Obesidade e câncer de próstata metastático

Prostata 2017 NET OKA obesidade promove um estado de inflamação crônica associado não somente a um risco aumentado de desenvolver câncer, mas também de progredir para fenótipos mais agressivos. Estudo publicado na Nature Genetics fornece novos achados para compreender como a obesidade induzida por uma dieta rica em gordura pode promover o câncer de próstata metastático.

Chen et al. investigaram as consequências da perda funcional de PTEN e PML, a partir de modelos animais deficientes nesses genes supressores de tumores. Os pesquisadores observaram que camundongos com deficiência de PTEN tiveram doença localmente invasiva, enquanto 30% dos modelos animais com deficiência tanto em PTEN quanto em PML desenvolveram metástases. Esses achados indicaram que esses genes trabalham juntos para suprimir fenótipos mais agressivos no câncer de próstata.

Para compreender esse comportamento e sua associação com a obesidade, os pesquisadores promoveram uma dieta rica em gordura, que simulou os efeitos da perda de PTEN e PML. Chen et al descrevem que camundongos ‘obesos’ foram mais propensos ao desenvolvimento de metástases linfonodais e de tecidos moles, como pulmão. Por outro lado, modelos animais que receberam fatostatina, uma molécula que regula a produção de gordura, tiveram menor incidência de metástases.

Uma das principais conclusões do estudo de Chen et al. é de que os lipídios promovem o câncer de próstata agressivo através de mecanismos que são intrínsecos ao tumor. Os autores sustentam que compreender os mecanismos pelos quais a obesidade está ligada à incidência ou agressividade do câncer pode orientar novas estratégias para prevenir e tratar a doença.

Referências: Chen, M et al. An aberrant SREBP-dependent lipogenic program promotes metastatic prostate cancer. Nature Genetics, volume 50, pages 206–218 (2018) doi:10.1038/s41588-017-0027-2