos três anos, a mortalidade não ajustada foi menor para lobectomia (25%), seguida da ressecção sublobar (35,3%, P <0,001) e REA (45,1%, P <0,001). A ressecção sublobar foi associada com pior sobrevida global (hazard ratio [HR], [95% CI, 1,20-1,44] 1.32, P <0,001) e sobrevida específica por câncer de pulmão (HR, 1,50 [95% CI, 1,29-1,75], P <0,001) em comparação com a lobectomia.

Essas descobertas também foram correlacionadas à sobrevida global (HR, [95% CI, 1,17-1,58] 1,36, p <0,001) e sobrevida específica por câncer de pulmão (HR, [95% CI, 1,13-1,90] 1,46; P = 0,004).

A REA foi associada a uma melhor sobrevida global na comparação com a lobectomia nos primeiros seis meses após o diagnóstico (HR, [95% CI, 0,27-0,75] 0.45, P <0,001), mas foi associada  a uma pior sobrevida depois (HR, 1,66 [95 % CI, 1,39-1,99], P <0,001).

Em conclusão, a lobectomia foi associada com melhores resultados que a ressecção sublobar em pacientes idosos com CPNPC inicial, mas a radioterapia estereotáxica ablativa apresenta-se como boa opção para pacientes com idade avançada e múltiplas comorbidades.
 
Referências: http://archsurg.jamanetwork.com/article.aspx?articleid=1915585


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