IASLC: Promessas no tratamento do mesotelioma

Pulm o 2017 NET OKDados do estudo de fase II STELLAR mostram ganho significativo de sobrevida global no tratamento do mesotelioma, ampliando em 6,1 meses a mediana de SG na comparação com o controle histórico. O estudo será apresentado no 19ª encontro anual da International Association for the Study of Lung Cancer (IASLC), que acontece de 23 a 26 de setembro, em Toronto, Canadá.

Neste estudo os pesquisadores utilizaram a terapia conhecida como TTF (Tumor Treating Fields), com 150 kHz, combinada a pemetrexede e cisplatina ou carboplatina. Os resultados de fase II mostram que pacientes tratados com TTF tiveram sobrevida global mediana de 18,2 meses em comparação com 12,1 meses no controle histórico, sem aumento de toxicidade sistêmica.

O estudo multicêntrico de braço único foi desenhado para avaliar a eficácia e segurança do TTF em combinação com quimioterapia padrão (pemetrexede associado a cisplatina ou carboplatina) em 80 pacientes com mesotelioma maligno irressecável, sem tratamento prévio. O endpoint primário foi sobrevida global. Os endpoints secundários foram taxa de resposta, sobrevida livre de progressão e eventos adversos. A idade mediana dos pacientes foi de 67 anos, 84% do sexo masculino, 56% fumantes, 16% com doença metastática, 44% com status de desempenho ECOG de 1, sendo 66% de histologia epitelióide.

Os endpoints secundários também favoreceram o uso de TTF em comparação com o controle. Os pacientes que receberam Tumor Treating Fields em combinação com pemetrexede e cisplatina ou carboplatina tiveram mediana de sobrevida livre de progressão de 7,6 meses (IC 95%, 6,7-9,8 meses) em comparação com 5,7 meses no controle histórico.

Respostas parciais foram observadas em 40,3% dos pacientes e 97,2% apresentaram resposta parcial ou doença estável. Nenhum evento adverso grave relacionado ao uso de TTF foi relatado, mas 46% dos pacientes tratados com TTF relataram irritação da pele. “Acreditamos que os resultados apoiam o uso de TTF em sua primeira indicação fora do cérebro”, prevê o médico italiano Giovanni Luca Ceresoli, investigador principal do estudo (ClinicalTrials.gov Identifier: NCT02397928).