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AtualizadoQui, 28 Mar 2024 2pm

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FDG PET/CT e envolvimento da medula óssea no estadiamento inicial de pacientes com linfoma não-Hodgkin agressivo

rafael nunes 2021Estudo publicado no European Journal of Nuclear Medicine and Molecular Imaging buscou determinar se o estadiamento inicial por FDG PET/CT fornece informações relevantes para o tratamento do envolvimento da medula óssea (BMI) em pacientes com linfoma não-Hodgkin agressivo e poderia poupar a biópsia. “O trabalho alemão é a maior coorte prospectiva (930 pacientes analisados) que objetivou analisar a acurácia do FDG PET/CT na detecção do envolvimento da medula óssea por linfomas não Hodgkin agressivos, além de comparar a detectabilidade de infiltração medular entre o PET e a biópsia de medula óssea”, destaca Rafael Fernandes Nunes (foto), médico nuclear da Divisão de imagem PET/CT do Hospital Sírio-Libanês e da Rede Américas de Oncologia.

A tomografia por emissão de pósitrons com flúor-18-fluorodeoxiglicose combinada com a tomografia computadorizada (FDG PET/CT) é o padrão para o estadiamento do linfoma não-Hodgkin (LNH) agressivo.

Nessa análise agrupada, foram incluídos pacientes dos estudos PETAL (NCT00554164) e OPTIMAL> 60 (NCT01478542) com linfoma não-Hodgkin de células B agressivo inicialmente estadiado por FDG PET/CT e biópsia de medula óssea. O padrão de referência para confirmar o envolvimento da medula óssea incluiu biopsia da medula positiva e/ou FDG PET/CT confirmado por biópsia direcionada, imagem complementar (TC ou ressonância magnética) ou desaparecimento simultâneo das lesões focais ávidas por FDG na medula óssea e das outras lesões de linfoma durante a imunoquimioterapia.

Resultados

Entre 930 pacientes, o envolvimento da medula óssea foi detectado pela biópsia em 85 (prevalência 9%) e pelo FDG PET/CT em 185 (20%) casos, totalizando 221 casos (24%). Todos os 185 casos PET-positivos foram verdadeiros positivos, e 709 de 745 casos PET-negativos foram verdadeiros negativos.

Para biópsia da medula óssea e FDG PET/CT, a sensibilidade foi de 38% (95% CI: 32-45%) e 84% (CI: 78-88%), especificidade de 100% (CI: 99-100%) e 100% (CI: 99-100%), valor preditivo positivo 100% (CI: 96-100%) e 100% (CI: 98-100%), e valor preditivo negativo 84% (CI: 81-86%) e 95% (CI: 93-97%), respectivamente. Em todos os 36 casos PET-negativos com envolvimento de medula óssea confirmado, os pacientes apresentaram outros fatores adversos de acordo com o International Prognostic Index (IPI) que impediram uma mudança do tratamento padrão. Assim, a biópsia de medula óssea não teria influenciado o manejo do paciente.

“Comprovam-se, assim, dados indicados previamente por estudos menores ou retrospectivos, que apontam para a não-realização da biópsia de medula óssea nos pacientes estadiados com PET/CT. Dessa forma, os doentes podem ser poupados de uma nova ida a um ambiente hospitalar para a realização de um procedimento invasivo e doloroso. Por fim, também se desoneram os custos dos sistemas de saúde da realização rotineira deste procedimento”, observa Nunes.

Segundo o especialista, os resultados endossam conceitos já aplicados atualmente na prática clínica e em tumor boards de que a positividade para infiltração medular ao PET deve ser considerada nos pacientes que demonstram hipermetabolismo focal ou um padrão difusamente heterogêneo de captação na medula. “Por outro lado, a presença de hipermetabolismo difuso e uniforme em toda a medula óssea, de padrão homogêneo, não deve ser classificado como acometimento pelo linfoma. Na maioria dos casos, essa captação difusa representa expansão medular/processos reacionais. No estudo, a minoria dos indivíduos com esse padrão de captação difusa que apresentaram infiltração da medula óssea pela biópsia, os resultados da análise histológica indicaram que o envolvimento se dava por variantes de baixo grau ou baixa celularidade, tendo, desta forma, limitado valor prognóstico ou de alteração de conduta”, esclarece.

“Esse mesmo racional já é bem estabelecido nos pacientes com linfoma de Hodgkin, em que habitualmente já se prescinde da biópsia de medula óssea em detrimento do estadiamento pelo FDG PET/CT. Com as novas evidências, as abordagens para todos os pacientes com linfomas ávidos por FDG se alinham, com o FDG PET/CT sendo suficiente (desde que bem analisado) para a avaliação medular tanto nos linfomas de Hodgkin quanto nos linfomas não-Hodgkin agressivos”, conclui.

Referência: Kaddu-Mulindwa D, Altmann B, Held G, Angel S, Stilgenbauer S, Thurner L, Bewarder M, Schwier M, Pfreundschuh M, Löffler M, Menhart K, Grosse J, Ziepert M, Herrmann K, Dührsen U, Hüttmann A, Barbato F, Poeschel V, Hellwig D. FDG PET/CT to detect bone marrow involvement in the initial staging of patients with aggressive non-Hodgkin lymphoma: results from the prospective, multicenter PETAL and OPTIMAL>60 trials. Eur J Nucl Med Mol Imaging. 2021 Apr 29. doi: 10.1007/s00259-021-05348-6. Epub ahead of print. PMID: 33928400.

https://link.springer.com/article/10.1007/s00259-021-05348-6


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