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AtualizadoQui, 28 Mar 2024 7pm

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Daichii Sankyo

 

Nova diretriz traz recomendações para radioterapia no câncer de pâncreas

Hanriot Net OKUma nova diretriz da American Society for Radiation Oncology (ASTRO) traz recomendações sobre o uso de radioterapia no tratamento de pacientes com câncer de pâncreas, com orientações sobre a dosagem, época e fracionamento ideais. A diretriz também descreve estratégias para prevenir e mitigar os efeitos da radioterapia pancreática, em publicação na Practical Radiation Oncology, periódico da ASTRO. O rádio-oncologista Rodrigo Hanriot (foto), coordenador do serviço de Radioterapia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, comenta o trabalho.

 

A diretriz se concentra em quatro áreas básicas: (1) o uso de radioterapia nos cenários pré-operatório, pós-operatório, radical e paliativo; (2) radioterapia estereotática versus convencional; (3) aspectos técnicos da radioterapia e, finalmente (4) estratégias para mitigar efeitos colaterais comuns. Os autores reforçam que a diretriz enfatiza a importância de uma abordagem centrada nos valores e preferências dos pacientes nas decisões de tratamento, assim como valoriza consultas multidisciplinares no planejamento e acompanhamento terapêutico.

Avanços recentes, incluindo novas terapias sistêmicas e o surgimento da radioterapia estereotática, provocaram mudanças significativas no tratamento do câncer de pâncreas. "Historicamente, taxas muito altas de metástase à distância eram observadas no câncer de pâncreas. Nos últimos anos, as terapias sistêmicas têm se mostrado mais eficazes no controle da doença, o que torna a radioterapia um tratamento ainda mais importante para gerenciar o câncer de pâncreas", explicou Manisha Palta, radio-oncologista da Universidade de Duke, que participou da definição das diretrizes.

No cenário adjuvante, a radioterapia fracionada é recomendada após ressecção cirúrgica para pacientes com características de alto risco, como linfonodos e margens positivas. A SBRT é recomendada apenas se o paciente estiver inscrito em um protocolo clínico de pesquisa.

No cenário neoadjuvante, a recomendação é a radioterapia fracionada ou SBRT após quimioterapia para pacientes com doença ressecável. A quimioterapia neoadjuvante mais radioterapia (convencional ou estereotática) é recomendada após terapia sistêmica para pacientes selecionados com doença ressecável limítrofe.

Para pacientes com doença localmente avançada, que não são candidatos à cirurgia, a quimioterapia sistêmica seguida de quimio-radioterapia convencional ou SBRT é recomendada como opção para o tratamento definitivo.

A diretriz também enfatiza a recomendação para uso da radioterapia de intensidade modulada (IMRT), assim como preconiza a irradiação paliativa.

Apesar de ser o 11º câncer mais comum entre adultos nos EUA, o câncer de pâncreas é a terceira causa de morte por câncer na população americana, com estimativa de 45.570 mortes e 56.770 novos diagnósticos em 2019. A sobrevida em cinco anos é de 9%, apontada entre as mais baixas entre os diversos tipos de câncer. Mais da metade dos diagnósticos ocorre após a disseminação metastática, quando a sobrevida relativa em cinco anos cai para 2,9%.

“Este é o primeiro guideline sobre câncer de pâncreas que inclui SBRT como opção terapêutica válida. Enquanto em outros sítios, como pulmão, próstata e osso o uso de SBRT já foi extensamente estudado, em pâncreas esta recomendação é recente”, explica Hanriot.

O especialista observa que os dados anteriores de irradiação em fracionamento convencional, mesmo utilizando IMRT, têm se mostrado limitados. “Aparentemente SBRT tem eficácia igual ou mesmo superior em controle local e é promissor para associação com novas drogas, especialmente imunoterápicos, uma vez que apresenta potencial interessante de melhores taxas de resposta quando associado a estas drogas”, afirma.

O rádio-oncologista acrescenta que cerca de 80 clinical trials estão em andamento com SBRT em pâncreas em diversos regimes de tratamento (pré-operatório, pós-operatório, radical em conjunto a quimoterapia e/ou imunoterápicos). “Após décadas de tratamentos pouco eficazes em doença de alta letalidade, essa nova abordagem tem perspectiva promissora”, conclui.

Referência: Palta, Manisha et al.Radiation Therapy for Pancreatic Cancer: Executive Summary of an ASTRO Clinical Practice Guideline. Practical Radiation Oncology, Volume 9, Issue 5, 322 – 332. DOI: https://doi.org/10.1016/j.prro.2019.06.016


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