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AtualizadoSeg, 22 Abr 2024 2pm

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Seguimento de mulheres rastreadas para câncer de colo do útero no SUS em São Paulo

caroline ribeiroEstudo publicado na Cancer Epidemiology avaliou o seguimento das mulheres rastreadas para câncer do colo do útero no Sistema Único de Saúde (SUS) em São Paulo. O artigo é fruto da tese de doutorado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) de Caroline Madalena Ribeiro (foto), da Divisão de Detecção Precoce e apoio à Organização de Rede do Instituto Nacional do Câncer (INCA).

“Esse estudo é o resultado de uma parceria entre a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), a London School of Hygiene and Tropical Medicine, Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal de Juiz de Fora e Universidade Federal da Bahia”, esclarece Caroline.

A incidência e a mortalidade por câncer cervical são maiores no Brasil em comparação com outros países ocidentais. Apesar do acesso ao rastreamento por citologia ter aumentado no país nas últimas décadas, poucos estudos avaliaram a qualidade do acompanhamento de mulheres com exames de rastreamento anormais que exigem uma investigação mais aprofundada.

Realizado no estado de São Paulo, o estudo de coorte incluiu mulheres com mais de 25 anos, que foram rastreadas em 2010, e cujo exame citopatológico revelou uma lesão de alto grau ou mais grave. Informações de acompanhamento sobre investigações diagnósticas, tratamentos e mortalidade foram obtidas por meio de relacionamento probabilístivo entre baeses de dados dos sistemas de informações do SUS.

O método de Kaplan-Meier foi utilizado para estimar os tempos medianos entre o rastreamento e a investigação diagnóstica, e o diagnóstico e o início do tratamento. Modelos de sobrevivência de Cox foram usados ​​para identificar fatores associados aos maiores intervalos de tempo.

Resultados

4300 mulheres tiveram um resultado de exame citopatológico de lesão alto grau ou mais grave. Destas, 2.788 (64,8%) tinham registro de investigação diagnóstica, 1763 (41%) diagnóstico confirmado de lesão precursora ou câncer, e 1.247 (70,7%) registro de tratamento. O tempo médio para o diagnóstico foi de 190 dias, com probabilidade de 7% de ser submetida a uma investigação diagnóstica em até 30 dias após o teste de triagem anormal. O tempo médio de tratamento foi de 81 dias, com probabilidade de tratamento em até 60 dias após a confirmação do diagnóstico de 44%.

“Os tempos para diagnóstico e tratamento foram longos, bem acima das recomendações. Estratégias para melhorar o atendimento de acompanhamento devem ser priorizadas para garantir que o rastreamento reduza a incidência e a mortalidade por câncer cervical”, destacam os autores.

Caroline ressalta que a utilização de dados dos sistemas de informação do SUS mostra a importância dos sistemas de informação do Brasil, que podem contribuir muito na avaliação e planejamento das políticas de saúde no país. “A alta frequência de mulheres com exames de rastreamento alterados e que não foram identificadas nas bases de dados de diagnóstico mostram a necessidade de qualificar os registros e melhorar o seguimento dessas mulheres no SUS. Menos de 7% das mulheres com exames alterados tiveram a confirmação diagnóstica em até 30 dias, o que reforça a necessidade de ampliar e agilizar a oferta de diagnóstico do câncer do colo do útero”, conclui.

Referência: Caroline Madalena Ribeiro, Isabel dos Santos Silva, José Eluf Neto, Lise Cristina Pereira Baltar Cury, Gulnar Azevedo e Silva, Follow-up of women screened for cervical cancer in São Paulo, Brazil: An analysis of the times to diagnostic investigation and treatment, Cancer Epidemiology, Volume 72, 2021, 101940, ISSN 1877-7821, https://doi.org/10.1016/j.canep.2021.101940

 

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