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AtualizadoQui, 28 Mar 2024 7pm

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Rastreio de metástases pulmonares na neoplasia trofoblástica gestacional

braga 21 bxAntonio Braga (foto), professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade Fluminense (UFF), é primeiro autor de editorial do British Journal of Cancer (BJC) que discute o rastreio inicial de metástases pulmonares na neoplasia trofoblástica gestacional (NTG), no esteio dos resultados publicados por Parker et al. “A TC de tórax não influencia o resultado geral do tratamento ou o tempo para remissão. Assim, endossamos a recomendação da Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO) de que o rastreamento de metástases na NTG deve ser feito com radiografia de tórax”, reforça o editorial.

O surgimento de novos antineoplásicos e esquemas de tratamento têm possibilitado curar os casos de NTG, inclusive na doença quimiorresistente ao metotrexato (MTX), levando a uma queda significativa na letalidade. Fica evidente a importância de identificar quais pacientes provavelmente não irão responder à quimioterapia de agente único e requerem outra abordagem inicial.

Braga e colegas da Harvard Medical School, que assinam o editorial, descrevem que especialistas dedicados ao tratamento de NTG têm usado desde 2000 o sistema de pontuação de estadiamento e prognóstico desenvolvido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela FIGO para determinar quais pacientes apresentam baixo risco de desenvolver quimiorresistência e, portanto, devem ser tratados com quimioterapia de agente único (pontuação ≤ 6), e quais pacientes apresentam alto risco de resistência à quimioterapia de agente único e precisam de tratamento multiagente (pontuação ≥ 7).

Como o sítio mais comum de metástase de NTG é o pulmão, o tamanho e o número de metástases pulmonares têm impacto na avaliação correta do escore prognóstico. A OMS/FIGO recomenda o rastreamento com radiografia torácica, mas o uso de tomografia computadorizada (TC) de tórax tem se tornado cada vez mais comum no estadiamento do câncer.

Parker et al., do Sheffield Trophoblastic Disease Reference Center, compararam TC torácica e raio-X de tórax no rastreio de metástases pulmonares de 589 pacientes com NTG. A TC de tórax aumentou o número total de metástases detectadas, aumentando o escore FIGO em 188 de 589 pacientes (31,9%) e até reclassificando 43 (7,3%) pacientes do grupo de baixo para alto risco. No entanto, entre os 43 pacientes que foram reclassificados com doença de alto risco, 23 (53,5%) foram curados com quimioterapia com agente único.

"O artigo de Parker et al. mostra claramente que a TC de tórax não deve substituir a radiografia de tórax no tratamento de NTG. É de vital importância que os achados da TC de tórax não sejam usados ​​na pontuação de risco da OMS/FIGO", alerta o editorial do BJC.

A principal mensagem, segundo Braga e colegas, é de que a TC de tórax melhora a previsão da resistência à quimioterapia com agente único, mas não influencia o resultado geral do tratamento ou o tempo para normalização do nível de gonadotrofina coriônica humana (hCG).

"O uso da TC de tórax para atribuir um escore de risco prognóstico está em conflito com os melhores objetivos do tratamento, mesmo sem levar em conta a exposição extra à radiação e os custos envolvidos na realização da TC. Existem vários exemplos na medicina onde os avanços tecnológicos nem sempre melhoraram os cuidados com os pacientes. Parker et al. apoiam a recomendação da FIGO de que o rastreamento de metástases de NTG deve ser feito com radiografia de tórax. Vale lembrar: menos, às vezes, é mais!", conclui o editorial.

Referências:

1 - Braga, A., Elias, K.M., Horowitz, N.S. et al. When less is more: regarding the use of chest X-ray instead of computed tomography in screening for pulmonary metastasis in postmolar gestational trophoblastic neoplasia. Br J Cancer 124, 1033–1034 (2021). https://doi.org/10.1038/s41416-020-01209-5

2 - Parker V. L., Winter M. C., Whitby E., Parker W. A. E., Palmer J. E., Tidy J. A. et al. Computed tomography chest imaging offers no advantage over chest X-ray in the initial assessment of gestational trophoblastic neoplasia. Br. J. Cancer. https://doi.org/10.1038/s41416-020-01206-8 (2020). 

 

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