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AtualizadoQui, 18 Abr 2024 6pm

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Daichii Sankyo

 

Revisão sistemática discute cirurgia no câncer de mama metastático

Giuliano foto NET OKOs dados disponíveis na literatura não permitem conclusões definitivas sobre os riscos e benefícios da cirurgia de mama associada ao tratamento sistêmico em mulheres diagnosticadas com câncer de mama metastático. É o que conclui estudo de meta-análise do Cochrane Breast Cancer Group, que tem como primeiro autor o mastologista Giuliano Tosello (foto).

A cirurgia de mama não é um tratamento padrão para a doença metastática, mas vários estudos retrospectivos recentes sugeriram que a cirurgia de mama poderia aumentar a sobrevida das mulheres também no cenário metastático. A revisão sistemática da Cochrane, assinada por Tosello et al mapeou todos os estudos clínicos randomizados para avaliar os reais benefícios da cirurgia mamária nesse cenário. Os dados estão disponíveis na Cochrane Library.

Foram considerados na revisão sistemática todos os estudos clínicos randomizados que incluíram mulheres com câncer de mama metastático no diagnóstico inicial, comparando cirurgia de mama para ressecção do tumor primário mais terapia sistêmica versus terapia sistêmica isolada. Os endpoints primários foram sobrevida global e qualidade de vida. Os endpoints secundários foram sobrevida livre de progressão da doença (controle local e à distância), sobrevida câncer específica e toxicidade da terapia local.

Resultados

Dois ensaios clínicos foram incluídos na meta-análise, envolvendo um total de 624 mulheres com câncer de mama em estádio IV. As mulheres submetidas a cirurgia mamária associada ao tratamento sistêmico não tiveram ganho de sobrevida global quando comparadas as submetidas ao tratamento sistemicol (HR 0,83, IC 95% 0,53 a 1,31; 2 estudos; 624 mulheres).

Os dados disponíveis sugerem que a cirurgia mamária pode melhorar a sobrevida livre de progressão local (HR 0,22, IC 95% 0,08 a 0,57; 2 estudos; 607 mulheres; evidências de baixa qualidade), mas provavelmente piora a sobrevida livre de progressão à distância (HR 1,42, IC 95% 1,08 a 1,86; 1 estudo; 350 mulheres; evidência de qualidade moderada).

Os dois estudos não relataram qualidade de vida e não mediram a sobrevida específica do câncer de mama. Já a toxicidade da terapia local foi relatada pela mortalidade em 30 dias e não pareceu diferir entre os dois grupos (RR 0,99, IC 95% 0,14 a 6,90; 1 estudo; 274 mulheres; evidências de baixa qualidade).

Para Giuliano, o tratamento das mulheres com diagnóstico inicial de câncer de mama metastático deve ser a terapia sistêmica. "A discussão sobre a realização da cirurgia mamária é pertinente nas boas respondedoras, com baixa carga de doença metastática e nas pacientes que apresentam sintomas da doença primária. A inclusão dos ensaios clínicos em andamento a essa revisão sistemática pode mudar esse cenário", diz.

Referências: Tosello G, Torloni MR, Mota BS, Neeman T, Riera R. Breast surgery for metastatic breast cancer. Cochrane Database of Systematic Reviews 2018, Issue 3. Art. No.: CD011276. DOI: 10.1002/14651858.CD011276.pub2.

 


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