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AtualizadoQui, 18 Abr 2024 6pm

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Drogas anticâncer e metabólitos em efluentes hospitalares e avaliação da ecotoxicologia

henrique silveira barretos bxEstudo realizado por pesquisadores do Hospital de Câncer de Barretos (Hospital do Amor) analisou a presença de três medicamentos anticâncer e dois metabólitos em efluentes da instituição e na estação de tratamento de águas residuais municipais afluente e efluente, e avaliou a toxicidade das misturas desses compostos por meio de testes ecotoxicológicos em peixes-zebra. O pesquisador Henrique Silveira (foto) é o autor sênior do trabalho, elaborado como tese de doutorado da aluna Mariana de Oliveira Klein. Os resultados foram publicados no periódico Environmental Pollution.

O uso de quimioterápicos vem crescendo em todo o mundo, devido ao aumento do número de casos de câncer. Em vários países, principalmente na Europa, esses medicamentos foram detectados em águas residuais municipais e hospitalares. No Brasil, essa questão ainda é pouco explorada.

Neste estudo, os pesquisadores avaliaram a presença de três medicamentos anticâncer - 5-fluorouracil (5-FU), gemcitabina (GEM) e ciclofosfamida (CP), e dois metabólitos - alfa-fluoro-beta-alanina (3 -NH2-F) e 2′-desoxi-2 ′, 2′-difluorouridina (2-DOH-DiF) em efluentes do Hospital de Câncer de Barretos e na estação de tratamento de águas residuais municipais afluente e efluente.

As coletas das amostras foram realizadas na instituição e após a Estação de tratamento de água, e depois de cada coleta foram filtradas para posterior análise por espectrometria de massa por cromatografia líquida.

A presença de ciclofosfamida, gemcitabina e ambos os metabólitos (3-NH2-F e 2-DOH-DiF) foram detectados nas águas residuais do hospital e no afluente da estação de tratamento municipal. Três drogas, GEM, 2-DOH-DiF e CP, foram detectadas no efluente da estação de tratamento municipal. Duas drogas foram detectadas abaixo do limite de quantificação, 2-DOH-DiF: <LOQ (acima de 1400 ng L − 1) e CP: <LOQ (acima de 300 ng L − 1), e GEM foi quantificado em 420 ng L − 1. Além disso, 2-DOH-DiF (116.000 ng L − 1) foi detectado no nível mais alto nas águas residuais do hospital.

Os resultados demonstraram que não houve mortes de peixes-zebra em nenhuma das concentrações dos compostos detectadas em águas residuais. “Porém, observamos alterações histológicas, incluindo aneurismas e edema nas brânquias e áreas de necrose hepática. Em resumo, encontramos concentrações mais elevadas de ciclofosfamida, gemcitabina e ambos os metabólitos (3-NH2-F e 2-DOH-DiF) foram detectados pela primeira vez”, afirmaram os autores.

“É importante salientar que atualmente, não há legislação sobre a descarga de medicamentos anticâncer em efluentes no Brasil. Este estudo é o primeiro realizado com enfoque na detecção de drogas anticâncer de efluentes em um grande centro de tratamento de câncer no Brasil, podendo auxiliar em políticas públicas ambientais futuras”, concluem.

O trabalho foi apoiado pelo Ministério Público de Trabalho de Campinas e Hospital de Câncer de Barretos. 

Referência: Detection of anti-cancer drugs and metabolites in the effluents from a large Brazilian cancer hospital and an evaluation of ecotoxicologyMariana de Oliveira Klein, Sergio V. Serrano, Álvaro Santos-Neto, Claudineida Cruz, Isabella Alves Brunetti, Daniel Lebre, Maíse Pastore Gimenez, Rui M. Reis, Henrique C. S. Silveira - https://doi.org/10.1016/j.envpol.2020.115857

 


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