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AtualizadoSex, 19 Abr 2024 6pm

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Daichii Sankyo

 

Imunoterapia em associação com eribulina não mostra benefício no câncer de mama metastático

romulado barroso 2019 bxOs resultados de estudo randomizado de Fase II não suportam o uso de pembrolizumabe em combinação com eribulina para pacientes com câncer de mama metastático receptor hormonal positivo (HR+)/ERBB2-negativo, independente do status do PD-L1. Os dados foram publicados no JAMA Oncology. O oncologista Romualdo Barroso, coordenador de Pesquisa Translacional do Hospital Sírio-Libanês em Brasília e coautor do estudo, comenta os resultados.

Trabalhos anteriores demonstraram que apenas uma pequena proporção de pacientes com câncer de mama HR+ metastático apresenta benefício com inibidores de PD-1/PD-L1 administrados em monoterapia. Existem dados que sugerem que a atividade pode ser maior com estratégias de combinação.

Nesse estudo multicêntrico, randomizado, de Fase II, os pesquisadores avaliaram a eficácia da eribulina associado ou não a pembrolizumabe em pacientes com câncer de mama metastático HR+/ERBB2-negativo que receberam previamente duas ou mais linhas de terapia hormonal e 0-2 linhas de quimioterapia.

Os pacientes foram randomizados 1:1 para eribulina 1,4 mg/m2 por via intravenosa nos dias 1 e 8 mais pembrolizumabe 200 mg/m2 por via intravenosa no dia 1 de um ciclo de 21 dias ou eribulina isolada. No momento da progressão, os pacientes no braço da monoterapia com eribulina poderiam receber a monoterapia com pembrolizumabe.

O desfecho primário foi a sobrevida livre de progressão (SLP). Desfechos secundários incluíram a taxa de resposta objetiva (ORR) e a sobrevida geral (SG). As análises exploratórias avaliaram a associação entre SLP e status de PD-L1, linfócitos tumorais infiltrantes (TILs), carga mutacional tumoral (TMB) e alterações genômicas.

Resultados

Oitenta e oito pacientes iniciaram a terapia do protocolo; a mediana de idade foi 57 anos (30-76), o número médio de linhas anteriores de quimioterapia foi 1 (0-2) e a mediana de linhas anteriores de terapia hormonal foi 2 (0- 5). O acompanhamento médio foi de 10,5 meses (95% CI, 0,4-22,8). As medianas de SLP e ORR não foram diferentes entre os dois grupos (SLP, 4,1 vs 4,2 meses; hazard ratio 0,80; 95% CI, 0,50-1,26; P = 0,33; ORR, 27% vs 34%, respectivamente; P = 49).

Quatorze pacientes iniciaram o tratamento cruzado com pembrolizumabe; 1 paciente apresentou doença estável. Eventos adversos ocorreram em todos os pacientes (grau ≥3, 65%) incluindo duas mortes relacionadas ao tratamento no grupo de combinação, ambas por colite relacionada ao sistema imunológico no cenário de sepse, atribuídas a ambos os medicamentos.

O ensaio PD-L1 22C3 foi realizado em amostras de tumor em 65 pacientes: 24 (37%) tinham tumores PD-L1 positivos. A análise indicou que o status PD-L1, TILs, TMB e alterações genômicas não foram associados com a sobrevida livre de progressão.

Em conclusão, a adição de pembrolizumabe à eribulina não aumentou a sobrevida livre de progressão, taxa de resposta objetiva ou sobrevida global em comparação com a eribulina isolada tanto na população por intenção de tratamento como naquela PD-L1 positiva.

“Na população geral, fora de estudos clínicos, não existem evidências que suportem o uso de pembrolizumabe em pacientes com câncer de mama RH+ nesse momento”, ressalta Barroso.

O oncologista observa que a principal limitação do estudo é que o desfecho primário escolhido, de sobrevida livre de progressão (o mais comum em estudos de Fase 2), provavelmente não é o melhor desfecho para avaliar o benefício da imunoterapia no câncer de mama. “O estudo não tinha poder adequado para avaliar sobrevida global”, diz Barroso, acrescentando que mais estudos são necessários para o desenvolvimento clínico da imunoterapia no câncer de mama RH+/ERBB2-. “Tanto novas combinações de terapêuticas contento inibidores de checkpoint imune devem ser exploradas, como deve-se tentar incluir pacientes em estágios mais precoces da doença (menos politratados). Por fim, a condução de estudos translacionais acoplados a esses estudos clínicos é fundamental para o desenvolvimento de biomarcadores preditivos de resposta e o desenvolvimento racional de estudos clínicos com hipóteses mais claras”, conclui.

O estudo está registrado no ClinicalTrials.gov, NCT03051659.

Referência: Tolaney SM, Barroso-Sousa R, Keenan T, et al. Effect of Eribulin With or Without Pembrolizumab on Progression-Free Survival for Patients With Hormone Receptor–Positive, ERBB2-Negative Metastatic Breast Cancer: A Randomized Clinical Trial. JAMA Oncol. Published online September 03, 2020. doi:10.1001/jamaoncol.2020.3524

 

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