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AtualizadoQui, 28 Mar 2024 2pm

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Daichii Sankyo

 

Cuidados paliativos e o paciente oncológico na pandemia de COVID-19

paliativos telemedicina covid bxArtigo de de Mehta et al. no Jama Oncology traz reflexões importantes sobre o papel dos profissionais de cuidados paliativos em meio à pandemia do novo coronavírus, lembrando que estudos iniciais sugerem que pacientes com câncer ativo são particularmente suscetíveis a COVID-19. “O gerenciamento de sintomas salva vidas e a gestão desses sintomas com técnicas de cuidados paliativos diminui a carga de atendimento ao paciente nas equipes primárias. Oferecer um excelente gerenciamento de sintomas também proporciona alívio emocional para a equipe que nesse momento precisa cuidar de pacientes críticos acometidos pela COVID-19”, destaca a publicação.

Diretrizes recentes recomendam que todo paciente com câncer avançado seja acompanhado em cuidados paliativos ao longo do percurso de tratamento oncológico, idealmente dentro de 8 semanas após o diagnóstico. “Agora, profissionais de cuidados paliativos enfrentam novas demandas e necessidades”, expressa a publicação, ao descrever o esforço de equipes e instituições para equilibrar riscos e benefícios para seus pacientes.

É nesse contexto que o artigo de Mehta et al. discute a importância de assegurar a continuidade do cuidado, explorando maneiras criativas e consistentes. “As metas de atendimento podem ser tratadas usando a telemedicina para aliviar o sofrimento do paciente ou do cuidador e evitar hospitalizações”, propõem os autores. “A telemedicina tem vantagens ocultas; as visitas em vídeo permitem que os profissionais vejam o ambiente doméstico dos pacientes - informações indisponíveis nas visitas clínicas tradicionais. No entanto, também descobrimos que pode ser difícil estabelecer rapidamente a confiança com novos pacientes. Estar presente, validar emoções, responder dúvidas, tudo isso deve continuar sendo implementado nas visitas virtuais”, recomendam.

Para enfrentar os desafios da pandemia, a recomendação também sinaliza a importância de reforçar o uso de habilidades de comunicação no ambiente digital. Pelo menos 1 estudo randomizado comparou teleconsultas semanais de cuidados paliativos versus visitas habituais de cuidados paliativos com atendimento pessoal. O resultado mostrou significativamente mais ansiedade e maior angústia no grupo da teleconsulta.

E as dificuldades vão além. Normalmente, os profissionais de cuidados paliativos passam uma quantidade significativa de tempo oferecendo apoio emocional aos pacientes / famílias usando sua presença e aconselhamentos terapêuticos. Agora, é preciso empenho redobrado para prestar a mesma qualidade do cuidado, limitando o contato físico.

As visitas em vídeo são estratégia amplamente adotadas e a análise de Mehta et al. ainda identifica os contatos em vídeo como ferramenta para superar duas importantes barreiras: (1) fornecem uma forma de comunicação face a face e (2) permitem que vários profissionais de saúde envolvam pacientes / familiares / cuidadores simultaneamente. “Essas ferramentas nos permitem continuar fornecendo serviços de cuidados paliativos precoces, que são necessários agora mais do que nunca. Os pacientes durante a COVID-19 precisam de um planejamento de cuidados que deve levar em conta recursos médicos limitados e isolamento prolongado”, destaca a publicação.

Atendimentos virtuais não valem apenas para o paciente no ambiente domiciliar. O ambiente hospitalar também viu crescer a telemedicina. “Os profissionais de cuidados paliativos estão usando a telemedicina para pacientes com e sem COVID-19, porque o equipamento de proteção individual é limitado e a visita à família / cuidador é restrita”, descrevem os autores.

Outro aspecto sugere que a pandemia do novo coronavírus fez emergir um novo perfil de pacientes. “De maneira anedótica, observamos que pacientes com maior risco de maus resultados se expostos ao COVID-19 estão se tornando mais proativos em relação ao planejamento dos cuidados”.  Caminho aberto para a experiência dos profissionais de cuidados paliativos no manejo de sintomas complexos, incluindo dispneia, anorexia e delirium. “O gerenciamento de sintomas salva vidas e a gestão desses sintomas com técnicas de cuidados paliativos diminui a carga de atendimento ao paciente nas equipes primárias. Oferecer um excelente gerenciamento de sintomas também proporciona alívio emocional para a equipe que precisa cuidar de pacientes críticos acometidos pela COVID-19”, destaca a publicação.

Como mensagem, fica a certeza de que as equipes interdisciplinares de cuidados paliativos têm recursos para enfrentar os desafios atuais não apenas na assistência ao paciente. Profissionais de cuidados paliativos têm um histórico de apoiar colegas e agora, mais do que nunca, devemos assumir essa liderança em apoiá-los emocionalmente no momento em que muitos têm medo e excesso de trabalho.

Referência: Mehta AK, Smith TJ. Palliative Care for Patients With Cancer in the COVID-19 Era. JAMA Oncol. Published online May 07, 2020. doi:10.1001/jamaoncol.2020.1938 


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