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AtualizadoQua, 24 Abr 2024 8pm

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Tatuagem biológica e diagnóstico precoce do câncer

Roger ChammasAs concentrações séricas de cálcio são elevadas em vários tipos de câncer, assim como é sabido que o diagnóstico precoce melhora os resultados para os pacientes. São essas as premissas que levaram Tastanova et al. a desenvolver um sensor biológico que em modelos murinos foi capaz de detectar a hipercalcemia e produzir uma tatuagem de melanina em resposta à elevação de cálcio no sangue. “É um desenvolvimento muito inovador, que gerou um sensor responsivo a alterações específicas de estados fisiopatológicos”, avalia Roger Chammas (foto), Professor Titular de Oncologia da Faculdade de Medicina da USP e Coordenador do Centro de Investigação Translacional em Oncologia do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP).

Em modelos animas com hipercalcemia e tumores de mama e colon, um implante de células manipuladas foi capaz de monitorar a concentração de cálcio e em resposta estimular a produção de melanina como uma espécie de tatuagem, escura e visível, que funcionou como um sensor biológico. “Essa estratégia de tatuagem biológica também poderia ser usada para monitorar a resposta ao tratamento de forma não invasiva”, escrevem os autores, em artigo na Science Translational Medicine1.

O experimento foi validado em todos os modelos animas. “Confirmamos que a alteração de cor gerada pela melanina produzida por esta tatuagem biológica pode ser detectada a olho nu e oticamente quantificada. Todos os animais inoculados com células hipercalcêmicas de adenocarcinoma de mama e cólon desenvolveram tatuagens, ao passo que nenhuma tatuagem foi observada em animais inoculados com células tumorais normocalcêmicas”.

Como muitas patologias progridem de forma assintomática por longos períodos, o diagnóstico oportuno tem impacto importante sobre o prognóstico do paciente, o que torna os achados de Tastanova et al ainda mais animadores, com a perspectiva de inaugurar um novo paradigma no diagnóstico do câncer.

“O trabalho prova um conceito e necessitará de desenvolvimentos futuros, associados à permanência da célula modificada no tecido do receptor. A questão da aplicabilidade é o quão estável é a própria "tatuagem", mas certamente os autores buscarão aperfeiçoar o sistema”, diz Chammas.

O artigo de Tastanova et al com a íntegra e os resultados do estudo estão disponíveis, em acesso aberto.

Referências:  Synthetic biology-based cellular biomedical tattoo for detection of hypercalcemia associated with cancer - Aizhan Tastanova, Marc Folcher, Marius Müller - Science Translational Medicine 18 Apr 2018: Vol. 10, Issue 437, eaap8562 - DOI: 10.1126/scitranslmed.aap8562


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