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AtualizadoQua, 27 Mar 2024 5pm

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Daichii Sankyo

 

MITO-7 mostra ganho de qualidade de vida com regime semanal no câncer de ovário

Nota_Mito_Autor_OK.JPGOs resultados do estudo randomizado de fase III MITO 7, publicado no Lancet Oncology, sugerem que a administração semanal do regime de quimioterapia com carboplatina e paclitaxel no tratamento do câncer de ovário foi associada a menor toxicidade, com benefícios na qualidade de vida. Esta descoberta pode representar uma nova opção como primeira linha, especialmente para mulheres com doença avançada. 

O câncer de ovário é diagnosticado em mais de 200 mil mulheres em todo o mundo a cada ano, com cerca de 125 mil mortes anuais. Os números confirmam que o tumor de ovário permanece entre as mais letais neoplasias ginecológicas, fato agravado pela detecção tardia, uma vez que cerca de 70% das mulheres com câncer de ovário são diagnosticadas já em estadios avançados da doença.


O tratamento padrão continua sendo a cirurgia, seguida da quimioterapia combinada de carboplatina e paclitaxel a cada três semanas. No entanto, o perfil de toxicidade permanece com impacto negativo sobre a qualidade de vida das pacientes. Além da alopecia, aspectos relacionados à neurotoxicidade e fadiga são os que mais preocupam.

Toxicidade

Sandro Pignata, primeiro autor do estudo, explica que a investigação envolveu 67 instituições na França e Itália. Ao todo, 404 pacientes foram selecionados para receber o tratamento padrão, a cada três semanas, e 406 para receber o regime semanal. As doses foram ajustadas para garantir a mesma intensidade.

O desenho inicial do estudo previa apenas um objetivo primário, a qualidade de vida (QoL), avaliada pelo score FACT (Functional Assessment of Ovarian Cancer). No entanto, após a divulgação dos primeiros resultados do estudo japonês NOVEL, que demonstrou ganhos importantes de sobrevida livre de progressão no grupo tratado com doses semanais em relação ao regime standard, o MITO-7 decidiu incorporar a sobrevida livre de progressão (SLP) como segundo desfecho primário.

No entanto, os resultados não demonstraram variações importantes entre os dois braços no que se refere a SLP. Após seguimento médio de 22,3 meses, foram registrados 449 eventos de sobrevida livre de progressão, com mediana de 17,3 meses (IC 95 % 15,2 -20 • 2) em pacientes designadas para o tratamento a cada 3 semanas, em comparação com 18,3 meses (16,8 -20 • 9) nas mulheres alocadas para o programação semanal (razão de risco 0,96, IC 95 % 0,80 -1 • 16 , p = 0,66).

O ganho de qualidade de vida no grupo tratado com doses semanais de quimioterapia combinada foi demonstrado na investigação franco-italiana. No braço submetido ao regime padrão, houve piora nos scores FACT-O/TOI verificados em cada ciclo (semanas 1, 4, e 7), enquanto no esquema semanal, após piora transitória na semana 1, as pontuações permaneceram estáveis.

Os episódios de neutropenia graus 3 e 4 foram menores no regime semanal (42%) em relação ao braço tratado com regime padrão (50%), assim como os casos de trombocitopenia graus 3 e 4 (1% versus 7%), alopecia grau 2 (29% versus 59%) e neuropatia grau 2 ou superior (6% versus 17%). 

Além do estudo MITO-7, outras duas investigações estão avaliando a eficácia do regime semanal em comparação com carboplatina e paclitaxel para o tratamento do câncer de ovário.

Referência: Pignata, S. et al. Carboplatin plus paclitaxel once a week versus every 3 weeks in patients with advanced ovarian cancer (MITO-7): a randomised, multicentre, open-label, phase 3 trial. Lancet Oncol. doi:10.1016/S1470-2045(14)70049-X
 
 


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