Microendoscopia no rastreamento cervical

julio possati 2 bxEnfrentar o câncer cervical é um desafio urgente no Brasil, que estima para este ano 16.370 novos casos da doença (INCA, 2018). Reconhecido como instituição de excelência na assistência oncológica, o Hospital de Câncer de Barretos inicia uma pesquisa com 1780 mulheres para avaliar uma ferramenta microendoscópica de alta resolução no rastreamento do câncer do colo do útero no Brasil. O médico Júlio Possati Resende (foto), coordenador do programa institucional de rastreamento do câncer ginecológico da instituição, apresentou os dados iniciais do estudo.

Através da pesquisa, o Instituto de Ensino e Pesquisa de Barretos quer testar em uma amostra abrangente a sensibilidade e especificidade do método, um microendoscópio de alta resolução na detecção da neoplasia intraepitelial cervical grau 2 (NIC2) ou lesão histologicamente mais grave (NIC2 + e NIC3 +)

Desenvolvido na Rice University, o dispositivo testado na pesquisa com a participação de Barretos vai ser comparado com a visualização de ácido acético (IVA) e colposcopia. O estudo vai recrutar 1780 mulheres atendidas no programa de triagem da instituição que tiveram teste de Papanicolau anormal (ASCUS +) ou teste de papilomavírus humano de alto risco positivo (HPV) no colo do útero”, explica Júlio.

Para a investigação diagnóstica, durante o exame de colposcopia o dispositivo microendoscópico de alta resolução (HRME, da sigla em inglês) será usado para capturar imagens e realizar a microbiópsia cervical. “Se durante o estudo for detectada uma doença precursora ou câncer cervical, o Hospital de Câncer de Barretos vai assegurar tratamento apropriado de acordo com um protocolo institucional”, diz.

“Os resultados preliminares são bastante encorajadores em termos de concordância”, garante Resende, que apresentou dados iniciais durante o I Meeting of Innovation in Oncology, realizado de 21 a 23 de fevereiro nas unidades de Barretos e Porto Velho, com apoio do Sylvester Comprehensive Cancer Center da Universidade de Miami.

O estudo é patrocinado pelo MD Anderson Cancer Center.

Informação do estudo clínico: NCT03195218