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AtualizadoQui, 28 Mar 2024 7pm

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Daichii Sankyo

 

Trastuzumabe pós-progressão não mostra benefício no câncer gástrico ou JEG

tiago castria semana baixaEstudo japonês de Fase II que avaliou o uso contínuo de trastuzumabe além da progressão no câncer gástrico ou de junção gastroesofágica avançado HER2 positivo (T-ACT Study) mostrou que a estratégia não melhorou a sobrevida livre de progressão desses pacientes. Os resultados estão em artigo de Makiyama, A et al, no Journal of Clinical Oncology. O oncologista Tiago Biachi de Castria (foto), médico do ICESP e do Hospital Sírio-Libanês, analisa os resultados do estudo.

Neste estudo multicêntrico, foram elegíveis pacientes com câncer gástrico ou da junção gastroesofágica (G / GEJ) avançado HER2-positivo refratários à quimioterapia de primeira linha com trastuzumabe em combinação com fluoropirimidina e platina.

Os pacientes foram randomizados em dois braços para receber paclitaxel (80 mg / m2, dias 1, 8 e 15, a cada 4 semanas) ou paclitaxel com trastuzumabe (PT; inicialmente 8 mg / kg seguido de 6 mg / kg, a cada 3 semanas). O endpoint primário foi sobrevida livre de progressão (SLP). Endpoints secundários incluíram sobrevida global (SG), taxa de resposta e segurança. Biomarcadores como status de expressão de HER2 no tecido tumoral após tratamento de primeira linha, amplificação de HER2 avaliada no DNA livre de células e níveis de HER2 solúvel foram analisados. 

Resultados 

Entre dezembro de 2012 e outubro de 2016, 91 pacientes de 37 centros foram alocados no braço de paclitaxel (n = 46) e PT (n = 45). A SLP mediana nos braços de paclitaxel e TP foi de 3,2 e 3,7 meses, respectivamente ([HR], 0,91; IC 80%, 0,67 a 1,22; P = 0,33) e a SG mediana em ambos os braços foi de 10 meses (HR, 1,2; IC95%, 0,75 a 2,0; P = 0,20). As taxas de resposta objetiva nos braços de paclitaxel e PT foram de 32% e 33%, respectivamente (P = 1,00).

Em análises exploratórias, a positividade dos tecidos tumorais para HER2 foi perdida após quimioterapia de primeira linha em 11 (69%) dos 16 pacientes cujos tecidos estavam disponíveis, e a amplificação de HER2 no DNA circulante foi detectada em 41 (60%) dos 68 pacientes. No entanto, não foram encontrados biomarcadores associados à eficácia de trastuzumabe além da progressão (TBP).

“A estratégia TBP não melhorou a SLP de pacientes com câncer G / GEJ avançado HER2-positivo, e não foram encontrados biomarcadores benéficos”, concluíram os autores.

Neste estudo, os dados reportados mostram que a perda de positividade para HER2 foi observada em mais de dois terços dos pacientes. “Esses achados são consistentes com dados já conhecidos, sugerindo que a expressão de HER2 é mais heterogênea no câncer G / GEJ (4,8%) do que no câncer de mama (1,4%)”, analisam. 

O oncologista Tiago Castria observa que apesar do estudo fase III TOGA demonstrar benefício em sobrevida global com uso de trastuzumabe combinado ao regime padrão de primeira linha para pacientes com câncer gástrico avançado, a magnitude desse benefício é substancialmente inferior ao visto em câncer de mama. “Além disso, outras estratégias como bloqueio combinado com pertuzumabe ou uso de TD-M1 em segunda linha, ambos utilizados em câncer de mama, falharam em demonstrar benefício em estudos de fase III”, explica.

“Agora, o estudo de fase II T-ACT falhou em demonstrar benefício em manter o trastuzumabe após progressão ao regime de primeira linha. A importância desse trabalho reside no fato de que essa era uma pergunta relevante na prática diária. No entanto, não era difícil de prever tal resultado: o N pequeno dificilmente teria poder para tal, a maioria desses pacientes (como demonstrado pelos próprios autores) perdem essa hiperexpressão na progressão, e ainda mais importante, a heterogeneidade entre as lesões é a regra. Para transpor esse último, cfDNA tem demonstrado uma alta concordância com o perfil mutacional do sítio metastático (87% no estudo de Pectasides e colaboradores). Aguardamos os resultados do estudo Keynote-811, que avalia o uso combinado de imunoterapia e trastuzumabe, associado a quimioterapia, em primeira linha para câncer gástrico HER2+”, conclui Castria. 

Referência: Makiyama, A., Sukawa, Y., Kashiwada, T., Kawada, J., Hosokawa, A., Horie, Y., … Muro, K. (2020). Randomized, Phase II Study of Trastuzumab Beyond Progression in Patients With HER2-Positive Advanced Gastric or Gastroesophageal Junction Cancer: WJOG7112G (T-ACT Study). Journal of Clinical Oncology, JCO.19.03077. doi:10.1200/jco.19.03077


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