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AtualizadoQua, 24 Abr 2024 8pm

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Daichii Sankyo

 

Tratamentos alternativos e resultados de sobrevida

ricardo caponero 232 200 NET OK 2Estudo publicado no JAMA Oncology mostra que tratamentos alternativos comprometem os resultados do paciente de câncer e têm impacto negativo na sobrevida. O oncologista Ricardo Caponero (foto), coordenador do Centro Avançado de Terapia de Suporte e Medicina Integrativa do Centro de Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, analisa os resultados.

Os autores utilizaram informações do National Cancer Database para avaliar dados de quase 2 milhões de pacientes (1.901.815) diagnosticados com câncer não metastático e comparar os resultados de sobrevida global dos que receberam tratamento convencional e de pacientes em uso de práticas complementares, definidas como qualquer tipo de abordagem sem comprovação médica.

Foram considerados pacientes com câncer de mama, próstata, pulmão ou colorretal, entre 1º de janeiro de 2004 e 31 de dezembro de 2013. Os pacientes foram pareados por idade, estágio clínico, escore de comorbidade de Charlson-Deyo, tipo de câncer, raça / etnia e ano do diagnóstico. A análise estatística foi realizada de 8 de novembro de 2017 a 9 de abril de 2018. Os principais endpoints foram sobrevida global e adesão ao tratamento.

Resultados

A coorte compreendeu 1.901.815 pacientes com câncer (258 pacientes no grupo de práticas complementares e 1 901 557 pacientes no grupo controle). Os pacientes que escolheram práticas complementares tiveram um atraso maior para o início do tratamento convencional, além de maiores taxas de recusa de cirurgia (7,0% vs 0,1%; P <0,001), quimioterapia (34,1% vs 3,2%; P <0,001), radioterapia (53,0% vs 2,3%; p <0,001) e hormonioterapia (33,7% vs 2,8%; P <0,001).

O uso de práticas complementares foi associado com menor sobrevida global em 5 anos (82,2% vs 86,6%; P = 0,001) e foi independentemente associado com maior risco de morte (razão de risco, 2.08; 95% CI, 1.50-2.90).

Segundo o oncologista Ricardo Caponero, existe muita controvérsia sobre o que sejam práticas alternativas, complementares e integrativas. “Além de discussões conceituais, é de suma relevância a avaliação da capacitação das pessoas que executam essas práticas e a qualidade das mesmas. Muitas vezes os profissionais dessas práticas "não convencionais", são tão ou mais obstinados em seus métodos como a medicina tradicional”, diz.

Caponero observa que muitas dessas práticas nunca foram testadas em estudos clínicos prospectivos e randomizados, da mesma forma que a interação com medicamentos convencionais raramente está bem estabelecida. “O difícil é discernir entre práticas recomendadas pela Sociedade de Oncologia Integrativa, referendadas pela American Society of Medical Oncology (ASCO), de muitas outras práticas que, como o estudo citado mostra, ao invés de ajudar, comprometem os resultados”, avalia.

Referências: Johnson SB, Park HS, Gross CP, Yu JB. Complementary Medicine, Refusal of Conventional Cancer Therapy, and Survival Among Patients With Curable Cancers. JAMA Oncol. Published online July 19, 2018. doi:10.1001/jamaoncol.2018.2487


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