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AtualizadoSeg, 18 Mar 2024 5pm

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Daichii Sankyo

 

Resultados finais de imatinibe adjuvante no GIST localizado

tulio pfifer 21Após 9,1 anos de acompanhamento, análise final de estudo colaborativo de Fase III realizado pelo EORTC Soft Tissue and Bone Sarcoma Group, Australasian Gastro-Intestinal Trials Group, UNICANCER, French Sarcoma Group, Italian Sarcoma Group, e Spanish Group for Research on Sarcomas demonstrou a eficácia do tratamento adjuvante com imatinibe em pacientes com tumor estromal gastrointestinal localizado (GIST) em termos de prolongamento da sobrevida livre de recidiva (RFS). Os resultados foram publicados no Annals of Oncology. “Mais um importante estudo de tratamento adjuvante de GIST publicou seus dados finais”, destaca Tulio Pfiffer (foto), oncologista do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, que analisa os resultados.

Iniciado em 2004, o ensaio clínico randomizado, aberto e multicêntrico de Fase III foi realizado em 112 hospitais em 12 países. Pacientes com GIST localizado com risco intermediário/alto foram randomizados para 2 anos de imatinibe (400 mg/dia) ou nenhuma terapia adicional após a cirurgia R0-R1. O endpoint primário foi a sobrevida livre de falha de imatinibe (IFFS); os endpoints secundários incluíram sobrevida livre de recidiva (RFS), intervalo livre de recidiva (RFI), sobrevida global (SG) e toxicidade. Os resultados da análise provisória foram publicados em 2015 por recomendação de um comitê de revisão de dados independente.

Entre janeiro de 2005 e outubro de 2008, 908 pacientes foram randomizados (imatinibe, n = 454; observação, n = 454); 835 pacientes foram considerados elegíveis. Com um acompanhamento médio de 9,1 anos, a sobrevida livre de falha (IFFS) em 5 anos foi de 87% e em 10 anos de 75% no braço do imatinibe versus 83% e 74% no braço controle (hazard ratio [HR] 0,87, 95,7% CI 0,65, 1,15; p = 0,31).

A sobrevida livre de recidiva (RFS) foi de 70% versus 63% em 5 anos e 63% versus 61% em 10 anos, (HR = 0,71, 95% CI [0,57; 0,89], p = 0,002); e a sobrevida global em 5 anos foi de 93% vs 92% e 80% vs 78% em 10 anos (HR = 0,88, 95% CI [0,65; 1,21], p = 0,43) para imatinibe e controle, respectivamente.

Entre 526 pacientes com GIST de alto risco por patologia local, IFFS e RFS em 10 anos foram 69% versus 61% e 48% versus 43%, respectivamente.

Tanto para sobrevida global como para o potencial surrogate de IFFS definido neste estudo, os dados não mostraram um efeito a favor do tratamento adjuvante com imatinibe em geral, mas foi observada uma tendência de melhor IFFS no grupo de pacientes com GIST de alto risco.

“Embora a diferença não tenha sido estatisticamente significativa e o valor de substituição de tal endpoint não seja validado, os resultados apoiam os relatados pelo estudo escandinavo/alemão publicado anteriormente, mostrando uma sobrevida global pequena, mas de benefício significativo em longo prazo em pacientes com GIST de alto risco tratados com imatinibe adjuvante por 3 anos”, concluíram os autores.

Em editorial que acompanha a publicação, Mikael Eriksson, do Departamento de Oncologia do Skåne University Hospital, Suécia, e Heikki Joensuu, da University of Helsinki, Finlândia, observam que os resultados dos três estudos randomizados sugerem que a seleção cuidadosa do paciente para o imatinibe adjuvante é de importância crítica e que a administração do imatinibe adjuvante por um período longo o suficiente é provavelmente necessária. “Atualmente, 3 anos de imatinibe adjuvante continua sendo o padrão de tratamento para pacientes com alto risco de recorrência de GIST e status mutacional que sugere sensibilidade ao imatinibe, apesar da cirurgia macroscopicamente completa. No entanto, a avaliação da segurança e eficácia do imatinibe adjuvante com duração superior a 3 anos continua sendo avaliada em dois estudos em andamento”, afirmam.

Inicialmente, o objetivo primário do estudo era sobrevida global. Porém, em análise interina realizada em março 2009, o comitê independente de análise de data decidiu alterar o objetivo primário para sobrevida livre de falha de imatinibe (IFFS); os endpoints secundários incluíram sobrevida livre de recidiva (RFS), intervalo livre de recidiva (RFI), sobrevida global (SG) e toxicidade”, esclarece Pfiffer.

Segundo o especialista, o trabalho deve ser interpretado em conjunto com o estudo alemão SSGXVIII/AIO. “O estudo alemão recrutou 397 pacientes com GIST de alto risco para receber imatinibe adjuvante por 12 meses versus 36 meses (anos). Os dados finais com 10 anos de seguimento foram publicados no JAMA Oncology em 2020 e demonstraram ganho de SG em favor de tratamento adjuvante 3 anos (HR:0.5 IC: 0,32 – 0,8, p=0,003)”, explica.

“Portanto os dados finais do EORTC/Intergrupo reforçam a importância de terapia adjuvante com imatinibe. Porém a duração do tratamento é muito importante. E os dados precisam ser interpretados em conjunto com os demais estudos. Dessa forma o tempo padrão de adjuvância permanece sendo 3 anos de imatinibe”, conclui Pfiffer. 

Referências:

1- Casali PG, Le Cesne A, Poveda Velasco A, et al. Final analysis of the randomized trial on imatinib as an adjuvant in localized gastrointestinal stromal tumors (GIST) from the EORTC Soft Tissue and Bone Sarcoma Group (STBSG), the Australasian Gastro-Intestinal Trials Group (AGITG), UNICANCER, French Sarcoma Group (FSG), Italian Sarcoma Group (ISG), Spanish Group for Research on Sarcomas (GEIS). Annals of Oncology; Published online 19 January 2021. DOI: https://doi.org/10.1016/j.annonc.2021.01.004 

2 - Eriksson M, Joensuu H. Adjuvant imatinib for GIST: duration likely matters. Annals of Oncology; Published online 29 January 2021. DOI: https://doi.org/10.1016/j.annonc.2021.01.073


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