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Fusão BRD4-NOTCH3 e características clínicas em pacientes com câncer

fabiano gilberto 2021Estudo liderado pelo oncologista Fabiano de Almeida Costa (na foto, à esquerda), do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP-FMUSP), buscou caracterizar a correlação da fusão BRD4-NOTCH3 com características clínicas e determinar a frequência dessa fusão na população oncológica. O trabalho foi publicado no periódico Lung Cancer. O oncologista Gilberto de Castro Jr. é o autor sênior do trabalho.

As fusões gênicas estão se tornando mais evidentes no cenário do câncer, tanto por constituírem alterações driver, como pelo potencial alvo terapêutico em muitos casos.

O estudo incluiu um paciente do sexo masculino (76 anos) com diagnóstico de adenocarcinoma de pulmão no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Avaliações moleculares demonstraram ALK e EGFR negativos, com expressão de PD-L1 positiva em 60%.

O paciente foi tratado com quimioterapia de primeira linha e imunoterapia de segunda linha. Os tratamentos subsequentes retomam as reexposições à quimioterapia com respostas fracas. Um ensaio baseado em sequenciamento de última geração (NGS) foi realizado na biópsia do tumor, revelando principalmente mutação em STK11, estabilidade de microssatélites, carga mutacional tumoral (TMB) intermediária, amplificação MYC e uma fusão BRD4-NOTCH3.

“A análise do breakpoint dessa fusão indica que os domínios ativos de BRD4 estão preservados, sugerindo que ele manteve a atividade de ligação ao DNA, bem como sua capacidade de ser interrompido por inibidores de BET.

O banco de dados da Foundation Medicine foi pesquisado para todas as fusões BRD4-NOTCH3 entre mais de 230 mil espécimes e foi encontrado em 87 novos casos em uma taxa de 0,04% de ocorrência em tumores sólidos, predominantemente em cânceres ginecológicos. A mesma taxa foi encontrada quando analisado um conjunto de dados diferente.

“Este é o primeiro relato da fusão gênica BRD4-NOTCH3 associada à caracterização clínica e, embora rara, a ocorrência dessa fusão é constante em diferentes populações. Nossos dados sugerem que esta fusão tem grande potencial para terapia-alvo”, destacam os autores.

“O trabalho conjunto da equipe assistencial de oncologistas e do time de pesquisadores translacionais do Hospital Sírio-Libanês, neste estudo com a coautoria das médicas Mariane Amano e Paula Asprino, nos permitiu aprofundar a investigação e o entendimento dos achados genéticos desta neoplasia neste paciente em especial”, observa Costa.

O oncologista acrescenta que apesar de alguns estudos de fase I e fase II ainda não terem estabelecido o uso de inibidores de BET, entendemos que a descrição clínica de um paciente que apresente a nova fusão é de grande importância para permitir os próximos passos no desenvolvimento de novos tratamentos com maior poder de precisão”, conclui.

Referência: Revealing the BRD4-NOTCH3 fusion: A novel hill in the cancer landscape - Fabiano de Almeida Costa; Mariane Tami Amano; Paula Fontes Asprino; Dean C. Pavlick; Cibele Masotti; Leonardo Testagrossa; Gilberto de Castro Junior - Published: February 17, 2021 DOI:https://doi.org/10.1016/j.lungcan.2021.02.016

 

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