Cadonilimab mostra resultados no tratamento do câncer do colo do útero

Colo Utero NET OKResultados de ensaio clínico de fase II que avalia o anticorpo cadonilimab combinado com o padrão de cuidados (quimioterapia +/- bevacizumabe) como primeira linha de tratamento no câncer do colo do útero recorrente/metastático foram publicados na Clinical Cancer Research, com dados encorajadores de sobrevida livre de progressão, altas taxas de resposta e de controle da doença.

Neste estudo de fase II (COMPASSION-13), a eficácia e a segurança do anticorpo biespecífico PD-1/CTLA-4 cadonilimab foram avaliadas em 3 coortes de pacientes com câncer do colo do útero recorrente/metastático, em diferentes esquemas de dose e combinações.

Os resultados relatados por Jing Wang e colegas mostram que no grupo de cadonilimab 15 mg/kg Q3W + quimioterapia, a mediana de acompanhamento foi de 20,24 meses, com sobrevida livre de progressão mediana (mSLP) de 11,10 meses, sobrevida global mediana (mSG) não alcançada e taxa de SG em 12 meses de 93,3%. No grupo de cadonilimab 10mg/kg Q3W + quimioterapia, o seguimento mediano foi de 18,3 meses, a mSLP foi de 7,06 meses, a mSG não foi alcançada e a taxa de SG em 12 meses foi de 87,5%. O tempo médio de acompanhamento para o grupo cadonilimabe 10 mg/kg Q3W + quimioterapia + bevacizumabe foi de 15,01 meses, e nem a mSLP nem a mSG foram alcançadas.

Em comparação com os dados divulgados na ASCO em 2022, a taxa de resposta objetiva global (ORR) permaneceu elevada, enquanto a taxa de controle da doença (DCR) aumentou para 100%. Os resultados também demonstraram elevada taxa de resposta completa (CR), com 63,6% dos pacientes alcançando redução tumoral superior a 50%. A ORR do grupo de dose de 10mg/kg Q3W (cadonilimab 10mg/kg Q3W + quimioterapia +/- bevacizumabe) atingiu 79,3% e, na combinação com bevacizumabe, a ORR chegou a 92,3%. A população com PD-L1 CPS <1 representou 41,4%, e a ORR desta população foi de 75,0%, indicando que cadonilimab combinado com o tratamento padrão pode proporcionar benefício clínico para pacientes PD-L1-negativos.

Em relação ao perfil de segurança, eventos adversos relacionados ao tratamento (TRAEs) ocorreram em 45 (100,0%) pacientes tratados com cadonilimab. Foram notificados TRAEs de grau ≥3 em 33 (73,3%) pacientes. Eventos adversos imunomediados (irAEs) ocorreram em 29 (64,4%) pacientes e irAEs de grau ≥3 foram observados em 9 (20,0%) pacientes. Sete (15,6%) dos 45 pacientes descontinuaram permanentemente o tratamento com cadonilimab devido a TRAEs.

Este estudo está registrado na plataforma ClinicalTrials.gov: NCT04868708.

Referência: Clin Cancer Res (2024). https://doi.org/10.1158/1078-0432.CCR-23-3162