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AtualizadoQui, 28 Mar 2024 7pm

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Daichii Sankyo

 

Mutação BRCA e resposta à platina no câncer de mama triplo negativo

MAMA bxEstudo de meta-análise publicado na Hereditary Cancer in Clinical Practice avaliou se a presença de mutação germinativa BRCA em mulheres com câncer de mama triplo negativo melhora a resposta patológica completa (pCR) após quimioterapia neoadjuvante baseada em platina. Os resultados mostram que sim.

Os cânceres de mama triplo-negativos (TNBC, da sigla em inglês) estão associados a um curso clínico agressivo, recidiva mais precoce e menor sobrevida. Os tumores BRCA mutados representam até 25% de todos os TNBC. O status BRCA tem sido estudado como biomarcador preditivo de resposta a agentes de platina, mas o papel do status do BRCA nesse cenário ainda é incerto.

Nesta revisão sistemática e meta-análise foram consideradas as bases de dados MEDLINE, EMBASE e LILACS, OMS (Plataforma Internacional de Registros de Ensaios Clínicos da OMS) e Cochrane Controlled Trials Register Database, base com registros de ensaios online e anais de congressos. A medição do pCR foi avaliada pela revisão da amostra patológica da mama e dos gânglios linfáticos. O Odds ratio (OR) global foi calculado usando modelos de efeitos aleatórios.

Resultados

Sete estudos foram incluídos, compreendendo um total de 808 pacientes com TNBC, entre os quais 159 BRCA mutados. Entre os pacientes com TNBC mutados, 93 (93/159; 58,4%) atingiram o pCR, versus 410 pacientes do tipo selvagem (410/808; 50,7%) (OR 1.459 IC 95% [0,953–2,34] p = 0,082), embora este resultado não tenha alcançado significância estatística.

Em conclusão, a adição de platina aos regimes de quimioterapia no contexto neoadjuvante aumentou a taxa de pCR em mulheres com mutação BRCA na comparação com pacientes com TNBC do tipo selvagem. No entanto, essa tendência não alcançou significância estatística.

“Devemos enfatizar que nosso estudo incluiu apenas pacientes com mutação germinativa no BRCA1 / 2. Outros subgrupos, como fenótipos basais, deficiência de recombinação homóloga), metilação de BRCA1 ou baixos níveis de RNAm de BRCA1 não foram avaliados”, destacam os autores.

Nesta análise do grupo português, Olga Caramelo e colegas lembram que recente estudo de fase III em TNBC avançado mostrou efeito positivo da carboplatina em pacientes com mutação germinativa BRCA1, mas não na metilação do BRCA1 ou em pacientes com baixos níveis de RNAm de BRCA1 ou subgrupos com deficiência de recombinação homóloga. “Na população total de pacientes com TNBC, nenhuma evidência de resposta superior à carboplatina foi observada quando comparada com o padrão de tratamento. Em contraste, o subgrupo de pacientes com mutação germinativa BRCA 1 mostrou claro benefício da carboplatina, que duplicou o efeito de docetaxel”, descrevem, em referência ao trabalho de Tutt A et al.

Em conclusão, os resultados destacam o benefício da platina em um subgrupo de pacientes com TNBC.

Referência: Caramelo, O., Silva, C., Caramelo, F., Frutuoso, C., & Almeida-Santos, T. (2019). The effect of neoadjuvant platinum-based chemotherapy in BRCA mutated triple negative breast cancers -systematic review and meta-analysis.Hereditary Cancer in Clinical Practice, 17(1). doi:10.1186/s13053-019-0111-y

Palavras-chave: ‘câncer de mama triplo negativo’, BRCA, ‘quimioterapia neoadjuvante’, cisplatina, carboplatina, TNBC, ‘status mutacional’


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