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AtualizadoSex, 19 Abr 2024 10pm

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Daichii Sankyo

 

Ferramenta avalia fragilidade e prevê sobrevida no mieloma múltiplo recém-diagnosticado

Idoso NET OKUm novo “índice de fragilidade” prevê a sobrevida global de pacientes recém-diagnosticados com mieloma múltiplo. Segundo os autores, essa ferramenta é a primeira do gênero a avaliar a fragilidade com base no acúmulo de doenças e incapacidades associadas ao envelhecimento (ou idade biológica), e não apenas na idade cronológica para prever a sobrevida global no mieloma múltiplo. Os dados foram publicados dia 25 de julho no JCO Clinical Cancer Informatics (JCO CCI).

A ferramenta é importante porque a fragilidade é um fator crítico na tomada de decisão do tratamento para muitos pacientes com mieloma múltiplo, já que 35% a 40% dos pacientes com mieloma múltiplo têm 75 anos ou mais. Enquanto novas terapias e melhores cuidados de suporte melhoram significativamente os resultados, um desafio constante é distinguir os pacientes que podem ser submetidos com segurança a tratamentos agressivos daqueles mais frágeis, que se beneficiariam mais de abordagens menos agressivas que preservam a saúde geral e a qualidade de vida.

Sobre o estudo

Os pesquisadores analisaram dados de 2.692.361 pacientes não oncológicos com mais de 66 anos no Medicare Health Outcomes Survey (MHOS) e nos bancos de dados vinculados ao Surveillance, Epidemiology and End Results (SEER) entre 1998 e 2009. O MHOS coleta anualmente os sintomas, o status funcional e os dados de qualidade de vida relacionados à saúde dos beneficiários do Medicare inscritos nos planos do Medicare Advantage. No conjunto de dados do SEER-MHOS, os dados do MHOS foram relacionados à demografia, características do tumor e sobrevida para aqueles com diagnóstico de câncer que residem na área de cobertura dos 14 registros que participam do vínculo SEER-MHOS.

Com esses dados, os autores criaram um índice de fragilidade do déficit acumulado (DAFI), composto por uma escala de 25 itens e um sistema de pontuação. O índice inclui critérios em cinco categorias para pontuar fragilidade: atividades da vida diária (por exemplo, dificuldade de vestir ou comer); condições crônicas de saúde; funcionamento (por exemplo, dificuldade em andar ou subir vários conjuntos de escadas); saúde geral; e saúde mental. Os pacientes cujas pontuações excedem um certo limite na escala são classificados como frágeis.

O índice foi então aplicado a 305 pacientes com mieloma múltiplo recém-diagnosticado no banco de dados SEER-MHOS para prever a sobrevida global.

Resultados

Ao aplicar o índice de fragilidade a pessoas recentemente diagnosticadas com mieloma múltiplo e pacientes sem câncer, os pesquisadores descobriram que para pacientes com mieloma múltiplo, a idade teve uma fraca correlação com um maior escore de fragilidade, enquanto para pacientes não oncológicos um aumento na idade foi fortemente correlacionado com um escore de fragilidade maior. No geral, 42% dos pacientes não oncológicos foram considerados frágeis em comparação com 52% dos pacientes com mieloma múltiplo.

Na coorte de pacientes sem câncer, a mediana de idade foi de 74 anos e o índice médio de fragilidade foi de 0,23 (desvio padrão, 0,17). Entre os pacientes sem câncer, cada aumento de 10% no índice de fragilidade (aproximadamente três a quatro déficits) foi associado a um aumento de 40% no risco de morte (hazard ratio ajustado, 1.397; 95% CI, 1.396 a 1.399; P <.001).

Na coorte de pacientes com mieloma recém-diagnosticado, a mediana de idade foi de 76 anos e o índice médio de fragilidade foi de 0,28 (desvio padrão, 0,17). Cada aumento de 10% no índice de fragilidade foi associado a um aumento de 16% no risco de morte (hazard ratio ajustado, 1.159; 95% CI, 1.080 a 1.244; P <.001). A mediana de sobrevida global estimada de pacientes considerados frágeis foi de 26,8 meses, em comparação com 43,7 meses (P = 0,015) para aqueles que não foram.

"Nossos resultados demonstram que, para pacientes com mieloma múltiplo, a idade cronológica sozinha não é uma boa medida para avaliar a saúde geral", disse a autora do estudo Tanya S. Wildes, da Washington University School of Medicina. "Há muito entusiasmo sobre muitas novas opções de tratamento, mas não devemos perder de vista o fato de que o câncer está ocorrendo em um indivíduo único que tem problemas relacionados ao envelhecimento, "O que temos que levar em conta não é apenas o câncer subjacente e abordar seu tratamento, mas também o status de fragilidade de nossos pacientes mais velhos", acrescentou.

Entre as limitações do estudo está o fato de apenas ter avaliado a sobrevida global, e não sobrevida livre de progressão, toxicidade por quimioterapia ou taxas de hospitalização. Além disso, os dados da população de mieloma múltiplo foram obtidos de pacientes inscritos no programa Medicare Advantage, o que pode ter contribuído para selecionar os participantes com menor risco geral.

Agora, os pesquisadores esperam otimizar os dados no índice de fragilidade, incluindo transformá-lo em um programa computadorizado, e examinar pacientes que não foram recentemente diagnosticados e têm recaídas subsequentes, bem como avaliar a carga de doença e as toxicidades do tratamento.

“Em última análise, a esperança é que essa ferramenta nos ajude a personalizar melhor os cuidados com base em um quadro mais completo da saúde de nossos pacientes, para que a gente não subestime um idoso que possa tolerar uma terapia mais intensa ou ofereça um overtreatment a um paciente vulnerável às toxicidades da terapia”, concluiu Wildes.

O estudo foi financiado pelo governo federal dos Estados Unidos.

Referência:  Development of a Medicare Health Outcomes Survey Deficit-Accumulation Frailty Index and Its Application to Older Patients With Newly Diagnosed Multiple Myeloma - Hira S. Mian - DOI: 10.1200/CCI.18.00043 JCO Clinical Cancer Informatics - published online July 25, 2018


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