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AtualizadoSeg, 22 Abr 2024 2pm

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Manejo dos efeitos colaterais da hormonioterapia adjuvante no câncer de mama

maria alice franzoi bxA oncologista Maria Alice Franzoi (foto), fellow do Institut Jules Bordet, Bélgica, é primeira autora de revisão publicada no Lancet Oncology que apresenta um resumo abrangente dos dados de eficácia e segurança das intervenções disponíveis (estratégias farmacológicas hormonais e não hormonais, abordagens não farmacológicas e medicina complementar e alternativa) para controlar os efeitos colaterais associados à hormonioterapia adjuvante em pacientes com câncer de mama.

A crescente disponibilidade de terapias mais eficazes tem contribuído para o aumento da sobrevida de pacientes com câncer de mama. No caso do câncer de mama precoce de subtipo receptor hormonal positivo, o aumento da sobrevida está fortemente correlacionado com o uso da hormonioterapia adjuvante. Entretanto, esta terapia pode causar efeitos colaterais que têm consequências importantes em termos de adesão ao tratamento e qualidade de vida das pacientes.

Para pacientes mais jovens, pré-menopáusicas, esses efeitos colaterais podem ser ainda mais proeminentes devido à supressão abrupta do estrogênio associada a regimes mais intensos de hormonioterapia.

“Uma importante ambição do tratamento do câncer no século 21 é além de oferecer tratamentos com maior índice de cura, também recuperar a qualidade de vida e as funções, físicas, emocionais e sociais que estavam presentes antes do diagnóstisco de câncer, o que só é possível atenuando os efeitos colaterais dos tratamentos”, destacam os autores.

Entre os efeitos colaterais mais prevalentes em pacientes com câncer de mama em hormonioterapia adjuvante, o artigo apresenta um resumo das intervenções disponíveis para o controle de fogachos, disfunção sexual, ganho de peso, sintomas musculoesqueléticos e fadiga.

“O impacto negativo desses sintomas não resolvidos (frequentemente por vários anos) sobre os pacientes não deve ser subestimado. Os efeitos colaterais da hormonioterapia devem ser avaliados rotineiramente durante as consultas, porque várias intervenções testadas em ensaios clínicos randomizados estão disponíveis para controlá-los ou revertê-los. Isso é crucial para aumentar a adesão ao tratamento e a qualidade de vida durante a hormonioterapia adjuvante. A presença e o grau de gravidade dos efeitos colaterais bem como seu impacto na vida cotidiana devem ser avaliados durante as consultas e equilibrados com as expectativas do paciente com a intervenção de suporte”, destaca Maria Alice.

O artigo ressalta que os instrumentos ou scores avaliados para medir os resultados das intervenções frequentemente diferem entre os estudos, o que torna difícil agrupar os dados para fornecer recomendações de tratamento claras. Além disso, a duração da intervenção de suporte é uma importante lacuna do conhecimento atual, considerando a indicação de hormonioterapia por até 5 a 10 anos após o diagnóstico. “Após consideração cuidadosa da eficácia, segurança e perfil de eventos adversos associados as intervenções, uma decisão deve ser tomada levando em consideração os recursos disponíveis, reembolso por sistemas de saúde privados e / ou públicos, consequências nos recursos financeiros dos pacientes e preferência”, avalia. Existem intervenções que podem agir em mais de um sintoma (por exemplo: exercício físico, mindfulness, terapia cognitivo-comportamental), e este também é um ponto importante a ser considerado.

Os autores reconhecem que as estratégias de medicina complementar e alternativa não são procedimentos totalmente uniformes e que, consequentemente, os resultados da intervenção podem variar de acordo com o protocolo utilizado, a formação do profissional de saúde e as características do paciente. Além disso, poucos estudos compararam estratégias de medicina complementar e alternativa com intervenções tradicionais.

“Considerando a futura disponibilidade de estratégias adjuvantes escalonadas, incluindo combinações com terapias-alvo (inibidores de CDK 4/6, por exemplo) caracterizadas por um perfil de segurança peculiar, espera-se que o impacto negativo dos efeitos colaterais relacionados à hormonioterapia adjuvante se torne ainda mais relevante em um futuro próximo e uma maior atenção ao manejo de efeitos adversos provavelmente se tornará essencial”, concluem os pesquisadores.

Referência: Evidence-based approaches for the management of side-effects of adjuvant endocrine therapy in patients with breast cancer - Maria Alice Franzoi, MD; Elisa Agostinetto, MD; Marta Perachino, MD; Lucia Del Mastro, MD; Evandro de Azambuja, MD; Ines Vaz-Luis, MD; Prof Ann H Partridge, MD; Matteo Lambertini, MD - Published: April 20, 2021 DOI:https://doi.org/10.1016/S1470-2045(20)30666-


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