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AtualizadoQui, 28 Mar 2024 7pm

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Daichii Sankyo

 

Anvisa aprova durvalumabe para tratamento do CPNPC localmente avançado

GUILHERME GEIB NET OKA Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) aprovou o anticorpo monoclonal anti-PD-L1 durvalumabe (Imfinzi®, Astrazeneca) para o tratamento de pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas localmente avançado, irressecável (Estágio III) que não progrediram após terapia de quimioradioterapia concomitante à base de platina. Publicada no Diário oficial da União dia 02 de julho, a aprovação é baseada nos dados do estudo fase III PACIFIC, apresentado na ESMO 2017 e publicado no New England Journal of Medicine. O oncologista clínico Guilherme Geib (foto), coordenador da Unidade de Oncologia Torácica do Hospital Moinhos de Vento, comenta a aprovação.

Em dezembro de 2017, a Anvisa já havia aprovado a indicação de durvalumabe para o tratamento de pacientes com carcinoma urotelial localmente avançado ou metastático que tiveram progressão da doença durante ou após quimioterapia à base de platina. O medicamento também é indicado para pacientes que tiveram progressão da doença em até 12 meses de tratamento neoadjuvante ou adjuvante com quimioterapia contendo platina.

"A aprovação pela ANVISA do durvalumab para o tratamento do câncer de pulmão não-de pequenas células localmente avançado vem preencher uma lacuna importante no tratamento dessa doença. Os resultados dos tratamentos até então disponíveis estão muito aquém do desejado, e, infelizmente, a maioria dos pacientes apresenta recidiva da doença, vindo a falecer da mesma”, afirma o oncologista clínico Guilherme Geib (foto), coordenador da Unidade de Oncologia Torácica do Hospital Moinhos de Vento.

Segundo Geib, inúmeras tentativas foram realizadas ao longo das últimas décadas no sentido de aumentar as taxas de controle da doença, seja com a utilização de mais quimioterapia, ou com o uso de doses maiores de radiação, ambas sem sucesso. “O estudo PACIFIC, por sua vez, demonstra um importante acréscimo em termos de controle da doença com o uso do durvalumabe após a quimioradioterapia, com potencial impacto nas taxas de cura desses pacientes. A tendência é que se torne rapidamente o tratamento padrão dos pacientes com essa condição clínica e que tenham acesso ao medicamento”, diz.

PACIFIC

O PACIFIC comparou o tratamento sequencial com o anti PD-L1 durvalumabe versus placebo em pacientes com CPNPC estádio III não ressecável, que não haviam progredido após a quimioterapia à base de platina concomitante à radioterapia torácica.

O estudo envolveu 235 centros, em 26 países. Entre maio de 2014 e abril de 2016 foram selecionados 713 pacientes, randomizados 2:1 para receber durvalumabe 10 mg/kg a cada duas semanas (N= 473) ou placebo por até 12 meses (N=236). Os endpoints primários foram sobrevida livre de progressão e sobrevida global.

Os resultados da análise pré-planejada aos 14,5 meses apresentados no congresso europeu apontam benefícios para o tratamento sequencial com durvalumabe, com mediana de sobrevida livre de progressão de 16,8 meses (IC 95%, 13,0-18,1) em comparação com 5,6 meses com placebo, (HR= 0,52, IC 95%, 0,42-0,65, P <0,0001).

As taxas de SLP em 12 e 18 meses também favoreceram durvalumabe versus placebo, com 55,9% contra 35,3% e 44,2% contra 27,0%, respectivamente. O estudo mostrou benefícios de durvalumabe nos endpoints secundários, incluindo taxa de resposta objetiva (28,4% vs 16,0%; P <0,001) e duração de resposta (não alcançada vs 13,8 meses). O tempo médio para morte ou metástase também foi maior com o anti PD-L1 durvalumabe (23,2 vs 14,6 meses).

Os eventos adversos relacionados ao tratamento ocorreram em 68% dos pacientes no grupo durvalumabe, em comparação com 53% no grupo placebo. A taxa de eventos imunomediados foi de 24% com durvalumabe e de 8% com placebo. A pneumonite grave (grau 3/4) ocorreu em 3,4% e 2,6% dos pacientes com durvalumabe e placebo, respectivamente. O tratamento teve que ser descontinuado devido à pneumonite em 6,3% dos pacientes com durvalumabe e em 4,3% no braço placebo.

Em conclusão, o trabalho demonstrou que durvalumabe tem um perfil de segurança gerenciável e melhorou a sobrevida livre de progressão em 11 meses. A inibição de PD-L1 após a quimiorradiação parece ser uma nova opção para pacientes com câncer de pulmão estádio III irressecável localmente avançado.

O estudo foi financiado pela AstraZeneca (NCT02125461).

Referência: Durvalumab after Chemoradiotherapy in Stage III Non–Small-Cell Lung Cancer - Scott J. Antonia, Augusto Villegas, Davey Daniel, David Vicente, Shuji Murakami, Rina Hui, Takashi Yokoi, Alberto Chiappori, Ki H. Lee, Maike de Wit, Byoung C. Cho, Maryam Bourhaba et al., for the PACIFIC Investigators* - November 16, 2017 - N Engl J Med 2017; 377:1919-1929 - DOI: 10.1056/NEJMoa1709937

 


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