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AtualizadoQui, 28 Mar 2024 7pm

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Daichii Sankyo

 

Atividade física e sobrevida no câncer colorretal metastático

Graziela SFBO 1 NET OKA atividade física regular está associada à redução do risco de recorrência e morte em pacientes com câncer colorretal não metastático. Agora, estudo publicado no Journal of Clinical Oncology (JCO) demonstrou que pacientes com câncer colorretal metastático que realizaram exercício moderado durante a quimioterapia também apresentaram melhor sobrevida livre de progressão e menos eventos adversos graves relacionados ao tratamento. A análise sugeriu um possível aumento da sobrevida global em pacientes que relataram maior atividade física, mas os dados não foram estatisticamente significativos. “O papel do oncologista em orientar sobre a necessidade de realização do exercício é mandatório”, observa Graziela Zibetti Dal Molin (foto), oncologista da BP- A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Os pesquisadores realizaram um estudo de coorte prospectivo com participantes do Cancer and Leukemia Group B (Alliance)/SWOG 80405 (NCT00265850), um estudo de fase III patrocinado pelo National Cancer Institute que investiga terapia sistêmica no câncer colorretal metastático (CCRm). Um mês após o início da terapia, os pacientes foram convidados a preencher um questionário validado sobre a média de atividade física realizada nos últimos 2 meses.

Para quantificar a atividade física, foi calculado o equivalente metabólico de tarefa (MET) por semana. O endpoint primário do estudo clínico e deste estudo complementar foi a sobrevida global (SG). Endpoints secundários incluíram sobrevida livre de progressão (SLP) e primeiro evento adverso relacionado ao tratamento de grau 3 ou superior. Para minimizar fatores de confusão, foram excluídos pacientes que apresentaram progressão ou faleceram até 60 dias após a avaliação da atividade, e utilizada análise de regressão proporcional de Cox para ajustar fatores prognósticos conhecidos, comorbidades e perda de peso.

Resultados

A coorte final incluiu 1.218 pacientes. Comparado com pacientes com menos de 3 MET/horas por semana de atividade física, pacientes com 18 ou mais MET/horas semanais experimentaram uma razão de risco ajustada para sobrevida global de 0,85 (95% CI, 0,71 a 1,02; PTrend = 0,06); para sobrevida livre de progressão, a razão de risco foi de 0,83 (95% CI, 0,70 a 0,99; PTrend = 0,01). Em comparação com os pacientes que realizam menos de 9 MET/horas por semana, os pacientes que participaram em 9 ou mais MET/horas de atividades semanais registaram uma taxa de risco ajustada para eventos adversos relacionados com o tratamento de grau 3 ou superior de 0,73 (95% IC, 0,62 a 0,86; PTrend <.001).

“As pessoas que se envolveram em algum tipo de atividade física tiveram uma melhora estatisticamente significativa na sobrevida livre de progressão (SLP). “Mesmo exercícios de baixa intensidade, como caminhar quatro ou mais horas por semana, foram associados a uma redução de quase 20% na progressão do câncer ou morte ao longo do estudo de seis anos”, afirmou Jeffrey A. Meyerhardt, médico do Dana-Farber Cancer Institute e autor sênior do estudo.

Segundo os pesquisadores, pacientes fisicamente ativos também parecem tolerar melhor a quimioterapia. “A atividade física total equivalente a 30 ou mais minutos de atividade diária moderada foi associada a uma redução de 27% nas toxicidades graves relacionadas ao tratamento. Embora também possa haver um impacto sobre a sobrevida global, ele não foi estatisticamente significativo e deve ser melhor investigado”, observaram.

A oncologista Graziela Zibetti Dal Molin esclarece que dados do benefício da atividade física durante o tratamento quimioterápico também foram vistos em outros tipos de tumores, como câncer de mama, em que a realização de atividade física durante o tratamento auxiliou a evitar perda na capacidade cardiovascular das pacientes [Cancer Res 79:Abst GS5-02, 2019;]. “Esses dados corroboram sobre a importância da incorporação da atividade física regular durante o tratamento oncológico. O papel do oncologista em orientar sobre a necessidade de realização do exercício é mandatório e a avaliação da equipe multidisciplinar para a correta avaliação física e adesão é fundamental para o incremento dos benefícios aos pacientes”, conclui.

Referência: Associations of Physical Activity With Survival and Progression in Metastatic Colorectal Cancer: Results From Cancer and Leukemia Group B (Alliance)/SWOG 80405 - Brendan J. Guercio, Jeffrey A. Meyerhardt et al - Published online August 13, 2019. - DOI: 10.1200/JCO.19.01019 Journal of Clinical Oncology


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