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AtualizadoQua, 17 Abr 2024 9pm

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Experiência institucional no tratamento do câncer de endométrio

jesus carvalho 2020 bxEstudo publicado no periódico PLOS ONE analisou as características clínico-patológicas, fatores prognósticos e resultados de pacientes com câncer de endométrio tratadas e acompanhadas por um período de 10 anos no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP). O ginecologista Jesus Paula Carvalho (foto), Professor da FMUSP e chefe da Equipe de Ginecologia do ICESP, é o autor sênior do trabalho que tem a ginecologista Cristina Anton como primeira autora.

“Este estudo relata as características e os resultados do câncer de endométrio em uma grande população de uma instituição única, com estadiamento cirúrgico sistemático, predominância de procedimentos minimamente invasivos e resultados bem documentados”, destaca a publicação.

O estudo retrospectivo incluiu 703 pacientes com diagnóstico de câncer endometrial tratados na instituição entre 2008 e 2018. Foram analisados os parâmetros idade ao diagnóstico, raça, índice de massa corporal, nível sérico de CA125 antes do tratamento; tipo histológico e grau, e estágio cirúrgico. Os resultados foram relatados em relação ao tipo histológico, estadiamento cirúrgico, CA125 sérico, envolvimento do espaço linfático-vascular (LVSI) e metástase linfonodal.

Resultados

No momento do diagnóstico, a mediana de idade das pacientes era de 63 anos (variação de 27 a 93; 6,4% eram <50 anos). Cirurgias minimamente invasivas foram realizadas em 523 pacientes (74,4%). Quanto ao grau histológico, 468 pacientes (66,5%) apresentavam histologia endometrioide de baixo grau e 449 pacientes (63,9%) apresentavam tumores em estágio I. Os tumores excederam 2,0 cm em 601 pacientes (85,5%).

A linfadenectomia foi realizada em 551 casos (78,4%). O envolvimento do espaço linfático-vascular esteve presente em 208 tumores (29,5%). Noventa e três pacientes (13,2%) apresentaram tumores recorrentes e 120 (17%) morreram da doença. O robusto valor prognóstico do estágio da FIGO e o status dos linfonodos foram confirmados. Outros preditores importantes de sobrevida foram grau histológico e LVSI [sobrevida global: hazard ratio (HR) = 3,75, p <0,001 e HR = 2,01, p = 0,001; recorrência: HR = 2,49, p = 0,004 e HR = 3,22, p = 0,001, respectivamente).

A sobrevida livre de doença (p = 0,087) e a sobrevida global (p = 0,368) não diferiram significativamente entre os pacientes com doença nos estágios II e III. “Esses resultados indicam que o papel prognóstico do envolvimento cervical deve ser mais explorado”, observam os autores, acrescentando que, no geral, os fatores prognósticos na população do estudo foram semelhantes aos de outros países, embora os tumores dos pacientes analisados fossem maiores do que em outros estudos devido ao diagnóstico tardio.

“Nosso achado inesperado de prognósticos semelhantes nos pacientes em estágio II e III levanta questões sobre o valor prognóstico do envolvimento cervical e as possíveis diferenças entre carcinomas originários do segmento uterino inferior versus aqueles originados no corpo e fundo. Os resultados podem ser utilizados para orientar políticas públicas destinadas a melhorar o diagnóstico e o tratamento do câncer de endométrio no Brasil e em outros países similares”, concluem.

Referência: Anton C, Kleine RT, Mayerhoff E, Diz MdPE, Freitas Dd, Carvalho HdA, et al. (2020) Ten years of experience with endometrial cancer treatment in a single Brazilian institution: Patient characteristics and outcomes. PLoS ONE 15(3): e0229543. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0229543

 


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