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AtualizadoQui, 28 Mar 2024 7pm

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Daichii Sankyo

 

NICE rejeita Kadcyla®

kadcyla.jpgO Sistema de saúde britânico não vai oferecer o Kadcyla® (trastuzumab emtansine) da Roche, em mais uma decisão polêmica do Instituto Nacional de Saúde e Excelência Clínica do Reino Unido (Nice, na sigla em inglês).

O NICE insiste que está "muito desapontado" com a Roche pelo preço fixado para oferecer o novo tratamento para as mulheres com câncer de mama metastático. A farmacêutica suíça argumenta que é comercialmente impossível ceder às exigências para atender aos critérios de custo-efetividade do NICE, que pede um corte de 60%. A Roche diz que vai apelar da decisão do NICE e classificou de ultrapassado o sistema de avaliação britânico para a incorporação de tecnologias sanitárias.

O Kadcyla® é indicado para o tratamento de câncer de mama HER2-positivo metastático refratário ao tratamento inicial. A decisão final do NICE concluiu que o preço do novo agente terapêutico tornou impossível a recomendação, “apesar da evidência dos benefícios para os pacientes".

Kadcyla® é um anticorpo-droga conjugado (ADC) que combina o anticorpo monoclonal Herceptin® (trastuzumab), da Roche, ao DM1, uma carga citotóxica concebida para aumentar a capacidade de matar as células tumorais.
A fabricante sustenta que levou mais de 30 anos para desenvolver a droga e investiu mais 15 anos em testes clínicos. No entanto, nem os argumentos, nem os dados de eficácia conseguiram convencer a lógica britânica da custo-efetividade.

Custo do acesso é um debate mundial

Por Sergio Azman

Para o oncologista Paulo Hoff, diretor-geral do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) e do Hospital Sírio-Libanês, a discussão do acesso ao medicamento oncológico deve considerar o custo pessoal do paciente e os benefícios da medicação. "Assistimos hoje a uma discussão mundial em termos do custo de acesso. O que está se propondo globalmente é que ao invés de olhar o custo da medicação, que se passe a olhar o valor. O valor é uma equação que leva em consideração o custo financeiro, o custo pessoal do paciente em termos de efeitos colaterais e, essencialmente, o benefício que o paciente tem com determinada medicação. A verdade é que a escalada contínua de preços que se viu na última década é insustentável.Precisamos encontrar uma solução como sociedade que permita que os nossos pacientes tenham acesso às medicações das quais eles precisam. Precisa haver, não só no Brasil, mas no mundo todo, uma ênfase cada vez maior no benefício que se obtém de determinada medicação. Isso é uma realidade. 
 
As visões são muito divergentes?
É uma questão complexa, com múltiplas perspectivas. Essa discussão não está completa, é uma discussão que está aberta e o Brasil é parte dela. Diferentes fontes pagadoras ao redor do mundo têm se ressentido do aumento dos custos, não só o SUS.  Também é preciso reconhecer que as margens de lucro das empresas operadoras de saúde têm caído e o aumento do custo de medicamentos é uma das razões desse aperto financeiro que elas começam a vivenciar, o que explica porque essas fontes pagadoras têm naturalmente uma tendência contra a incorporação. Entidades de defesa dos pacientes obviamente têm uma posição completamente oposta, gostariam de ter uma incorporação irrestrita, já que uma vida não tem preço. Vamos ter que achar um denominador comum. Acho que nós, médicos, cientistas e gestores, temos a obrigação de tentar facilitar essa discussão.
 
Acredita que isso seja possível?
Sou uma pessoa otimista. Eu acho que a concorrência sempre leva a uma melhoria de bens e serviços, com uma queda do custo. Se nós tivermos mais medicações disponíveis no mercado, medicações inclusive que tenham indicação similar, vai haver uma concorrência e o custo vai cair. Isso é fundamental, assim como acho fundamental gerar inovações.
 
 

 


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