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AtualizadoQui, 18 Abr 2024 6pm

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Daichii Sankyo

 

SABR-COMET: radioterapia estereotática no câncer oligometastático

Bernardo Salavajoli 2019 bxPublicados no Journal of Clinical Oncology (JCO), os resultados de longo prazo do estudo randomizado de fase II SABR-COMET mostraram maior impacto da radioterapia estereotática na sobrevida global em pacientes com câncer oligometastático em comparação com a análise inicial. Bernardo Salvajoli (foto), médico especialista em radioterapia do HCOR-Onco e do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP), analisa os resultados.

“Desde o surgimento do termo ‘oligometástases’em 1995, postulado por Hellman e Weichselbaum, inúmeros esforços vem ocorrendo na tentativa de transformar esse conceito em realidade e possivelmente oferecer melhores tratamentos e resultados nesta situação”, afirma Salvajoli. “O curioso é que apesar do termo ser mais recente, desde meados do século passado, quando se empregava cirurgia para metástases de tumores primários renais e colorretais, já se discutia a possibilidade de oferecer diversos benefícios tratando de forma ablativa as oligometástases”, acrescenta.

O estudo

O SABR-COMET incluiu pacientes com tumores primários controlados e 1-5 lesões metastáticas, todas passíveis de radioterapia ablativa estereotática (SABR). Os pacientes foram estratificados pelo número de metástases (1-3 vs 4-5) e randomizados (1: 2) entre o padrão de cuidados (SOC) paliativos (braço 1) e SOC mais radioterapia estereotática (braço 2).

O endpoint primário foi a sobrevida global (SG), com um α de 0,20 (em que P <0,20 indica um teste positivo). Os endpoints secundários incluíram sobrevida livre de progressão (SLP), toxicidade e qualidade de vida (QV).

Entre 2012 e 2016, foram randomizados 99 pacientes em 10 centros. Os tumores primários mais comuns foram mama (n = 18), pulmão (n = 18), colorretal (n = 18) e próstata (n = 16). O follow up mediano foi de 51 meses. A taxa de sobrevida global em 5 anos foi de 17,7% no braço 1 (95% CI, 6% a 34%) versus 42,3% no braço 2 (95% CI, 28% a 56%; stratified log-rank P = .006).

A taxa de sobrevida livre de progressão em 5 anos não foi alcançada no braço 1 (3,2%; 95% CI, 0% a 14% aos 4 anos com o último paciente censurado) e foi de 17,3% no braço 2 (95% CI, 8% a 30%; P = 0,001). Não houve novos eventos adversos de graus 2-5 e nenhuma diferença na qualidade de vida entre os braços.

Para Salvajoli, a atualização mais madura do estudo COMET, com seguimento mediano de mais de 4 anos, traz novamente dados impressionante de sobrevida global, mas é preciso olhar os resultados com cautela. “Entre as possíveis críticas estão o fato de ser um estudo fase II, que avalia múltiplas histologias e com variações estatísticas de menor poder, ainda que permitidas neste tipo de estudo”, pondera. “No entanto, é difícil não se impressionar com estes resultados”, acrescenta o especialista.

Ele observa que outros tratamentos, incluindo drogas quimioterápicas, foram aprovados por órgãos regulatórios com o mesmo padrão estatístico e resultados de sobrevida até mais modestos. Além disso, inúmeros outros estudos de fase II têm sugerido resultados similares. “Aguardamos estudos de Fase III em recrutamento, entre eles o SABR-COMET-3 e o SABR- COMET-10, que traz o novo conceito de que talvez a quantidade não seja a questão principal, mas sim a capacidade de tratar todos os sítios mantendo padrões de toxicidade extremamente baixos”, conclui.

Referência: Stereotactic Ablative Radiotherapy for the Comprehensive Treatment of Oligometastatic Cancers: Long-Term Results of the SABR-COMET Phase II Randomized Trial - David Palma et al – DOI: 10.1200/JCO.20.00818 - Journal of Clinical Oncology


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