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AtualizadoQua, 24 Abr 2024 1pm

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CTCs como fator prognóstico no câncer colorretal metastático

Virgilio ASCOGI NET OKO oncologista Virgílio Souza (foto), médico do A.C.Camargo Cancer Center, é o primeiro autor de estudo prospectivo que avaliou as células tumorais circulantes (CTCs) como potencial marcador prognóstico no câncer colorretal metastático (CCRm). O trabalho foi publicado no periódico Diagnostics, como parte da edição especial ‘A Novel Class of Biomarkers: Novelties and Criticisms about Liquid Biopsy in Solid Tumors’. A pesquisadora Ludmilla Domingos Chinen é a orientadora do trabalho.

“Devido à heterogeneidade do câncer colorretal metastático, ainda não foi descoberto um biomarcador de prognóstico sensível e específico que possa ser aplicado em todos os casos para projetar estratégias de tratamento personalizadas ideais. Atualmente, as terapias para pacientes com CCRm são desenvolvidas com base nos sintomas, local do tumor primário, tratamentos anteriores, estágio do câncer, avaliação molecular (mutações BRAF, KRAS ou NRAS e instabilidade de microssatélites), comorbidades e objetivos de tratamento”, esclarecem os autores.

A descoberta de biomarcadores preditivos no câncer colorretal metastático (CCRm) é essencial para melhorar os resultados clínicos. Dados recentes sugerem um papel potencial das células tumorais circulantes (CTCs) como indicadores de prognóstico.

Neste estudo, a análise de CTCs realizada no baseline (CTC1), antes do início da quimioterapia; e dois meses após o início do tratamento (CTC2). Foram avaliadas as expressões de CTC de proteínas associadas à resistência aos medicamentos. A sobrevida livre de progressão (SLP) e a sobrevida global (SG) foram estimadas pelo método Kaplan-Meier.

Foram inscritos 75 pacientes entre maio de 2012 e maio de 2014, com mediana de 59 anos de idade (24-81 anos), sendo a maioria do sexo masculino (n = 42; 56%). Todos tinham doença metastática no momento da inscrição, incluindo 22,7% (n = 17) com metástases confinadas ao fígado e 37,3% (n = 28) com metástases extra-hepáticas e hepáticas.

A maioria dos pacientes apresentava PS ECOG 0 ou 1 e nenhum apresentou contraindicações à quimioterapia sistêmica. 41% (n = 31) haviam sido submetidos a ressecções cirúrgicas anteriores à metástases; 25% (n = 19), 12% (n = 9) e 4% (n = 3) tiveram ressecções de metástases hepáticas, pulmonares e hepáticas e pulmonares, respectivamente.

Resultados

A análise CTC1 inicial foi concluída antes do início da quimioterapia de primeira linha em 38 de 75 pacientes (50,6%); antes do início da terapia de segunda linha (após a progressão da doença durante a terapia de primeira linha) em 20 de 75 pacientes (26,7%); e após a progressão durante a terapia de segunda linha em 17 de 75 pacientes (22,7%).

A mediana de sobrevida foi de 34,5 meses (95% IC, 28,3–40,7 meses). A mutação RAS foi associada a uma mediana de sobrevida de 20,1 meses (95% CI, 10,7-29,5 meses), significativamente menor em comparação com pacientes RAS- selvagem, nos quais a sobrevida média foi de 41 meses (95% CI, 32,3- 49,7 meses; log-rank p = 0,001).

Pacientes com tumores de cólon direito tiveram mediana de sobrevida inferior (20,5 meses, 95% CI, 11,3-29,9) quando comparados com pacientes com tumores do lado esquerdo (39,5, 95% CI, 30,3-48,7 meses; log-rank p = 0,015).

Um cut off de CTC1 > 1,5 CTCs/mL foi associado a uma mediana de sobrevida global inferior em comparação com valores mais baixos. Uma diferença de CTC2 − CTC1 > 5,5 CTCs/mL foi associada a uma mediana de sobrevida livre de progressão reduzida.

Por análise multivariada, CTC1> 1,5 CTCs / mL foi um fator prognóstico independente para pior sobrevida global. A expressão da proteína de resistência a múltiplos fármacos 1 (MRP-1) foi associada a uma mediana de sobrevida global baixa e possível correlação com a ausência de resposta ao irinotecano.

Em conclusão, o estudo com uma amostra heterogênea de 75 pacientes com câner colorretal metastático demonstrou a utilidade clínica das avaliações de células tumorais circulantes. “As análises quantitativas, cinéticas e de proteínas de resistência de CTCs, juntamente com outros fatores clínicos e moleculares, permitem melhores previsões de prognóstico individualizado. Nosso estudo sugere que CTCs representam uma ferramenta promissora para futuras investigações clínicas para corroborar esses achados e, assim, permitir ao oncologista selecionar pacientes cujos cânceres são mais propensos a responder a regimes de tratamento específicos, otimizando a sequência de opções terapêuticas para esses pacientes”, concluíram os autores.

Referência: Silva, Virgílio S.e; Abdallah, Emne A.; Brito, Angelo B.C.d.; Braun, Alexcia C.; Tariki, Milena S.; de Mello, Celso A.L.; Calsavara, Vinicius F.; Riechelmann, Rachel; Chinen, Ludmilla T.D. 2021. "Baseline and Kinetic Circulating Tumor Cell Counts Are Prognostic Factors in a Prospective Study of Metastatic Colorectal Cancer" Diagnostics 11, no. 3: 502. https://doi.org/10.3390/diagnostics11030502


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