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AtualizadoTer, 23 Abr 2024 9pm

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HPV73 e câncer do colo do útero

sergio amaro inca bxPublicado no International Journal of Cancer, estudo em colaboração com pesquisadores brasileiros fornece evidências moleculares de que o HPV73 pode causar câncer do colo do útero. “É provável que as vacinas atuais não eliminem todos os casos de câncer do colo do útero devido a uma série de HPVs de baixa prevalência que provavelmente continuarão a contribuir para os resultados do câncer”, observam os autores. O trabalho tem como primeiro autor o biomédico e biologista molecular Sergio Amaro-Filho (foto), membro do Programa de Genética do Instituto Nacional do Câncer (INCA).

Classificado como possivelmente oncogênico, o HPV73 não é avaliado rotineiramente no rastreamento de HPV, tampouco coberto por nenhuma das vacinas profiláticas. Nesse estudo, os pesquisadores realizaram estudos moleculares em oito amostras de biópsia de câncer do colo do útero contendo HPV73 de uma coorte transversal de câncer de 590 mulheres encaminhadas ao Instituto Nacional do Câncer.

A atividade transcricional do HPV73 foi avaliada por detecção de transcritos E6/E6* e E1^E4 analisados a partir do RNA isolado do tecido fresco e produção de moléculas de cDNA (DNA complementar) viral. A ruptura dos genes virais E1 e E2, sugerindo integração do DNA viral ao genoma da célula tumoral, foi avaliada por PCR com sobreposição de amplicons. A avaliação dos sítios de integração viral foi realizada utilizando um painel de captura personalizado e sequenciamento de próxima geração, e um pipeline bioinformático interno.

Resultados

Os transcritos HPV73 E6/E6* foram encontrados em 7/7 amostras com RNA disponível. Três amostras também tiveram transcritos HPV73 E1^E4. A ruptura dos genes E1 e E2 foi observada em 4 de 8 amostras.

A integração de sequências de HPV73 nos genomas das células cancerígenas foi identificada em todos tecidos de câncer do colo do útero. ““Fornecemos evidências moleculares suficientes de que o HPV73 é capaz de causar o câncer do colo do útero. O HPV73 e outros tipos de HPV classificados como possivelmente carcinogênicos, devido à baixa frequência em casos de câncer do colo do útero e poucas evidências moleculares, correspondem, juntos, à aproximadamente 2% de todos os casos por esse tipo de câncer, o que significa mais de 10 mil novos casos por ano no mundo. Entretanto, esses valores podem estar subestimados, visto que o HPV73 não é capaz de ser identificado em muitos testes de diagnóstico de HPV aprovados pelo FDA/USA”, observou o primeiro autor do estudo, Sergio Amaro.

“Importante ressaltar que muitas regiões e populações específicas possuem riscos “personalizados” para um tipo específico de HPV que, a fim de se controlar de maneira mais efetiva o câncer de colo do útero no mundo, exigirão repensar a triagem e a vacinação à medida que nos expandimos além do HPV16 e do HPV18”, acrescentou.

Referência: HPV73 a non-vaccine type causes cervical cancer - Sergio M. Amaro-Filho, Ana Gradissimo, Mykhaylo Usyk, Fabio C.B. Moreira, Liz M. de Almeida, Miguel A.M. Moreira, Robert D. Burk, MD, - doi: 10.1002/ijc.32315


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