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AtualizadoSex, 19 Abr 2024 10pm

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Daichii Sankyo

 

Nutrição e câncer de ovário, o papel da ingestão de ácidos graxos trans industriais

OvarioEstudo epidemiológico que avaliou a associação entre câncer de ovário e ácidos graxos mostra que a ingestão de ácido trans elaídico industrial foi positivamente associada ao câncer de ovário, assim como o maior consumo de ácido linoléico e ácido n-3 α-linolênico. Os resultados estão em artigo de Yammine et al. na edição de setembro da Cancer Epidemiology, Biomarkers and Prevention.

Poucos estudos epidemiológicos investigaram a associação de ácidos graxos com câncer de ovário, mas dados já conhecidos mostram que os ácidos graxos afetam a obesidade, os níveis de estrogênio e o padrão inflamatório, todos fatores de risco para o câncer de ovário.

Nesta análise prospectiva conduzida por pesquisadores da IARC a partir de dados do estudo europeu EPIC (European Prospective Investigation into Cancer and Nutrition) foram identificados 1.486 casos de câncer de ovário. Modelos de risco proporcional de Cox foram usados ​​para estimar HRs de câncer de ovário em quintis de ingestão de ácidos graxos. Modelos de regressão logística multivariada foram usados ​​para estimar ORs de câncer de ovário em tercis de ácidos graxos plasmáticos entre 633 casos e dois controles pareados em uma análise de caso-controle. 

Resultados

Os pesquisadores identificaram associação positiva entre câncer de ovário e a ingestão de ácidos graxos trans formados durante processos industriais, como a hidrogenação de óleos vegetais e gorduras para fritar encontradas em alimentos processados. Os resultados reportados por Yammine et al. sugerem que a ingestão de ácido trans elaídico industrial aumentou o risco de câncer de ovário [HR comparando o quinto com o primeiro quintil Q5-Q1 = 1,29; Intervalo de confiança de 95% (IC) = 1,03-1,62; Ptrend = 0,02, q-value = 0,06]. Os autores também destacam que a Ingestão dietética de ácido linoléico n-6 (HRQ5-Q1 = 1,10; IC 95% = 1,01–1,21; Ptrend = 0,03) e ácido n-3 α-linolênico (HRQ5-Q1 = 1,18; IC 95% = 1,05–1,34; Ptrend = 0,007) presentes em gorduras para fritar também foi positivamente associada ao câncer de ovário.

Associações sugestivas foram relatadas para ácido elaídico circulante (OR comparando o terceiro com o primeiro tercil T3-T1 = 1,39; IC 95% = 0,99-1,94; Ptrend = 0,06) e ácidos α-linolênicos (ORT3-T1 = 1,30; IC 95% = 0,98-1,72; Ptrend = 0,06).

“Nossos resultados sugerem que a maior ingestão e níveis circulantes de ácido trans elaídico industrial, assim como o maior consumo de ácido linoléico e ácido α-linolênico em frituras, podem estar associados a maior risco de câncer de ovário”, concluem os autores. “Se for causal, a eliminação dos ácidos graxos trans industriais pode ter impacto na saúde pública ao reduzir o risco de câncer de ovário”, destacam. 

Referência: Cancer Epidemiol Biomarkers Prev September 1 2020 (29) (9) 1739-1749; DOI: 10.1158/1055-9965.EPI-19-1477


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