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AtualizadoSex, 19 Abr 2024 10pm

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Daichii Sankyo

 

Fulvestranto + anastrazol: combinação mostra ganho de sobrevida na 1ª linha

MAMA bxA adição de fulvestranto a anastrozol foi associada a ganho de sobrevida (50 meses) e sobrevida livre de progressão (15 meses), em comparação com anastrozol em monoterapia (42 e 13,5 meses, respectivamente) como primeira linha no tratamento de mulheres pós-menopausa com câncer de mama receptor hormonal positivo. Os resultados foram publicados na New England Journal of Medicine e indicam que o benefício foi maior em pacientes sem exposição prévia à terapia endócrina adjuvante. A oncologista Laura Testa, chefe da equipe de oncologia mamária do ICESP, comenta os resultados.

Em dados já publicados, os autores relataram a sobrevida livre de progressão em pacientes na pós-menopausa com câncer de mama metastático positivo para receptor hormonal que foram aleatoriamente designadas para receber o inibidor de aromatase anastrozol mais fulvestranto, em comparação com anastrozol isoladamente, como terapia de primeira linha. Agora, os autores relatam os resultados finais de sobrevida, em artigo de Mehta, RS et al.

O estudo randomizou pacientes para receber anastrozol ou fulvestranto mais anastrozol. A randomização foi estratificada de acordo com o uso de tamoxifeno adjuvante.

Resultados

Dos 707 pacientes randomizados, 694 tinham dados disponíveis para análise. O grupo de terapia combinada teve 247 mortes entre 349 mulheres (71%) e a sobrevida global mediana foi de 49,8 meses versus 42,0 meses no grupo anastrozol isolado, com 261 mortes entre 345 mulheres (76%) (HR= 0,82; P = 0,03 pelo teste de log-rank).

Em uma análise de subgrupo dos dois estratos, a sobrevida global entre as mulheres que não receberam tamoxifeno anteriormente foi maior com a terapia combinada do que com anastrozol isolado (mediana de 52,2 meses e 40,3 meses, respectivamente; HR= 0,73; IC95%, 0,58 para 0,92); entre as mulheres que receberam tamoxifeno anteriormente, a sobrevida global foi semelhante nos dois grupos (mediana de 48,2 meses e 43,5 meses, respectivamente; HR= 0,97; IC 95%, 0,74 a 1,27) (P = 0,09 para interação).

Em relação ao perfil de segurança, a incidência de efeitos tóxicos de grau 3 a 5 foi semelhante nos dois grupos. Aproximadamente 45% dos pacientes no grupo tratado com anastrozol isolado atravessaram para receber fulvestranto.

Em conclusão, a terapia combinada de fulvestranto ao anastrozol foi associada a um aumento da sobrevida global a longo prazo (P = 0,03) em comparação com anastrozol como terapia de primeira linha para câncer de mama metastático positivo para receptor hormonal, em mulheres na pós-menopausa.

“Esse é um acompanhamento de longo prazo que demonstrou um resultado de sobrevida global muito importante. Outros estudos avaliaram se a associação entre fulvestranto e o inibidor de aromatase poderia ser benéfico para as pacientes, e tiveram resultados discordantes não só em sobrevida global, mas também em sobrevida livre de progressão”, afirmou Laura.

A especialista explica que a diferença entre esse e outros estudos é a proporção de pacientes que nunca tinham recebido nenhuma hormonioterapia antes. “Esse é um tratamento de primeira linha, mas é preciso lembrar que uma porcentagem grande de pacientes que se torna metastático após o tratamento de um câncer de mama inicial, muitas vezes recebeu algum tipo de hormonioterapia no cenário adjuvante. Essas pacientes que já utilizaram hormonioterapia adjuvante têm uma sensibilidade menor e não parecem se beneficiar com essa associação. Já as pacientes que nunca foram expostas a nenhuma hormonioterapia têm o benefício de um tratamento combinado”, observou.

Segundo Laura, a grande questão é que esse resultado de sobrevida vem ‘a posteriori’, dos trabalhos que demonstraram benefício em sobrevida livre de progressão dos inibidores de CDK. “Ou seja, o braço controle deste estudo, que é o anastrozol, já não é o tratamento padrão. Então a pergunta é: o que é melhor? A combinação de inibidores de aromatase com o inibidor de CDK, ou inibidor de aromatase com fulvestranto? Essa é uma pergunta ainda não respondida”, diz.

Referências: N Engl J Med 2019;380:1226-34. DOI: 10.1056/NEJMoa1811714


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