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AtualizadoQui, 28 Mar 2024 7pm

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Daichii Sankyo

 

Redução precoce da dose de quimioterapia adjuvante impacta sobrevida no câncer de mama

daniel gimenes 2019 bxEstudo canadense mostrou que a redução precoce da dose de quimioterapia adjuvante com 5-fluorouracil, epirrubicina, ciclofosfamida e docetaxel (FEC-D) afeta negativamente as taxas de sobrevida global em mulheres com câncer de mama HR+/HER2 negativo de risco intermediário ou alto. No entanto, reduções de dose tardias no curso do tratamento não comprometeram a sobrevida. Os resultados foram publicados na edição de agosto da Journal of the National Comprehensive Cancer Network (JNCCN). “O estudo reforça um conceito já consagrado, de que a redução de dose, principalmente nos ciclos iniciais, pode impactar de forma negativa o benefício do tratamento adjuvante”, afirma o oncologista Daniel Gimenes (foto), do Centro Paulista de Oncologia (CPO/Grupo Oncoloclínicas).

Foram incluídas mulheres com câncer de mama receptor HR+/HER- estádios I a III, tratadas com quimioterapia FEC-D adjuvante entre 2007 e 2014. Esses dados vieram do Alberta Cancer Registry (ACR). Foi calculado o impacto da dose cumulativa total (TCD) da quimioterapia <85% ou ≥85% para os ciclos 1 a 6 de. A dose cumulativa média também foi calculada para quimioterapia precoce (ciclos 1 a 3) e tardia (ciclos 4 a 6). As características foram razoavelmente equilibradas para todas as coortes. Os resultados de sobrevida (sobrevivência livre de doença [SLD] e sobrevida global [SG]) foram estimados usando Kaplan-Meier e análise multivariada.

Resultados

No geral, 1.302 pacientes foram avaliadas para reduções de dose. 16% das pacientes receberam menos de 85% da dose total recomendada (<85%; n = 202) e 84% receberam dose maior ou igual a 85% da dose recomendada (≥85%; n = 1.100).

Os pacientes que receberam TCD ≥ 85% em comparação a <85% apresentaram melhor sobrevida livre de doença (SLD) em 5 anos (85.9% vs 79.2%; P=.025) e sobrevida global em 5 anos superior (88.8% vs 80.7%; P<.001), de acordo com a análise de Kaplan-Meier, que se manteve significativa nas análises univariada e multivariada.

Em coortes de redução de dose tardia e precoce estratificada, SLD e SG mostraram uma tendência de sobrevida inferior significativa em 5 anos para redução da dose no início da administração do tratamento em Kaplan-Meier (P = 0,002 e P <0,001, respectivamente) e análise multivariada (hazard ratio [HR], 1,46; P =, 0,73 e HR, 1,77; P = 0,011, respectivamente). Atrasos de dose <14 ou ≥14 dias e uso de fator estimulador de colônias de granulócitos (G-CSF) não afetaram os desfechos.

“É interessante observar que quando a redução de dose foi realizada nos ciclos iniciais, o prejuízo é maior, pois todo o restante do tratamento é oferecido em doses inferiores. No entanto, se a redução ocorre no final do tratamento, o paciente recebe a dose ideal por mais tempo, então o impacto é inferior”, observa Gimenes.

Os autores ressaltam que muitas vezes o primeiro ciclo de quimioterapia pode ser difícil para os pacientes, e os oncologistas devem transmitir a necessidade de manter a intensidade da dose inicial, enquanto utilizam outros medicamentos para controlar os eventos adversos e gerenciar comorbidades. “A terapia adjuvante no câncer de mama em estágio inicial leva a uma melhor sobrevida. Quando a quimioterapia faz parte do tratamento adjuvante, os médicos devem tentar manter doses completas de quimioterapia, especialmente no início do tratamento, para pacientes com câncer de mama de risco intermediário ou alto”, concluem.

Referência: Impact of Cumulative Chemotherapy Dose on Survival With Adjuvant FEC-D Chemotherapy for Breast Cancer – Zachary Veitch et al - Volume/Issue: Volume 17: Issue 8, Aug 2019 - DOI: https://doi.org/10.6004/jnccn.2019.7286


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