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AtualizadoTer, 23 Abr 2024 9pm

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Imunoterapia no câncer renal

FABIO SCHUTZ LACOG GU NET OKToni Choueiri é o primeiro autor de estudo reportado na New England Journal of Medicine (NEJM) com resultados do anti PD-1 pembrolizumabe no tratamento adjuvante do carcinoma de células renais. O tratamento com pembrolizumabe levou a uma melhora significativa na sobrevida livre de doença e possivelmente inaugura um novo padrão de tratamento na doença avançada. Fábio Schutz (foto), oncologista na BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, comenta os resultados.

Embora a nefrectomia permaneça o tratamento padrão para pacientes com carcinoma de células renais localmente avançado, a recorrência ocorre numa proporção significativa dos pacientes e novas estratégias de tratamento preventivo adjuvante vem sendo avaliadas na intenção de melhorar as taxas de cura e prolongar a sobrevida após a ressecção cirúrgica. Nos últimos anos, dIversos estudos com inibidores de tirosina quinase do VEGFR (estudos ASSURE, PROTECT, ATLAS, SOURCE e S-TRAC) foram reportados e no geral não demonstraram resultados positivos. A exceção é o estudo S-TRAC, com uso adjuvante de sunitnibe, que demonstrou ganho em sobrevida livre de doença mas não em sobrevida global até o momento.

A avaliação da sobrevida global é essencial e mais importante, mas ainda é muito prematura, e é preciso um maior seguimento e maior número de eventos. Outro ponto bastante importante é o perfil de toxicidade associado à imunoterapia. De uma maneira geral, a imunoterapia apresenta um perfil de toxicidade bem mais favorável do que o uso de TKI VEGFR. Baseado no estudo KEYNOTE-564, o pembrolizumabe deve ser rapidamente encaminhado para aprovação nos diferentes países.

O estudo KEYNOTE-564 teve um desenho duplo-cego e placebo controlado e incluiu pacientes com carcinoma renal de células claras que apresentavam alto risco de recorrência após nefrectomia, com ou sem metastasectomia. Foram randomizados (1: 1) para receber pembrolizumabe adjuvante (na dose de 200 mg) ou placebo por via intravenosa uma vez a cada 3 semanas por até 17 ciclos (aproximadamente 1 ano). O endpoint primário foi a sobrevida livre de doença (SLD) de acordo com a avaliação do investigador. A sobrevida global foi o principal endpoint secundário de eficácia, além das análises de segurança.

994 pacientes cumpriram os critérios de elegibilidade e foram randomizados para receber pembrolizumabe (N= 496) ou placebo (N= 498). Na análise intermediária pré-especificada, a terapia com pembrolizumabe foi associada a SLD significativamente maior do que a verificada no grupo placebo-controle em um seguimento de 24 meses (77,3% vs. 68,1%; razão de risco para recorrência ou morte, 0,68; intervalo de confiança de 95% [IC], 0,53 a 0,87; P = 0,002).

Os autores descrevem que 96,6% dos pacientes do grupo de pembrolizumabe permaneceram vivos em 24 meses contra 93,5% dos pacientes no grupo placebo (razão de risco para morte, 0,54; IC de 95%, 0,30 a 0,96).

Em relação ao perfil de segurança, eventos adversos de grau 3 ou superior ocorreram em 32,4% dos pacientes que receberam pembrolizumabe e em 17,7% daqueles que receberam placebo.

“O tratamento com pembrolizumabe levou a uma melhora significativa na sobrevida livre de doença em comparação com o placebo após a cirurgia em pacientes com câncer renal que apresentavam alto risco de recorrência”, concluem os autores.

“Os inibidores de checkpoint imunológicos estão chegando no tratamento adjuvante do carcinoma de células renais (RCC) tipo células claras”, afirma Schutz. “O KEYNOTE-564 é o primeiro estudo randomizado a demonstrar benefício do uso do anti-PD1 pembrolizumabe na adjuvância do RCC. O benefício na redução do risco de recorrência é estatisticamente e clinicamente significante, com redução do risco de recorrência ou óbito da ordem de 32%”, observa.

O oncologista ressalta que a avaliação da sobrevida global é essencial e mais importante, mas ainda é muito prematura, e é preciso um maior seguimento e maior número de eventos. “Outro ponto bastante importante é o perfil de toxicidade associado à imunoterapia. De uma maneira geral, a imunoterapia apresenta um perfil de toxicidade bem mais favorável do que o uso de TKI VEGFR. Baseado no estudo KEYNOTE-564, o pembrolizumabe deve ser rapidamente encaminhado para aprovação em diferentes países”, avalia.

Este estudo está registrado na plataforma ClinicalTrials.gov: NCT03142334. 

Referência: Adjuvant Pembrolizumab after Nephrectomy in Renal-Cell Carcinoma - Toni K. Choueiri, M.D., et al., for the KEYNOTE-564 Investigators* - N Engl J Med 2021; 385:683-694 - DOI: 10.1056/NEJMoa2106391

 

 

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