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AtualizadoQui, 25 Abr 2024 4pm

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Daichii Sankyo

 

POSH: Mutação hereditária e desfecho no câncer de mama

Patricia prolla NET OKEstudo prospectivo que determinou o efeito de uma mutação germinativa BRCA1 ou BRCA2 nos resultados de pacientes com câncer de mama traz novos dados sobre fatores genéticos hereditários no prognóstico de pacientes, em artigo de Copson et al, no Lancet Oncology. A oncogeneticista Patrícia Prolla (foto), Professora do Departamento de Genética da UFRGS e do Serviço de Genética Médica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, comenta os resultados.

Este estudo de coorte considerou pacientes recrutadas em 127 hospitais no Reino Unido com idade de 40 anos ou menos no primeiro diagnóstico de câncer de mama invasivo (por confirmação histológica). Pacientes com malignidade invasiva prévia (exceto câncer de pele não melanoma) foram excluídas. As pacientes foram selecionadas dentro de 12 meses do diagnóstico inicial. As mutações BRCA1 e BRCA2 foram identificadas usando DNA sanguíneo coletado no recrutamento. Os dados clínico-patológicos e referentes ao tratamento e desfechos de longo prazo foram coletados a partir de registros médicos aos 6 meses, 12 meses e anualmente, até a morte ou perda do acompanhamento. 

O endpoint primário foi a sobrevida global para todos os portadores de mutação BRCA1 ou BRCA2 (BRCA positivo) versus todos os não portadores da mutação (BRCA-negativo) aos 2 anos, 5 anos e 10 anos após o diagnóstico. Uma análise de subgrupo avaliou sobrevida global em pacientes com câncer de mama triplo negativo. O recrutamento foi concluído em 2008 e o acompanhamento continua.

Resultados

Entre 24 de janeiro de 2000 e 24 de janeiro de 2008, 2733 mulheres foram recrutadas. A genotipagem detectou mutação patogênica do BRCA em 338 (12%) pacientes (201 com BRCA1, 137 com BRCA2).

Após um acompanhamento médio de 8,2 anos foram registradas 678 mortes por câncer de mama. Não houve diferença significativa na sobrevida global entre pacientes BRCA-positivo e BRCA-negativo em análises multivariadas ​​em qualquer momento (aos 2 anos: 97% vs 96,6%; aos 5 anos: 83,8% vs 85%; aos 10 anos: 73,4% vs 70,1%; taxa de risco [HR] 0·96 [IC95% 0·76–1 · 22]; p = 0·76).

Dos 558 pacientes com câncer de mama triplo-negativo, aqueles com mutação BRCA tiveram melhor sobrevida global aos 2 anos (95% vs 91%; HR 0,59 [95 % CI 0 · 35–0 · 99], p = 0 · 047), mas não aos 5 anos (81%  vs 74%; HR 1 · 13 [0 · 70–1 · 84 ]; p = 0,62) ou 10 anos (72% vs 69%; p = 0,12).

Os achados publicados no Lancet Oncology sugerem que pacientes com câncer de mama inicial com mutação BRCA têm sobrevida semelhante a pacientes sem mutação. No entanto, aquelas pacientes mutadas com câncer de mama triplo negativo podem ter uma vantagem de sobrevida durante os primeiros anos após o diagnóstico, em comparação com os não portadores da mutação BRCA. “Este achado é particularmente importante, pois pode influenciar a decisão acerca de intervenções de redução de risco para outros tumores, como câncer de ovário e um segundo tumor primário da mama”, diz Patrícia Prolla (foto), Professora do Departamento de Genética da UFRGS e do Serviço de Genética Médica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre.

“Médicos assistentes de pacientes com câncer de mama e mutações nos genes BRCA têm que considerar os riscos adicionais de câncer em curto, médio e longo prazo e uma questão fundamental que sempre entra na discussão é a indicação de cirurgias redutoras de risco, desejo da paciente e melhor momento de realizar a(s) intervenção(ões)", recomenda.

O estudo recebeu financiamento da Cancer Research UK e da Rede Nacional de Pesquisa em Câncer do Reino Unido.

Referência:  Germline BRCA mutation and outcome in young-onset breast cancer (POSH): A prospective cohort study - Copson E.R., Maishman T.C., Tapper W.J., Cutress R.I., Greville-Heygate S., Altman D.G., Eccles B., (...), Eccles D.M.(2018) The Lancet Oncology - DOI: https://doi.org/10.1016/S1470-2045(17)30891-4


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