Biobanco de Barretos apoia pesquisas em oncologia translacional

marcia marques barretos bxPesquisadores do Hospital de Câncer de Barretos (Hospital de Amor) reportam os 14 anos da experiência com o biobanco da instituição e seu impacto sobre o cenário da pesquisa em oncologia translacional brasileira. Publicado na revista Cell Tissue Bank, o trabalho tem como autora sênior a pesquisadora Márcia Marques (foto), coordenadora do Biobanco da instituição.

Em 2006, o Hospital do Câncer de Barretos implantou um biobanco (BB-HCB), que é responsável por processar, armazenar e fornecer diferentes tipos de material biológico de participantes de pesquisa, com e sem câncer. Neste artigo, Neuber e colegas descrevem a história do BB-HCB, responsável pelo processamento, armazenamento e fornecimento de material biológico e/ou genético de pacientes com câncer, impactando diretamente no cenário da pesquisa em oncologia translacional no Brasil.

De 2006 a 2019, o BB-HCB abrigou 252.069 amostras, de 44.933 participantes, representada por 15 diferentes bioespécimes. “De acordo com os nossos dados, a topografia mais coletada e armazenada nos homens são os tumores de cabeça e pescoço (29%); nas mulheres o câncer de mama é o mais representado (28%)”, descrevem os autores. “Consórcios e projetos nacionais e internacionais, como o Cancer Genome Atlas, tiveram apoio do BB-HCB como fonte de conhecimento para a comunidade científica, possibilitando o desenvolvimento de estudos de alta qualidade, com as mais diversas categorias de tumor e alta representatividade da população brasileira”, prosseguem.

O êxito do BB-HCB nesses 14 anos de experiência é atribuído a uma equipe multidisciplinar responsável por garantir a qualidade de todos os processos recomendados pelas diretrizes internacionais, além da infraestrutura de ponta, com equipamentos capazes de garantir a qualidade de todo o material solicitado por pesquisadores, o que inclui material genético (DNA e RNA) e /ou bioespécimes inteiros.

No Brasil, o número de casos de câncer para os próximos anos deve saltar para 625.000, segundo estimativas do INCA para o triênio 2020-2022 (INCA,2020). Neste contexto, a pesquisa científica tem desempenhado papel essencial no desenvolvimento de métodos seguros e eficazes para prevenir, detectar, diagnosticar e tratar o câncer, o que ajuda a dimensionar a importância do biobanco do Hospital de Câncer de Barretos. “Este é um trabalho inédito no cenário de Biobanco do Brasil e acreditamos que a implementação do nosso Biobanco pode auxiliar não só outras instituições e pesquisadores, mas também os pacientes no futuro”, avalia Marcia.

O trabalho é fruto do doutorado de Ana Caroline Neuber. 

Referências: Neuber, A.C., Tostes, C.H., Ribeiro, A.G. et al. The biobank of barretos cancer hospital: 14 years of experience in cancer research. Cell Tissue Bank (2021). https://doi.org/10.1007/s10561-021-09941-9