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AtualizadoQui, 18 Abr 2024 6pm

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Daichii Sankyo

 

Inibidores de JAK associados ao desenvolvimento de linfomas

Jacques Tabacof 200x110Estudo publicado na Blood1 traz novos dados para compreender o desenvolvimento de linfomas não-Hodgkin de células B em pacientes com neoplasias mieloproliferativas (NMP) tratados com inibidores de JAK 1 / 2. “Nossos resultados indicam que os linfomas associados a inibidores da JAK1/2 ocorrem com frequência, têm características clinicopatológicas uniformes e surgem de um clone de células B que já existia na NMP”, dizem os autores. O oncohematologista Jacques Tabacof (foto), coordenador geral de oncologia e hematologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e médico do Centro Paulista de Oncologia, comenta os resultados.

O estudo considerou 626 pacientes com NMP tratados na Universidade Médica de Viena entre 1997 e 2016 e identificou 69 com mielofibrose que receberam inibidores da JAK1 / 2 (Ruxolitinib, Gandotinib, Fedratinib, Momelotinib) desde 2009.

Na coorte de 626 pacientes com NMP, 4 de 69 (5,8%) desenvolveram linfomas de células B após inibição de JAK1 / 2 em comparação com 2/557 (0,36%) com tratamento convencional. Esta frequência corresponde a um aumento de 16 vezes na probabilidade de desenvolver linfoma agressivo de células B após tratamento com inibidores de JAK 1/ 2 (p = 0,0017). Um aumento similar de 15 vezes foi observado em uma coorte independente de 929 pacientes com NMP.

Todos os quatro pacientes com linfoma apresentaram a mutação JAK2 V617F. Três pacientes foram pré-tratados com agentes alquilantes e um paciente recebeu apenas ruxolitinib. Um dos pacientes recebeu um segundo inibidor de JAK2 (fedribinib). O tempo médio desde o início do tratamento com inibidor de JAK1 / 2 até o diagnóstico de linfoma foi de 25 meses (variação de 13 a 35 meses).

Dados de uma coorte independente (N = 929) de pacientes do Hôpital St. Louis, em Paris, mostram que dois pacientes desenvolveram linfoma com tratamento com Ruxolitinib. A frequência de linfomas nesta coorte foi de 0,23% em pacientes que receberam tratamento convencional (N = 872) vs. 3,51% em pacientes tratados com inibidores da JAK1 / 2 (N = 57), confirmando o risco aumentado (OR 15, IC 95% 2-92, p = 0,0205).

A conclusão dos autores é de que a inibição da via JAK/STAT1 na mielofibrose está associada a uma frequência elevada de linfomas agressivos de células B, e a detecção de um clone pré-existente de células B pode identificar indivíduos em risco.

"Acredito que outros estudos avaliando esta relação sejam importantes para confirmar estes achados. Os hematologistas que tratam pacientes com síndrome mieloproliferativas devem ficar alertas para esta associação. Talvez, no futuro, possamos selecionar pacientes com maior risco para o desenvolvimento desta segunda neoplasia", observa Tabacof.

 Referência: Aggressive B-cell lymphomas in patients with myelofibrosis receiving JAK1/2 inhibitor therapy - Blood 2018 :blood-2017-10-810739; doi: https://doi.org/10.1182/blood-2017-10-810739 


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