08122023Sex
AtualizadoQui, 07 Dez 2023 4pm

PUBLICIDADE
Daichii Sankyo

 

Estudo asiático mostra não-inferioridade entre 3 e 6 meses de adjuvância no câncer de colon

rachel riechelmann 2021 bxO estudo de fase III ACHIEVE realizado no Japão foi um dos seis estudos prospectivos que exploraram se 3 meses de terapia adjuvante com fluorouracil, leucovorina e oxaliplatina (FOLFOX) ou capecitabina e oxaliplatina (CAPOX) é não inferior a 6 meses de tratamento em pacientes com câncer de cólon em estágio III curativamente ressecado. Agora, Yoshino et al. reportam análises finais de sobrevida e segurança, em artigo publicado online 5 de maio no Journal of Clinical Oncology (JCO). Os resultados de longo prazo mostram que, em pacientes asiáticos, encurtar a duração da terapia adjuvante de 6 para 3 meses não comprometeu a eficácia e reduziu a taxa de neuropatia periférica, demonstrando que CAPOX trimestral foi uma opção adequada. “O estudo reforça que 3 meses é seguro e menos tóxico para a maioria dos pacientes”, destaca Rachel Riechelmann (foto), diretora do Departamento de Oncologia do A.C. Camargo Cancer Center e presidente do Grupo Brasileiro de Tumores Gastrointestinais (GTG).

Neste estudo, os pacientes elegíveis foram randomizados (1:1) para receber 3 ou 6 meses de quimioterapia adjuvante com FOLFOX6 modificado ou CAPOX, conforme selecionado pelo médico. Os pacientes foram estratificados de acordo com o número de linfonodos envolvidos, centro e regime de tratamento, tumor primário e idade. O endpoint primário foi a sobrevida livre de doença, avaliada na população por intenção de tratar modificada. A sobrevida global (SG) foi um endpoint secundário.

Os autores descrevem que a população por intenção de tratar modificada compreendeu 1.291 pacientes: 641 no grupo de tratamento de 6 meses e 650 no grupo de 3 meses. O acompanhamento médio para esta análise foi de 74,7 meses.

Os resultados reportados no JCO mostram que as taxas de SG em cinco anos foram comparáveis: 87,0% no grupo de tratamento de 3 meses e 86,4% no grupo de tratamento de 6 meses (razão de risco, 0,91; IC 95%, 0,69 a 1,20; P = 0,51). A análise de subgrupo de SG não mostrou interação significativa entre as características basais e a duração do tratamento.

A análise de segurança revelou que a neuropatia sensorial periférica com duração superior a 5 anos foi mais comum no grupo de tratamento de 6 meses em comparação com o grupo trimestral (16% versus 8%, respectivamente) e naqueles que receberam mFOLFOX6 em comparação com CAPOX (14% vs 11%, respectivamente).

“Em pacientes asiáticos, encurtar a duração da terapia adjuvante de 6 para 3 meses não comprometeu a eficácia e reduziu a taxa de neuropatia sensorial periférica de longa duração. Nesse cenário, 3 meses de terapia com CAPOX é uma opção de tratamento adjuvante adequada”, concluem os autores. 

“Além dos dados de sobrevida global, agora temos mais maturidade nos dados de sobrevida livre de doença (SLD). A taxa de SLD aos 5 anos, de 3 vs 6 meses, foi 75% vs 74%, sem diferença estatística. Quando estratificado por regime, FOLFOX foi 68,6% vs 69,7% e CAPOX 77,4% vs 75,8%, igualmente sem diferença estatística. Então, ambos os regimes parecem, no geral, conferir o mesmo benefício em termos de sobrevida livre de doença aos 5 anos”, afirma Rachel.

A especialista observa que assim como aconteceu no estudo IDEA, os autores também estratificaram os pacientes em grupos de baixo (T1-3 N1) e alto risco (T4 / N2). “No grupo de baixo risco, a SLD aos 5 anos foi de 86,5% vs 84,8%, muito parecido, sem significância estatística, e no grupo de alto risco a mesma coisa, 60,7% vs 61,5%, sem diferença estatística. Quando consideramos o regime e o risco, ainda que na análise multivariada exista uma tendência de que o CAPOX seja melhor, os dados brutos são muito parecidos com os dados do IDEA pra N2, que é um grupo de alto risco. No IDEA, especificamente no T4, independentemente de ser N1 ou N2, a utilização de CAPOX foi melhor em 3 meses em comparação com FOLFOX. Nesse estudo os autores não observaram isso. Então, para pacientes de baixo risco, 3 meses de FOLFOX ou CAPOX ofereçam um resultado bem parecido, e talvez reservar o tratamento de 6 meses para pacientes de maior risco, ainda que nesse estudo a gente vê que não tem diferença fazer FOLFOX ou CAPOX por 3 ou 6 meses. O que os autores realmente observaram de diferença foi o grau de neuropatia, que é obviamente maior em 6 meses”, esclarece.

“Certamente, se existe algum benefício de se fazer 6 meses, ele é muito pequeno, talvez da ordem de 1%, 1,5%, às custas de neurotoxicidade relevante. Às vezes tentamos fazer 6 meses, mas a partir dos 3 meses no paciente de alto risco, se a neurotoxicidade for um problema, tiramos a oxilaplatina e seguimos os 6 meses com a capecitabina”, conclui.

Referência: Final Analysis of 3 Versus 6 Months of Adjuvant Oxaliplatin and Fluoropyrimidine-Based Therapy in Patients With Stage III Colon Cancer: The Randomized Phase III ACHIEVE Trial - DOI: 10.1200/JCO.21.02628 Journal of Clinical Oncology - Published online May 05, 2022.

 


Publicidade
A.C. CAMARGO 70 ANOS
Publicidade
ABBVIE
Publicidade
LIBBS
Publicidade
SANOFI
Publicidade
ASTRAZENECA
Publicidade
ASTELLAS
Publicidade
NOVARTIS
Publicidade
SANOFI
Publicidade
INTEGRAL HOME CARE
Publicidade
300x250 ad onconews200519