23042024Ter
AtualizadoSeg, 22 Abr 2024 2pm

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Daichii Sankyo

 

Gene ‘zumbi’ explica baixa incidência de câncer entre elefantes

elefante NET OKO gene LIF6 regula a p53 em resposta a danos do DNA, induzindo a apoptose. É graças a essa biologia que os elefantes têm menor risco de câncer na comparação com humanos, descreve estudo de Vasquez et al publicado 14 de agosto na Cell Reports1.

Em 2015, pesquisas da Universidade de Chicago e da Universidade de Utah já indicavam que enquanto os humanos têm apenas 1 cópia de p53 (2 alelos), os elefantes africanos têm pelo menos 20 cópias (40 alelos), incluindo 19 retrogenes (38 alelos) com evidência de atividade transcricional2. É exatamente o gene p53 que permite reconhecer danos causados ao DNA, induzindo a apoptose. Agora, os dados de Vasquez et al trazem um elemento a mais para compreender porque menos dos 5% dos elefantes em cativeiro morrem de câncer versus 17% dos humanos.

A explicação está no chamado fator inibitório de leucemia 6 (LIF6), que de alguma forma evoluiu e tornou-se um gene funcional. “Os genes duplicam o tempo todo", disse Vincent Lynch, professor assistente de genética humana da Universidade de Chicago e principal autor do estudo. "Às vezes eles cometem erros, produzindo versões não-funcionais conhecidas como pseudogenes, designados muitas vezes de genes mortos", acrescentou.

O LIF6 tornou-se, portanto, um valioso gene funcional que, quando ativado pela p53, responde ao DNA danificado, induzindo a apoptose. No artigo da Cell Reports os autores descrevem que o LIF6 produz uma proteína que vai rapidamente às mitocôndrias, destruindo a principal fonte de energia da célula.

Os elefantes têm oito genes LIF, mas apenas o LIF6 é conhecido por ser funcional. “É um gene que estava morto e voltou à vida, portanto, um zumbi”, comparou Lynch, para quem o LIF6 pode ser o elemento-chave que possibilitou aos elefantes suprimir o câncer. "Os animais grandes e de vida longa devem ter desenvolvido mecanismos robustos para suprimir ou eliminar as células cancerígenas, a fim de atingir seus tamanhos de adultos", disse o primeiro autor do estudo, Juan Manuel Vazquez, destacando o valor do LIF6 nessa evolução.

No entanto, ainda não está claro exatamente como o LIF6 induz a apoptose e este será o foco de futuros estudos.

Referências:

1 - Juan Manuel Vazquez, Michael Sulak, Sravanthi Chigurupati, Vincent J. Lynch. A Zombie LIF Gene in Elephants Is Upregulated by TP53 to Induce Apoptosis in Response to DNA Damage.. Cell Reports, 2018; 24 (7): 1765 DOI: 10.1016/j.celrep.2018.07.042

2 - Abegglen LM, Caulin AF, Chan A, et al. Potential Mechanisms for Cancer Resistance in Elephants and Comparative Cellular Response to DNA Damage in Humans. JAMA. 2015;314(17):1850–1860. doi:10.1001/jama.2015.1313


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