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AtualizadoQui, 28 Mar 2024 7pm

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Mutações ESR1 e resistência à terapia endócrina

Tomás Reinert NET OKNo câncer de mama receptor de estrogênio (RE) positivo, uma mutação no gene ESR1, que codifica a proteína do RE, tem sido associada à resistência aos inibidores de aromatase e estimulado pesquisas para preparar um caminho mais individualizado no tratamento endócrino de pacientes com câncer de mama. O assunto é tema do artigo de Tomás Reinert (foto), Rodrigo Gonçalves e José Bines, publicado na Current Treatment Options in Oncology.

“O câncer de mama receptor de estrogênio (RE) positivo é o subtipo mais comum e a principal causa de mortalidade pela doença. A terapia endócrina proporciona benefícios importantes aos pacientes, mas cerca de um terço dos tumores em estádio inicial tratados com intuito curativo desenvolve recorrência. No cenário de doença avançada, apesar de a maioria dos pacientes apresentarem benefício inicial com terapia endócrina, a progressão da doença invariavelmente ocorre, fazendo com que o câncer de mama metastático siga sendo uma doença sistêmica, incurável e letal”, explica Tomás Reinert, oncologista clínico do Hospital de Câncer Mãe de Deus e primeiro autor deste estudo de revisão.

Os autores argumentam que as características clínico-patológicas tradicionais, incluindo grau, subtipo histológico, status de ER, PR e HER2 não refletem a heterogeneidade do câncer de mama. “Biomarcadores preditivos clinicamente relevantes para permitir estratégias mais individualizadas no cuidado ao paciente são uma prioridade de pesquisa”, defendem.

Reinert et al mostram que achados recentes introduziram novos conceitos para compreender a resistência à terapia endócrina. “Dados recentes que analisam o ctDNA, captam melhor a heterogeneidade intra-tumoral e relataram que as mutações ESR1 são encontradas em aproximadamente 40% dos pacientes com doença refratária a inibidores de aromatase”, apontam.

O uso de biópsias líquidas para avaliar mutações ESR1 pode ser uma ferramenta promissora para investigar o papel clínico dessas mutações como um biomarcador preditivo. No entanto, os autores reconhecem que o teste precisará ser padronizado antes de ser incorporado à prática clínica e que muitas dúvidas ainda precisam ser respondidas.

Para Reinert, o desenvolvimento de biomarcadores para auxiliar nas decisões terapêuticas em tumores luminais de mama, especialmente em relação às estratégias de sequenciamento dos agentes, é considerado uma das prioridades atuais em pesquisa nesta área. “Avanços em pesquisa translacional sobre mecanismos de resistência à terapia endócrina podem fazer com que o status de mutação do gene ESR1 tenha implicações clínicas como um biomarcador preditivo, um fator de estratificação em estudos clínicos e também como potencial alvo terapêutico”, afirma.

Referência: Reinert, T., Gonçalves, R. & Bines, J. Curr. Treat. Options in Oncol. (2018) 19: 24. Implications of ESR1 mutations in hormone receptor-positive breast cancer - https://doi.org/10.1007/s11864-018-0542-0


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