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AtualizadoSeg, 22 Abr 2024 2pm

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Daichii Sankyo

 

Relevância clínica do subtipo morfológico do carcinoma neuroendócrino extrapulmonar

taboada 2Com participação brasileira, estudo multicêntrico retrospectivo utilizou dados de mundo real para investigar potenciais diferenças no tratamento e na sobrevida entre pacientes com carcinomas neuroendócrinos extrapulmonares (EP-NECs) de pequenas células versus células não-pequenas. Os resultados foram publicados na Cancers, em artigo que tem o oncologista Rodrigo Taboada (foto), do A.C.Camargo Cancer Center, como coautor.

Os carcinomas neuroendócrinos (NECs) representam o subgrupo mais agressivo de neoplasias neuroendócrinas, e cerca de 90% surgem do pulmão. Os NECs com origem fora do pulmão são chamados de carcinomas neuroendócrinos extrapulmonares (EP- NECs). A maioria dos pacientes com EP-NECs é diagnosticada em estágio avançado (incurável) e tem expectativa de vida de meses, sendo a quimioterapia à base de platina ou os melhores cuidados de suporte as únicas opções para esses pacientes. No entanto, a resposta à quimioterapia à base de platina e o prognóstico variam amplamente nesta população.

Nesse estudo, foram incluídos cento e setenta pacientes. 77 (45,3%) tinham EP-NECs de células pequenas (SC) e 93 (54,7%) apresentavam EP-NECs células não pequenas (não SC). Em comparação com o subgrupo de células pequenas, os pacientes com células não pequenas apresentaram índice médio de Ki-67 inferior (69,3% vs. 78,7%; p = 0,002); menor proporção de casos com índice Ki-67 ≥ 55% (73,9% vs. 88,7%; p = 0,025); sensibilidade reduzida à platina/etoposídeo de primeira linha (taxa de resposta objetiva: 31,6% vs. 55,1%, p = 0,015; e taxa de controle da doença; 59,7% vs. 79,6%, p = 0,027); e pior sobrevida livre de progressão (SLP) (HR ajustado = 1,615, p = 0,016) e sobrevida global (SG) (HR ajustado = 1,640, p = 0,015) no cenário avançado.

Na coorte EP-NEC avançada, os subgrupos de células pequenas e índice Ki-67 <55% vs> 55% e não pequenas células tiveram sobrevida livre de progressão e SG significantemente piores.

Os resultados mostram ainda que o subtipo morfológico do carcinoma neuroendócrino extrapulmonar fornece informações complementares ao índice Ki-67 e pode auxiliar na identificação de pacientes que poderiam se beneficiar de estratégias alternativas à platina / etoposídeo como tratamento de primeira linha.

“Este estudo fornece um sinal do impacto prognóstico do subtipo morfológico em pacientes com EP-NEC, especialmente dentro do subgrupo com um índice Ki-67 de ≥55%, onde as curvas de Kaplan-Meier para SLP e SG divergem mais nitidamente. Além disso, sugerem que o relato do subtipo morfológico deve ser considerado na investigação diagnóstica de pacientes com EP-NEC, pois fornece informações prognósticas complementares ao índice Ki-67 e pode potencialmente orientar a decisão de tratamento de primeira linha”, destacam os autores.

Os pesquisadores observam que estudos de sequenciamento de última geração revelaram novos alvos terapêuticos potenciais para pacientes com EP-NECs, como mutação BRAFV600 frequente em NECs colorretais, instabilidade de microssatélites em GEPNECs e amplificação de MYCN/Aurora quinase A em NECs de próstata, abrindo caminho para o uso de terapias direcionadas e imunoterapia nessa população.

“Esforços em curso para continuar caracterizando o perfil molecular e imunológico de EP-NEC devem esclarecer se diversidades biológicas críticas sustentam os dois subtipos morfológicos, apoiando ou não a necessidade de abordar essas duas entidades de modo distinto. Além disso, há heterogeneidade conhecida entre os locais de origem do EP-NEC no que diz respeito aos resultados de sobrevida, proporção de subtipos SC e não SC e características genômicas”, avaliam.

Na verdade, EP-NECs em diferentes locais de origem têm uma prevalência variável de características moleculares específicas do local, principalmente compartilhadas com tumores não neuroendócrinos dos mesmos órgãos, bem como mutações de TP53 e RB1 (virtualmente onipresentes no SCLC). Seria interessante explorar se e como o subtipo morfológico desempenha um papel na geração dessa diversidade biológica”, concluem.

O estudo contou com participação da oncologista Rachel Riechelmann e da patologista Laura Claro, do A.C.Camargo Cancer Center.

Referência: Frizziero, M.; Durand, A.; Taboada, R.G.; Zaninotto, E.; Luchini, C.; Chakrabarty, B.; Hervieu, V.; Claro, L.C.L.; Zhou, C.; Cingarlini, S.; et al. Is the Morphological Subtype of Extra-Pulmonary Neuroendocrine Carcinoma Clinically Relevant? Cancers 2021, 13, 4152. https:// doi.org/10.3390/cancers13164152

 

 

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