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AtualizadoQua, 27 Mar 2024 5pm

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Dexametasona e sobrevida em pacientes com glioblastoma tratados com imunoterapia

NEURO MARCOS NET OKEstudo do Dana-Farber Cancer Institute (Boston) recentemente publicado na Clinical Cancer Research por Iorgulescu e cols mostrou que pacientes com glioblastoma em uso de dexametasona no início da terapia com anti-PD-1 apresentaram sobrevida significativamente reduzida, com efeito dose-dependente. O oncologista Marcos André Costa (foto), do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, discute os resultados.

Os pesquisadores chegaram a estas conclusões ao analisarem 181 pacientes tratados na instituição. Cerca de 75% (n=137) tinham doença recidivada e os demais eram recém-diagnosticados. Em um seguimento mediano de 22,1 meses, 153 (84.5%) já tinham falecido. Indivíduos sem uso de corticosteroide no baseline (65%) tiveram sobrevida mediana de 13,1 meses (95% CI, 11.3–14.6). Isso contrastou, frontalmente, com a sobrevida observada com < 2mg/dia da medicação (8,1 meses; p=0.001) e com ≥ 2mg/dia (6,3 meses; p=0.001). “O efeito detrimental persistiu em análises multivariadas ajustadas para momento da doença, idade, status de metilação de MGMT KPS, volume tumoral e extensão da ressecção. Estes resultados estão em linha com o que se observa em pacientes com outras neoplasias tratados com drogas imunoterápicas”, observa Costa.

Modelos murinos foram utilizados para analisar o seu impacto no sistema imune. Observou-se que a dexametasona possuía atividades inibitórias profundas sobre as imunidades celular e inata. “Houve potente interferência na contagem de linfócitos T citotóxicos, principalmente através da indução da apoptose. Sua função, e a de células NK e mielóides, também foram bastante afetadas. É muito comum na prática clínica haver necessidade de seu uso, a fim de mitigar os sintomas relacionados ao edema cerebral”, explica o oncologista.

“No entanto, o impacto destes achados para o cotidiano do oncologista fica reduzido frente aos resultados, consistentemente, negativos (CM-1432, -4983 e -5484) de anti-PD-1 em GBM. Para aqueles raros pacientes com tumores hipermutados5, bem como para aqueles tratados em estudos com vírus oncolíticos6, CAR-T cell7 ou anti-PD-1 neoadjuvante8, certamente o estudo mostra que o uso de dexametasona é um ponto de preocupação”, conclui.

Referências:

1 - Concurrent Dexamethasone Limits the Clinical Benefit of Immune Checkpoint Blockade in Glioblastoma - J. Bryan Iorgulescu, Prafulla C. Gokhale, Maria C. Speranza, Benjamin K. Eschle, Michael J. Poitras, Margaret K. Wilkens, Kara M. Soroko, Chhayheng Chhoeu, Aine Knott, Yan Gao, Mary Jane Lim-Fat, Gregory J. Baker, Dennis M. Bonal, Quang-Dé Nguyen, Gareth R. L. Grant, Keith L. Ligon, Peter K. Sorger, E. Antonio Chiocca, Ana C. Anderson, Paul T. Kirschmeier, Arlene H. Sharpe, Gordon J. Freeman and David A. Reardon - Clin Cancer Res November 25 2020 DOI: 10.1158/1078-0432.CCR-20-2291

2 – Reardon, D. JAMA Oncol 2020; 6(7):1003

3 – Press Release BMS: https://news.bms.com/news/corporate-financial/2019/Bristol-Myers-Squibb-Announces-Phase-3-CheckMate--498-Study-Did-Not-Meet-Primary-Endpoint-of-Overall-Survival-with-Opdivo-nivolumab-Plus-Radiation-in-Patients-with-Newly-Diagnosed-MGMT-Unmethylated-Glioblastoma-Multiforme/default.aspx

4 – Press Release BMS: https://news.bms.com/news/corporate-financial/2019/Bristol-Myers-Squibb-Provides-Update-on-Phase-3-Opdivo-nivolumab-CheckMate--548-Trial-in-Patients-with-Newly-Diagnosed-MGMT-Methylated-Glioblastoma-Multiforme/default.aspx

5 – Bouffet, E. J Clin Oncol 2016; 34(19):2206

6 – Peruzzi, P. Nat Rev Clin Oncol 2018; 15(11):657

7- Brown, C. N Engl J Med 2016; 375(26):2561

8 – Cloughesy, T. Nat Med 2019; 25(3):477

 


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